Ganhador do Nobel de Economia: “Brasil merece alguém melhor que Bolsonaro”

O discurso de Jair Bolsonaro no Fórum Econômico de Davos foi recebido pelo mercado como pouco específico. No final da terça-feira, 22, o dólar avançou e fechou acima de R$ 3,80, puxado também pelo recuo nas negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos.

Para o especialista Robert Shiller, prêmio Nobel de Economia, o presidente atual não agrada. “O Brasil é um grande país. Merece alguém melhor”, disse o americano Robert Shiller, prêmio Nobel de Economia. “Ele me dá medo”, afirmou ao Estadão Conteúdo.

O economista explica que ouviu discursos moderados de presidentes como Donald Trump e Viktor Orban, presidente da Hungria. Vi Viktor Orban em um discurso e ele também parecia moderado e razoável”, declarou.

Para Ricardo Marino, presidente do Itaú na América Latina, o discurso de Bolsonaro serviu para ensinar aos que não conhecem o Brasil mais sobre o país.”Obviamente que o investidor quer saber de mais detalhes. Mas para quem não está educado sobre o Brasil, ele vê que novo ciclo chegou”, disse. “Foi genérico, ele leu. Mas passou a mensagem para educar a média daqueles que não sabem o que é o Brasil”, opina.

Fonte: Yahoo Finanças

‘Pessoal está se antecipando ao inimigo’, diz Mourão ao responder sobre embargo da Arábia a frango

“O pessoal está se antecipando ao inimigo”, disse nesta terça-feira (22) o vice-presidente Hamilton Mourão ao responder a uma pergunta sobre se a decisão da Arábia Saudita de barrar a importação de carne de frango de frigoríficos brasileiros seria uma retaliação à intenção do governo de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.

Na declaração, Mourão não deixou claro se ao falar em “pessoal” estava se referindo à Arábia Saudita. Procurada pelo G1, a assessoria da Vice-Presidência informou que ele se referia a “analistas e comentaristas de mercado”.

A Arábia Saudita barrou a importação de carne de frango de cinco dos 30 frigoríficos do Brasil que forneciam para o país, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O mercado saudita é o maior comprador desse produto brasileiro.

Mourão, que está no exercício da Presidência em razão da viagem de Jair Bolsonaro a Davos (Suíça), comentou o assunto ao sair do Palácio do Planalto. O vice-presidente foi perguntando se a posição dos árabes seria uma retaliação causada pela discussão do governo de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.

“A embaixada não está mudada ainda. O pessoal está se antecipando ao inimigo, pô”, disse Mourão.

Fonte: G1

Renan: candidatura de Tebet ‘robustece’ eleição para presidente do Senado

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou nesta 3ª feira (22.jan.2019) que a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) à presidência da Casa “robustece o processo decisório e consolidará ainda mais a união da nossa bancada”.

Os 2 disputarão a preferência do partido. A senadora oficializou a candidatura, o congressista nega ser 1 dos concorrentes.

“O fundamental é que cheguemos juntos ao plenário no dia 1 de fevereiro”, afirmou Renan Calheiros.

O MDB tem reunião marcada na próxima 3ª feira (29.jan) para decidir o nome que será indicado para a disputa, além de quem poderá assumir a liderança do partido.

Na corrida pela presidência, Calheiros e Tebet podem enfrentar Major Olímpio (PSL-SP), Esperidião Amin (PP-SC), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Alvaro Dias (Podemos-PR) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) .

O número alto de concorrentes é novidade no Senado. Isso fez com que o atual presidente, Eunício Oliveira, estabelecesse, em questão de ordem apresentada no fim de 2018 pelo então senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que somente será eleito aquele que obtiver votação superior a 41 votos, entre os 81 senadores.

Fonte: Poder 360

O breve discurso de Bolsonaro decepciona em Davos

Havia expectativa no Fórum Econômico Mundial quanto à estreia de Jair Bolsonaro no cenário internacional, em sua primeira viagem desde a posse como presidente, no último dia 1º. E, se o que os investidores esperavam de seu discurso era algum detalhe sobre as prometidas reformas, a decepção foi inevitável. Bolsonaro estimulou os investidores a apostarem num novo Brasil livre de corrupção e se comprometeu com a abertura comercial e econômica da maior economia latino-americana.

Num dos discursos mais curtos já vistos numa sessão inaugural do fórum de Davos –15 minutos ao todo, incluindo a apresentação feita pelo fundador do evento, Klaus Schwab, e as perguntas posteriores–, Bolsonaro repetiu suas principais promessas eleitorais e demonstrou suas raízes populistas. “Tendo como lema Deus acima de tudo, acredito que nossas relações trarão infindáveis progressos para todos.”, disse ao concluir sua intervenção inicial. “Não queremos uma América bolivariana como havia antes no Brasil com outros Governos. Quero lhes deixar claro que a esquerda não vai prevalecer na América Latina, o que é muito positivo para a região e para todo o mundo”, acrescentou ao final de sua fala no auditório principal do centro de convenções de Davos.

No discurso, o presidente brasileiro fez uma inflamada defesa da abertura comercial do Brasil —“Nós nos necessitamos mutuamente”, admitiu— e de uma melhoria no ambiente de negócios. “Pedi ao meu ministro da Economia que faça o necessário para situar o Brasil entre os 50 melhores países para fazer negócios”, comparado à 109ª colocação que o país ocupava na última pesquisa do Banco Mundial. Contrariando as posições protecionistas que o Brasil tradicionalmente manteve nas reformas comerciais globais, Bolsonaro defendeu a integração do Brasil no mundo “com uma defesa ativa da segurança jurídica e da Organização Mundial do Comércio” — um posicionamento tão enfático que é inédito a um líder brasileiro. Também se comprometeu a reduzir a presença do Estado na economia, a promover uma reforma tributária e eliminar “qualquer viés ideológico para fazer negócios”.

Se sua intervenção servir para medir quais serão suas prioridades de Governo, como aponta William Jackson, economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics, o presidente do Brasil pôs o comércio à frente da reforma fiscal e da reforma previdenciária, tão esperada por parte dos investidores. Em troca, suavizou sua posição com relação ao meio ambiente e à utilização das terras protegidas para a agricultura e a pecuária. “O Brasil é um modelo a seguir na proteção do meio ambiente. É um paraíso natural que não é suficientemente conhecido”, disse Bolsonaro, o mesmo que indicou para o ministério do meio ambiente o advogado Ricardo Sallles, apoiado por ruralistas e alvo de ação de improbidade administrativa, acusado de manipular mapas de manejo ambiental do rio Tietê.

Além disso, ele se comprometeu a combater a corrupção, a lutar contra a lavagem de dinheiro e a melhorar a segurança nas cidades, “para que venham nos visitar”. Sobre detalhes, apelou à presença do ministro da Justiça, o ex-juiz Sergio Moro, responsável por levar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão, e que também participa da delegação brasileira que viajou à Suíça. Prometeu ainda “proteger a família, os verdadeiros direitos humanos e o direito à vida”.

Fonte: El País