Casas de jogo empregam 150 mil pessoas na Argentina

Para o Brasil, o exemplo mora logo ao lado. Cassinos, bingos e turfe são permitidos na Argentina.

O Brasil é um dos poucos países da América Latina a ainda proibir os jogos de cassino, cassino online e bingo. Esse fato pode mudar em breve, pois a regularização da atividade está constantemente em pauta no Senado e na Câmara Federal. A legalização é provável, ainda mais após a liberação das apostas esportivas no país, no final de 2018.

Um exemplo do potencial do jogo como uma atividade econômica mora logo ao lado. Na Argentina, milhões de pesos são apostados todos os meses. Há casas de cassino, sites de cassino online, bingos, apostas em corridas de cavalos e loterias.

Até 1990, o jogo era controlado unicamente pelo Estado. Após a abertura desse mercado para a iniciativa privada, as casas de cassino rapidamente se espalharam pelo país. Atualmente a regulamentação e as concessões para esse tipo de atividade ficam sob a responsabilidade das províncias argentinas.

Confira a seguir algumas das principais casas de cassino do país e alguns dados do mercado de jogos da Argentina.

O negócio “jogo” na Argentina

Em 2017, o governo argentino arrecadou quase R$ 20 milhões com os “jogos de azar”. O faturamento corresponde ao orçamento do Ministério do Desenvolvimento Social e o dobro do orçamento anual da saúde do país.

Apenas com as casas de cassino e bingos, o país emprega cerca de 150 mil pessoas. O dado foi levantado pelos jornalistas investigativos Cristian Pérez e Ricardo Heurtley, do Fórum Argentino de Jornalismo (FOPEA). A Argentina possui uma população de 44 milhões de pessoas. Ou seja, apenas 20% da população do Brasil.

Caso a proporção de empregos fosse similar no Brasil, cerca de 750 mil brasileiros trabalhariam em casa de jogo. O faturamento poderia ser dezenas de vezes maior. Afinal, o Real é mais valorizado que o Peso, e o potencial turístico do Brasil é muito maior.

Alguns números do jogo na Argentina (2017)

– Em 2017, os argentinos apostaram R$ 10,2 milhões em cassinos, bingos e apostas em corridas de cavalos.

– Nos jogos de loteria foram gastos mais de R$ 3 milhões.

– Foram pagos quase R$ 6 milhões em prêmios.

– As concessionárias de casas de jogo arrecadaram R$ 7 milhões.

– Mais de 150 mil pessoas trabalhavam em casas de jogos.

As principais casas de cassino da Argentina

Apesar do jogo ser permitido nas outras províncias do país, a Província de Buenos Aires não permite casas de cassino. No entanto, um “jeitinho” foi encontrado para que o jogo possa ser explorado na capital. A ideia foi genial: ancorar dois barcos-cassino no Rio de La Plata, em Puerto Madero, zona pertencente ao Estado Argentino.

O cassino Puerto Madero foi inaugurado em 1999. O barco Estrella de La Fortuna possui três andares, onde estão distribuídas dezenas de máquinas e mesas de jogo, restaurantes e espaços para apresentações musicais, de dança e teatro. São 700 máquinas de slot machines, 130 mesas de jogo (blackjack, poker, baccarat, dados e roleta), segurança privada e até mesmo transporte gratuito para o centro da cidade.

O espaço de 2000 m² pode abrigar até 2500 pessoas. O local também conta com uma sala VIP para os jogadores que gostam de apostar valores mais altos, os chamados “high rollers”.

O cassino Puerto Madero conta com um espaço de cassino online. Todos os níveis da embarcação contam com televisores, onde são transmitidas partidas esportivas e corridas de cavalos.

Para comprar fichas no local, o jogador possui duas opções: no pagamento com cartão de crédito, o valor será debitado em pesos argentinos, e os prêmios obtidos serão pagos na mesma moeda. Caso o apostador tenha a preferência por dólares, o valor deve ser levado em espécie. Dessa forma, os prêmios também serão pagos em dólares americanos.

Cassino Iguazu

Muito próximo à fronteira com o Brasil (Foz do Iguaçu), está o cassino Iguazú, localizado em Missiones, na Argentina. O cassino-resort e spa foi inaugurado em 1994, e conta com duzentas máquinas de slots, 34 mesas de jogos e salas de torneios para até trezentas pessoas.

O cassino, apesar de mais enxuto em comparação com o de Puerto Madero, aposta no luxo. O local investe em espetáculos, festas e até distribui drinks grátis. A ideia é que o local seja atrativo até mesmo para os turistas que não gostam de jogar.

E o Brasil?

Enquanto isso, o Brasil está caminhando para uma legalização dos sites de cassino online. No final de 2018, uma medida provisória foi aprovada pelo então presidente Michel Temer, que por efeito legaliza as apostas esportivas, online e em bancas, no Brasil. Os cassinos e os sites de cassino online devem ser o próximo passo. Já há interesse na liberação dessa atividade, em locais turísticos e anexados a grandes resorts. A ideia é impulsionar o investimento estrangeiro, atrair turistas e disputar espaço com os sites de cassino online estrangeiros, que atualmente monopolizam o mercado nacional.

