Com reforma da Previdência aprovada, Guedes mira salário de servidor público

O Senado acaba de aprovar o texto-base da reforma da Previdência, uma das principais promessas de mudança liberal do Governo Bolsonaro, que estabelece pela primeira vez uma idade mínima para aposentadoria (65 anos para homens e 62, para mulheres). Mas enquanto o texto só espera a votação dos destaques e a promulgação em sessão conjunta do Congresso, o Governo de Jair Bolsonaro já começa a se empenhar na aprovação de ao menos duas novas medidas econômicas ainda neste ano: a reforma administrativa, que deve ser enviada nas próximas semanas ao Congresso Nacional, e o pacto federativo, que pretende delimitar os direitos e deveres de cada ente federativo, principalmente com relação aos tributos. Por outro lado, já está claro entre técnicos do Ministério da Economia, que o Governo não enviará sua proposta de reforma tributária neste ano. Só o fará em 2020.

A reforma administrativa a ser apresentada pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende aproximar o salário dos servidores públicos com os que têm função equivalente na iniciativa privada. Desde que assumiu o ministério, em janeiro deste ano, Guedes se queixa dos altos salários do funcionalismo público. Uma das bases para justificar sua percepção, é em um estudo do Banco Mundial lançado no início do mês, no qual mostra que, de maneira geral, o servidor público federal no Brasil custa quase duas vezes a mais para o seu empregador do que um trabalhador da iniciativa privada em atividade econômica similar.

Uma questão que chegou a ser estudada, mas ainda não está claro se será apresentada ou não, é o fim da estabilidade do servidor público. Pelas regras atuais, depois de um período de experiência, dificilmente um funcionário federal no Brasil perde seu emprego. Uma demissão depende de longos processos de apuração internos e que geralmente só ocorrem se o funcionário cometeu algum delito civil ou criminal, por exemplo, desviou dinheiro público ou se envolveu em atos de corrupção. O Governo estuda maneiras de fazer com que esses servidores sejam obrigados a cumprir metas, assim como em algumas empresas privadas. Caso não as cumpram, seriam demitidos. Esse tema específico deve sofrer forte oposição no Congresso Nacional, onde o lobby dos servidores é intenso junto a deputados e senadores.

Com relação ao pacto federativo, o assunto já vem sendo debatido timidamente na Câmara e no Senado. Mas, até o momento, não teve uma participação efetiva do Governo. O pacto federativo é um pacote de projetos de lei que incluem desde a redefinição de qual imposto vai para qual órgão (União, Estado ou município) até sobre de quem é a responsabilidade pela segurança pública. Ou seja, envolve a maior parte dos ministérios de Bolsonaro.

Na área econômica, o foco será na distribuição dos recursos do megaleilão do petróleo previsto para ocorrer no início de novembro e que pretende arrecadar ao menos 100 bilhões de reais. Há ainda um projeto que pretende ampliar de 2024 para 2028 o prazo para o pagamento dos precatórios e outro que autoriza o poder público a vender recebíveis a instituições financeiras privadas por um valor menor, é o que foi batizado de securitização das dívidas. Esses três projetos ou foram aprovados em apenas uma das duas casas legislativas ou ainda estão em fase inicial de discussões.

Em outra frente, o Governo ainda pretende enviar duas propostas de emendas constitucionais. Uma que altera a “regra de ouro”, a norma que proíbe o governo de fazer mais dívidas para pagar despesas correntes. E outra que tem como finalidade facilitar o remanejamento do Orçamento por meio da desvinculação de recursos, da desindexação, da obrigação de conceder reajustes salariais e da desobrigação de pagar as despesas que são pagas atualmente.

Fonte: El País

Doria visita Mourão no Planalto durante período de ausência de Bolsonaro

Após o clima de rivalidade que se instaurou entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente Jair Bolsonaro na projeção da disputa presidencial de 2022, o tucano se valeu da ausência de Bolsonaro para visitar o presidente interino, Hamilton Mourão, no Palácio do Planalto. O encontro se deu na tarde desta 3ª feira (22.out.2019).

Doria negou que a visita a Mourão tenha sido 1 meio de manter contato com o governo sem se aproximar de Bolsonaro –que está em viagem de 10 dias à Ásia e ao Oriente Médio.

De acordo com o governador, a reunião foi marcada para tratar da desativação do aeroporto Campo de Marte (SP), mantendo-o apenas para pousos de helicópteros e o transformando em 1 parque público, preservando a área pertencente à Aeronáutica.

Teve como pauta também a viabilização da ponte que ligará Santos (SP) ao Guarujá (SP) e a cessão onerosa, que repartirá com os estados recursos do megaleilão de petróleo da Petrobras.

Questionado por jornalistas sobre a possível candidatura de Joice Hasselmann (PSL) à Prefeitura de São Paulo, Doria declarou que, apesar da amizade que ambos mantêm na vida pessoal, não pretende apoiá-la.

“Meu candidato a prefeito é Bruno Covas. Isso não impede que eu mantenha com a deputada Joice uma relação de estima, admiração. Ela engrandece o debate eleitoral ao meu ver”, afirmou o governador.

Fonte: Poder 360

Previdência: Senado aprova texto-base, mas votação deve ser concluída só nesta quarta

O Senado aprovou nesta terça-feira (22) por 60 votos a 19, em segundo turno, o texto-base da reforma da Previdência.

Após a aprovação do texto-base, os senadores chegaram a analisar parte dos destaques (propostas para mudar a redação), mas não concluíram essa etapa. Dos quatro destaques, dois foram analisados e rejeitados. A votação será retomada nesta quarta (23), e a sessão está marcada para as 9h.

Entre outros pontos, o texto prevê idade mínima de aposentadoria para homens (65 anos) e mulheres (62 anos).

Por se tratar de emenda à Constituição, a proposta precisou ser submetida a dois turnos de votação e ter o apoio mínimo de 49 dos 81 senadores

No primeiro turno, a PEC foi aprovada por 56 votos a 19 e no segundo, por 60 votos a 19.

Antes de chegar ao plenário para ser analisada em segundo turno, a PEC recebeu o aval, mais cedo nesta terça, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Fonte: G1