Dados do Pnud mostram disparidades sociais e melhores resultados para brancos

O escritório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro (FJP) apresentaram ontem (10) um conjunto de dados desagregados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e outros 170 dados socioeconômicos, por cor, sexo e situação de domicílio (urbano e rural) no Brasil.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida resumida do progresso a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde. O objetivo da criação do IDH foi o de oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento.

Segundo o relatório Desenvolvimento Humano para Além das Médias, “tanto no caso do IDHM, quanto dos subíndices de longevidade, educação e renda, e para todas as localidades analisadas, os dados desagregados confirmam as disparidades sociais existentes entre os grupos e evidenciam melhores resultados para brancos, homens e população urbana”.

As informações são dos censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000 e 2010 e abrangem dados nacionais, das 27 unidades da Federação, de 20 regiões metropolitanas e 111 municípios.

O conjunto dos dados desagregados pode ser acessado na plataforma www.atlasbrasil.org.br.

O objetivo da iniciativa das instituições é dar visibilidade a dados estatísticos que evidenciam desigualdades e, com isso, subsidiar a elaboração de políticas públicas para a promoção da igualdade racial, de gênero e de melhores condições sociais das populações urbanas e rurais.

Fonte: Agência Brasil

Concursada presa escreve ‘fragrante’ e ‘tranzito’ em prova da Polícia Civil do Piauí

prova

Erros grosseiros de português e respostas vazias diante de um crime são alguns dos despreparos evidentes de uma aluna do curso de formação presa e que tentou ser aprovada no concurso da Polícia Civil do Piauí.

Na prova a candidata escreve “tranzito”(trânsito), “fragrante” (Flagrante) e prissão (prisão), além de respostas sem qualquer fundamento. O Cidadeverde.com divulga a prova, que é um dos itens que está no inquérito que investiga a operação “Infiltrados” que resultou na prisão de 21 pessoas, sendo 12 deles policiais civis aprovados.

O delegado do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), Kleydson Ferreira, informou que teste foi realizado por uma das candidatas suspeitas de pagar para conseguir passar no concurso para o mesmo cargo, feito em 2012. Apesar dos erros de português e que mais parecem ‘pérolas do Enem’, ela foi aprovada no certame só não assumiu o cargo de policial porque foi eliminada na prova de tiros.

Das nove questões da disciplina de Noções de Direito Processual Penal (realizada em 2014) apenas três foram respondidas corretamente. Ela obteve 4,3 de nota na prova. 

“Essa candidata vinha chamando a atenção desde o curso de formação na Acadepol, por responder provas com erros grotescos de português, sem concatenar ideias, sem raciocínio lógico. A maioria dessas respostas são absurdas. Nessa disciplina, o candidato podia reprovar mas não era excluído, pois havia uma espécie de recuperação. Ela passou no concurso, começou a fazer o curso de formação, mas reprovou na prova de armamento e tiro e acabou sendo eliminada”, disse o delegado Kleydson Ferreira, responsável pelo inquérito. 

Sobre a candidata, o delegado do Greco acrescenta ainda que chamou a atenção o fato dela ter apresentado um diploma de formação em curso superior emitido pela Universidade Estadual do Piauí (Uespi). “Será levantado se o documento é ou não falso”, reitera.

A investigação da Polícia Civil apontou que os candidatos pagaram R$ 25 mil para conseguirem aprovação. Dos 23 investigados, 13 são policiais civis. Dos investigados há apenas dois foragidos, Antônio Lopes da Silva Júnior (policial civil) e Hermeson José da Silva. 

Fonte: Cidade Verde

Presidente do TST avalia como ‘razoável’ intervalo de 30 minutos para almoço

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho, disse nesta quarta-feira (10) durante audiência pública sobre a reforma trabalhista no Senado que considera “razoável” um intervalo de 30 minutos para o almoço do trabalhador.

Entre outros pontos, a reforma – aprovada na Câmara e que tramita no Senado – estabelece regras para que acordos entre empresários e representantes dos trabalhadores passem a ter força de lei, o chamado “negociado sobre o legislado”.

Um dos pontos que podem ser tema de acordo, segundo a proposta, é o intervalo intraturno em locais com jornada de trabalho superior a seis horas. O período pode ser usado, por exemplo, para almoço do empregado. A proposta permite que, após negociação, o tempo seja reduzido de uma hora para 30 minutos.

“Não é que necessariamente vai virar agora 30 minutos. O fato de admitir a negociação significa que não vai ser necessariamente uma hora para todas as categorias […]. O que eu estou dizendo é que 30 minutos é algo que é razoável”, afirmou o magistrado na audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Assuntos Econômicos (CAE).

Ives Gandra Filho citou como exemplo o caso de trabalhadores do setor de transporte rodoviário que, segundo ele, procuraram a Justiça do Trabalho para pedir a redução do intervalo.

“Eles diziam: ‘Não queremos ficar uma hora aqui no posto. Em meia-hora, eu como e já quero seguir caminho, chegar mais cedo’. Nós acabamos mudando súmula do TST em relação ao trabalhador rodoviário, admitindo que a negociação deles era válida”, afirmou,

Outro participante da audiência pública, o procurador-geral do Ministério Público do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, criticou o possível encurtamento do intervalo intrajornada.

