Ataque à boate gay é o pior do tipo na história americana

O fim de semana era para ter sido de celebração para os direitos homossexuais dos Estados Unidos com a realização de paradas do Orgulho Gay em diversas cidades do país. Mas foi de terror por conta da intolerância. Um homem abriu fogo em uma casa noturna de Orlando, deixando 50 mortos e 53 feridos, no pior ataque desse tipo na história americana. O atirador, que estaria com pelo menos um rifle de assalto e uma pistola, morreu após troca de tiros.

Omar Mateen, 29 anos, filho de pais afegãos, é apontado pelas investigações como responsável pelo massacre. Segundo seu pai, Mir Seddique, o ódio contra a comunidade LGBT pode ter sido o principal motivador.

– Estávamos no centro de Miami e as pessoas estavam tocando música. Ele viu dois homens se beijando na frente de sua esposa e seu filho e ficou muito bravo. Eles se beijavam e se tocavam, e ele disse: “olha isso, na frente do meu filho eles fazem isso. No banheiro também havia homens se beijando” – disse Seddique à rede NBC, acrescentando que a família também estava em choque.

Mateen, que trabalhava como segurança, mas afirmam que ele não era muito religioso, no momento em que suas “simpatias” pelo movimento islamita são investigadas. A ex-mulher relata que ele era violento. Para a polícia, o ataque tem ligação com extremistas islâmicos. Antes de invadir a Pulse, Mateen telefonou para o número de emergência 911 e disse que agiria em nome do Estado Islâmico (uma agência ligada ao grupo disse que um “soldado” seria o responsável pelo atentado).

De acordo com Ronald Hopper, porta-voz da polícia, Mateen chamou a atenção dos investigadores americanos duas vezes, em 2013 e em 2014, sobre seus supostos laços com terroristas – numa delas teria feito exaltação islâmica e na outra, na outra por ter supostos laços com o primeiro americano a fazer um ataque suicida com bomba na Síria. Foi interrogado, mas as apurações foram encerradas.

Questionado sobre como Mateen foi capaz de conseguir uma licença de armas na Flórida e de comprar legalmente duas armas pouco antes do massacre, Hopper disse simplesmente que a investigação sobre esses supostos laços radicais foi “inconclusiva”.

Eram por volta de 2h (3h em Brasília), próximo ao horário de fechar a casa, quando Mateen invadiu a Pulse atirando. Em sua conta no Facebook, a boate publicou: “Saiam da Pulse e corram”. Em centenas de comentários, pessoas relataram terem estado lá e contaram o que ocorreu.

Fonte: Diário Catarinense