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Bebianno vai à Justiça contra Bolsonaro por declaração sobre atentado

O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno vai interpelar judicialmente o presidente Jair Bolsonaro. Na ação, Bebianno pedirá que Bolsonaro confirme as declarações dadas em entrevista a VEJA de que um ex-assessor dele teve envolvimento no atentado a faca contra o então candidato do PSL, na campanha presidencial de 2018.

O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno vai interpelar judicialmente o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, 23. Na ação, Bebianno pedirá que Bolsonaro confirme as declarações dadas em entrevista a VEJA de que um ex-assessor dele teve envolvimento no atentado a faca contra o então candidato do PSL, na campanha presidencial de 2018.

O motivo da traição seria justamente uma vingança por ele não ter escolhido o ex-assessor como candidato a vice.

“O meu sentimento é que esse atentado teve a mão de 70% da esquerda, 20% de quem estava do meu lado e 10% de outros interesses. Tinha uma pessoa do meu lado que queria ser vice. O cara detonava todas as pessoas com quem eu conversava. Liguei para convidar o Mourão às 5 da manhã do dia em que terminava o prazo de inscrição. Se ele não tivesse atendido, o vice seria essa pessoa. Depois disso, eu passei a valer alguns milhões deitado”, disse Jair Bolsonaro.

Bebianno classifica a declaração do presidente como “loucura”. “Isso é uma loucura. Não faz o menor sentido. A troco de que eu dedicaria quase dois anos da minha vida para ajudar a eleger o presidente, e depois fazer isso? Isso é uma loucura. Nunca houve qualquer cogitação no sentido de eu ser o vice. Isso nunca existiu”, diz.

Após a publicação da entrevista por VEJA, a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), convidada a ser vice de Bolsonaro em 2018, relatou no Twitter que Bebianno insistiu para que ela assumisse a candidatura até horas antes de o general Hamilton Mourão ser escolhido e anunciado como companheiro de chapa do presidente.

“Trabalhei exaustivamente pela minha candidata, que era a Janaína. Fiz o que pude. O presidente precisa urgentemente buscar auxílio psiquiátrico. Ele não está bem. No primeiro momento, quando soube da alegação, fiquei perplexo e indignado. Sou um ser humano normal. Mas, sinceramente, agora, me dá pena perceber o estado emocional e psíquico em que ele se encontra. Não obstante, independente disso, diante da gravidade do fato, sou obrigado a buscar respaldo judicial. Lamento muito tudo isso”, afirma o ex-ministro.

Fonte: VEJA