“Se coloca que pode reduzir para meia-hora, mas não se condiciona o fornecimento de um refeitório para os empregados. E se o restaurante mais próximo do local ficar a 15 minutos? 15 minutos para ir, 15 minutos para voltar, acabou o tempo de refeição”, disse.

Fonte: G1

Temer: Brasil precisa “eliminar raivosidades” para ser pacificado

O presidente Michel Temer disse ontem (10) que o país precisa “eliminar uma certa raivosidade”, ter “tranquilidade” para ser pacificado e resgatar a “cordialidade” característica do brasileiro. Segundo ele, “nada vai impedir que o Brasil continue a trabalhar”. Nesse sentido, segundo o presidente, as medidas adotadas com o objetivo de melhorar a economia e gerar empregos o ajudarão no processo de pacificação do país.

“É preciso eliminar uma certa raivosidade que muitas vezes permeia a consciência nacional. Precisamos ter paz, tranquilidade e saber que nada vai impedir que o Brasil continue a trabalhar”, disse Temer durante cerimônia de assinatura do novo Decreto de Regularização Portuária, no Palácio do Planalto.

“O que precisamos é pacificar o país. Precisamos ter mais tranquilidade no país. O país não pode ficar nesta posição de embate permanente de brasileiro contra brasileiro. Ao contrário: a regra geral, conhecida nacional e internacionalmente, é, exata e precisamente, a cordialidade entre os brasileiros. É claro que há disputas as mais variadas. Mas jamais as agressões de natureza verbal e muito menos de natureza física”, disse o presidente.

Segundo Temer, a melhora na economia do país, estimulada entre outros fatores pela liberação das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), pode colaborar para essa pacificação. “O setor de varejo cresceu muito neste último mês, algo que tem sido atribuído à liberação das contas inativadas do FGTS”, disse.

“Com isso, a produção industrial teve o melhor resultado desde 2013. Por isso, a balança comercial registra seguidos superávits. Por isso, acho até, convenhamos, que os brasileiros estão começando a ficar otimistas com a economia, segundo pesquisas feitas recentemente”, acrescentou o presidente.

Fonte: Agência Brasil

‘Medo do que Lula tem a dizer explica decisão de Moro’, diz professor

size_810_16_9_FRP_Juiz-Sergio-MoroA proibição da gravação do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz federal Sérgio Moro na tarde de ontem (10), em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato, não tem outra justificativa senão o medo do que Lula tem a dizer. A avaliação é do cientista político da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Pedro Fassoni. “Não vejo outra explicação mais verossímil que eu possa encontrar. As provas contra Lula são muito frágeis”, diz.

“Não existe justificativa para a proibição do depoimento, que está previsto no Código Penal. O advogado do réu tem o direito de gravar. O que Moro receia é que caia nas redes sociais a argumentação de Lula, revelando mais uma vez que sua conduta é parcial.”

Fassoni destaca a conduta de Moro, que vem sendo muito criticada por juristas e até mesmo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e lembra a divulgação da escuta de uma conversa entre a então presidenta Dilma Rousseff e Lula, em março de 2016. “Diante das críticas, ele pediu desculpas  aos integrantes do STF, mas não aos prejudicados pela divulgação e nada aconteceu com esse juiz.”

Outro aspecto é o fato de o juiz continuar a circular com desenvoltura entre integrantes do atual governo, parlamentares do PSDB, PMDB, Democratas, lideranças empresariais. Inclusive jantares e eventos promovidos pelo atual prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), e até mesmo lançamento de livros contra Lula.

“Pesa ainda a forte militância da família de Moro no Paraná. Há muita coisa sobre o comportamento desse juiz que precisa ser questionada.”

Para ele, o fato é que os depoimentos que incriminam Lula foram feitos por pessoas que já estão na cadeia e que tiveram uma possibilidade de ter sua pena atenuada. “Existe uma tortura, uma pressão psicológica para que algumas pessoas que estão presas na carceragem em Curitiba acabem incriminando o Lula para poder obter um tipo de vantagem nisso.”

Para Fassoni, o que tem preocupado são os chamados vazamentos seletivos. “Até agora tivemos 70 pessoas que inocentaram o Lula e apenas duas aí que disseram que o tríplex do Guarujá pertence a ele ou pertenceu em algum momento. Curiosamente só esses dois acabaram vazando. Os outros 70 não. Veja que ele joga para o público que a ação do Moro trabalha em sinergia com os oligopólios midiáticos.”

Exemplo disso são as revistas semanais (Veja e IstoÉ), que colocam em suas capas a figura de Lula e Moro como adversários, quando o juiz deveria estar analisando os dois lutadores. A luta, para Fassoni, teria de ser entre a defesa e a acusação, o advogado de um lado e o Ministério Público do outro – quando na realidade se tem o juiz como julgador e como acusador. “A gente já imagina qual vai ser a sentença, né?”

Fonte: Rede Brasil Atual