Um milhão de trabalhadores já tiveram salário e jornada reduzidos após MP

O governo anunciou nesta segunda-feira (13) que mais de um milhão de trabalhadores tiveram salários e jornadas reduzidos ou contratos suspensos após a edição de MP (Medida Provisória) que autoriza a celebração de acordos entre patrões e trabalhadores durante a pandemia do novo coronavírus.

Segundo o IBGE, o Brasil tinha 33,624 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor privado no trimestre encerrado em fevereiro.

A informação é do secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco. O dado inclui acordos individuais e também acordos coletivos de categorias feitos com intermediação de sindicatos.

“Nesse período, os empresários, confiantes na medida, e os empregados também se uniram e chegaram aos seus acordos individuais e coletivos. Podemos dizer que essa medida provisória já tem frutos, e os frutos são mais de um milhão de empregos preservados”, disse.

Fonte: Folha de S.Paulo

Maia defende Mandetta: ‘A gente precisa de um caminho único’

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta segunda-feira a posição do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre a necessidade de um discurso único em relação ao isolamento social. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, Mandetta disse que espera convergência de esforços no combate ao coronavírus. Na semana em que chegou a limpar as gavetas e quase deixar o cargo por atritos com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro disse que a divisão de estratégias gera “dubiedade”.

Em entrevista coletiva na Câmara, Maia disse que o ministro foi “coerente”.

— É óbvio que se ele, como ministro da Saúde, dá uma orientação, e o presidente dá outra, isso gera dúvidas na sociedade brasileira. E essas dúvidas precisam acabar. A gente precisa ter um caminho único. Qualquer que seja (esse caminho), e cada um assume a sua responsabilidade sobre as suas decisões — disse Maia.

O presidente da Câmara acrescentou que Mandetta está preocupado com os impactos das aglomerações e o possível colapso do sistema de saúde.

— O ministro ontem foi muito tranquilo, não achei que ele foi agressivo. Mas, perguntado (sobre o assunto), ele tem que responder.

Na entrevista, Mandetta se posicionou contra as atitudes de Bolsonaro.

— Não há ninguém contra nem a favor de nada. O nosso inimigo é o coronavírus — afirmou o ministro — Esse é o nosso adversário, inimigo. Se eu estou ministro da Saúde, é por obra de nomeação do presidente. O presidente olha pelo lado da economia. O Ministério da Saúde entende a economia, entende a cultura e educação, mas chama pelo lado de equilíbrio de proteção, à vida. Eu espero que essa validação dos diferentes modelos de enfrentamento possa ser comum e termos uma ala única, unificada. Por isso leva para o brasileiro uma dubiedade: não se sabe se escuta o ministro, o presidente.

Fonte: O Globo