BC eleva taxa básica de juros pela sexta vez consecutiva, para 13,75%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa básica de juros do país em meio ponto percentual, para 13,75%, como medida para conter a inflação. É o sexto aumento consecutivo, e ao longo do ano devem ocorrer mais elevações, segundo apontou economista consultado pelo Jornal do Brasil.

O professor de Economia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Rodrigo Carlos Marques Pereira acredita que “até o fim de 2015 continuem ocorrendo aumentos gradativos da taxa Selic, e que o Banco Central só volte a aprovar uma diminuição da taxa no ano que vem, com uma inflação mais estabilizada”. 

Pereira projeta que até o fim do ano a Selic chegue à casa dos 14% mas que não deveria passar dos 15%, para que não “comprometa a atividade econômica”. O especialista destaca que taxas muito altas podem surtir um efeito inverso e causar reflexo na captação de dinheiro pelas empresas. 

A elevação da Selic está alinhada às expectativas do mercado financeiro e já era aguardada. O Copom retomou o ciclo de elevações da Selic em outubro do ano passado. Desde então, a taxa, que estava em 11% ao ano, acumula alta de 2,75 ponto percentual. 

Questionado a respeito da duração da crise econômica, Pereira acredita que podemos sentir “resquícios do atual cenário” para o ano de 2016″, mas a situação já deve ser melhor do que a enfrentada atualmente. 

No último aumento, efetuado em 29 de abril, o Jornal do Brasil conversou com o professor de Finanças Públicas da USP, Adriano Henrique Rebelo Biava, que chamou a atenção para a efetividade dos sucessivos aumentos. À época, ele destacou que “em uma economia que está precisando crescer, o aumento da Selic tem como consequências diretas a redução de investimentos e o aumento da dificuldade que o governo enfrenta para pagar suas dívidas”. 

Biava também comentou que medidas como um trabalho de fomento da produção nacional deveriam ser adotadas pelo governo, principalmente nos setores de produção de remédios e transportes públicos, para diminuir os efeitos negativos que a alta inflação tem sobre as populações de baixa renda. “A expectativa de aumento da taxa é criada pelo mercado financeiro. Um estudo sobre os impactos desse aumento deveria ser conduzido de forma cautelosa”.

Fonte: Jornal do Brasil

Brasil precisa ajustar economia na direção da indústria, diz ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quarta-feira (3) que o Brasil precisa ajustar a economia na direção da indústria. Levy deu a declaração em Paris, ao participar da assinatura de acordo do Brasil com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Ele declarou que o País deve reduzir as incertezas em relação à economia, com fortalecimento fiscal e simplificação de impostos. Para Levy, o acordo com a OCDE, organismo que desenvolve estudos e pesquisas em diversas áreas, pode ser útil para alcançar esses objetivos.

“Neste momento, talvez tenhamos um pouco menos de protagonismo das commodities [produtos básicos com cotação internacional], o que significa que vamos ter mais protagonismo da indústria de transformação, da parte de conhecimento. Temos que ajustar a economia nessa direção. Também temos que criar as vantagens que vêm da menor incerteza em relação à economia. O acordo com a OCDE vai nesse aspecto, de uma economia mais madura, que sabe que tem que competir no cenário internacional”, afirmou o ministro, em entrevista na capital francesa.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que também participou da assinatura do documento, explicou que o acordo possibilita a participação do Brasil, em caráter mais institucional, nos comitês da OCDE. “[O acordo] nos permitirá, ao longo dos próximos dois anos, aumentar a participação. Já participamos de 14 ou 15 mecanismos, comitês. [Com o acordo] vamos explorar a possibilidade de cooperação mais próxima, aproveitando a experiência da OCDE em todas as matérias discutidas.”

Fonte: Último Segundo

Itaú é processado em R$ 20 milhões após funcionária abortar em agência

O Ministério Público do Trabalho em Palmas (TO) pede na Justiça Trabalhista a condenação do Banco Itaú por prática de assédio moral organizacional no Estado do Tocantins. A multa pretendida é de R$ 20 milhões por dano moral coletivo.

A investigação promovida pelo MPT-TO foi conduzida pela procuradora Mayla Mey Friedriszik Octaviano Alberti, que buscou, reiteradas vezes, a manifestação do banco para defesa. Este, no entanto, manteve-se inerte durante todo o procedimento, sem apresentar os documentos solicitados, nem responder as notificações enviadas.

Para a procuradora Mayla Alberti, “os depoimentos colhidos são uníssonos e demonstram que a ré sobrecarrega seus funcionários com acúmulo de funções e carga excessiva de trabalho, muitas vezes não computando a integralidade das horas suplementares laboradas, contribuindo para um flagrante prejuízo à saúde física e mental dos obreiros.”

Entre as obrigações pretendidas na Ação Civil Pública (ACP), destacam-se o estabelecimento de metas compatíveis com a atividade laboral, a pausa remunerada para descanso, o pagamento de horas extras com correta anotação, o não acúmulo de funções e não perseguir bancários que prestaram depoimentos no Inquérito Civil.

Fonte: Olha Direto

Quem é o primeiro homem da Fifa a admitir corrupção

De todas as histórias que emergiram do escândalo de corrupção na Fifa, uma das mais espetaculares é a do americano Chuck Blazer, ex-membro do Comitê Executivo da entidade e agora o primeiro a admitir às autoridades que recebeu propina relacionada à escolha da África do Sul como sede da Copa do Mundo de 2010.

Em um depoimento concedido a autoridades dos Estados Unidos em 2013 – cuja transcrição foi divulgada pela primeira vez nesta quarta-feira – ele afirma que também recebeu suborno pela escolha da sede da Copa de 1998 e se declara culpado de 10 acusações, entre elas sonegação fiscal.

As informações implicam uma série de outros altos executivos da Fifa. Na semana passada, 14 pessoas foram acusadas de suborno, formação de quadrilha para extorsão e lavagem de dinheiro.

O Departamento de Justiça americano afirma que a entidade aceitou propinas e comissões estimadas em mais de US$ 150 milhões durante um período de 24 anos.

A investigação, divida entre Estados Unidos e Suíça, levou à renúncia do presidente da Fifa, Sepp Blatter, dias após sua reeleição para um quinto mandato.

Mas, para um homem cuja carreira acabou por ser a epítome das alegações contra a entidade máxima do futebol mundial, pode ser surpreendente – ou, talvez, pertinente – que Chuck Blazer nunca tenha atuado no esporte.

“Chuck sabe muito sobre futebol, mas nunca percebi nele nenhuma paixão real pelo jogo”, disse Doug Logan, outra figura proeminente no futebol dos Estados Unidos, disse ao site Buzzfeed. “Ele é o que eu chamo carinhosamente de suit (a palavra “terno”, em inglês, usada como gíria para burocrata).”

Fonte: BBC Brasil