Polícia de Minas alerta sobre fake news sobre doações para vítimas de Brumadinho

O major Flávio Santiago, porta-voz da Polícia Militar de Minas, fez um alerta neste domingo sobre notícias falsas nas redes sociais sobre doação para as vítimas do rompimento da barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho. Segundo o major, circulam no WhatsApp muitas mensagens pedindo doações em dinheiro e informando os dados bancários para depósito.

— Muitas mensagens falsas estão circulando na internet pedindo donativos, entregando número de conta corrente. Se a pessoa não conhecer a fonte que está solicitando qualquer tipo de valor, não faça nenhum tipo de doação — alerta o porta-voz.

Segundo ele, também não são necessárias doações de mantimentos e que possíveis envios podem causar o prejuízo com a perda de alimentos.

O porta-voz também informou que não há necessidade de voluntários para o resgate das vítimas.

— Não há, no momento, necessidade desse apoio. Vamos deixar esse trabalho para os profissionais, que são treinados para esse tipo de operação que apresenta vários riscos.

Fonte: O Globo

Tragédia da Boate Kiss completa 6 anos e é marcada por pedidos de justiça

Uma das maiores tragédias do Brasil completou nesse domingo, 27, seis anos. Em Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul, centenas de pessoas entre familiares e amigos realizaram homenagens às 242 pessoas que morreram por causa do incêndio na Boate Kiss. Ainda no sábado, 26, por volta das 22 horas, parentes das vítimas realizaram uma passeata que teve como ponto de partida a Praça Saldanha Marinho. De lá, o grupo seguiu até a frente da boate, localizada na Rua dos Andradas, onde permaneceram até 1 hora da manhã desse domingo, 27, fazendo vigília e orações. 

Durante os seis anos desde a tragédia, a fachada da boate Kiss recebeu várias pinturas, onde os desenhos expressam a punição dos responsáveis. Em frente à boate, familiares das vítimas também aproveitaram para falar do desastre ocorrido na última sexta-feira, 25, em Brumadinho.

Em entrevista ao Estado na tarde deste domingo, o presidente da Associação das Vítimas da Boate Kiss, Sergio da Silva, lamentou que não houve avanços por parte das autoridades responsáveis na luta por justiça.

“Depois de seis anos de procura por justiça, nada evoluiu, nada mudou. Procuramos todas as instituições possíveis, como a Procuradoria Geral da República, Supremo Tribunal Federal, Conselho de Direitos Humanos da Câmara de Deputados, Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e, infelizmente, nada. Ainda temos um processo contra o Estado Brasileiro na Corte Internacional de Direitos Humanos, mas, até agora, não tivemos resposta nenhuma”, disse Silva que é pai de Augusto Sergio da Silva, que morreu durante o incêndio quando tinha apenas 20 anos.

“Na questão de prevenção e segurança, continua tudo a mesma coisa. As boates sempre cheias e Santa Maria não dá uma posição de fiscalização. Nada evoluiu. O sistema de prevenção sempre vem criando aquelas facilidades, ou seja, abrir mais uma porta (referindo-se dentro da boate), colocar mais uma sinalização, mas, se formos analisar essa questão de estar abrindo muitas portas para as pessoas saírem, não vai adiantar”, lamentou, dando como exemplo o incêndio na discoteca República Cromañón, na Argentina, em 2004, causando a morte de 194 pessoas e ao menos 1432 feridos. 

“No incêndio da Argentina, a boate tinha varias portas para se abrir, mas não havia chaves. O símbolo de Cromañón atualmente é uma mão cheia de chaves. Só abrir portas em boates não quer dizer que se vai evitar outra tragédia. É um processo muito mais complexo e precisa ser discutido”, finalizou. 

Até o presente momento não se sabe se os quatro acusados pelas mortes das 242 pessoas – os ex-proprietários da boate Elissandro Spohr, o Kiko, e Mauro Hoffmann e os músicos Luciano Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos – irão a júri popular ou serão julgados por um juiz único. A decisão da Justiça de Santa Maria, foi mandar os réus a júri popular, no entanto, a defesa dos réus recorreu e o Tribunal de Justiça do Estado determinou que eles sejam julgados por um magistrado.

Fonte: Estadão

Justiça brasileira já bloqueou R$ 11 bilhões da Vale por rompimento de barragem

A justiça brasileira já bloqueou R$ 11 bilhões da Vale para compensar os prejuízos e danos ambientais provocados pelo rompimento de uma barragem em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte, informaram fontes oficiais.

O Ministério Público de Minas Gerais disse, na noite de sábado (26), que a Justiça congelou R$ 5 bilhões. Este valor se soma ao de duas ações anteriores, uma de R$ 5 bilhões e outra de R$ 1 bilhão. Todas as decisões são cautelares.

De acordo com o balanço mais recente, a tragédia deixou 37 mortos, mais de 250 desaparecidos e um número ainda indefinido de desabrigados, além de ter provocado danos materiais e ambientais. 

Além do bloqueio de bens, a última medida judicial determina que a empresa deve assumir responsabilidade pela assistência às vítimas e seus parentes, entre outros dispositivos.

A Justiça afirmou, em um comunicado, que “em caso de inexistência do valor [estipulado], devem ser declarados indisponíveis bens como automóveis e imóveis”.

Fonte: UOL