O presidente do PSDB, Aécio Neves, quer convidar todos os partidos políticos para “um grande debate sobre a vulnerabilidade das urnas eletrônicas”. Segundo ele, esse debate pode ser feito neste ano, em que não há eleição.
“As urnas eletrônicas são um avanço inequívoco, mas deve ser permitida sua conferência quando se achar necessário”, disse, na comissão especial de reforma política.
A deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) acha que a “principal voz que vem das ruas” questiona justamente a confiabilidade das urnas eletrônicas. Segundo ela, esse sistema é questionado no mundo inteiro.
Campanha antecipada
Clarissa e Aécio Neves concordaram o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que defendeu a inclusão na reforma da “descriminalização do debate político”.
Segundo Lima, hoje o juiz define o que é campanha antecipada e muitas vezes impede um candidato de disputar a eleição. Ele afirmou que, em outros países, em qualquer tempo é permitido se fazer o debate político.“A manifestação política é legítima a qualquer tempo”, concordou Aécio.
O presidente do PSDB também sugeriu mudança na legislação para proibir institutos de pesquisa que trabalhem para o governo de fazer pesquisas para veículos de comunicação.
Reeleição
Aécio Neves, defendeu o fim da reeleição e o parlamentarismo, em audiência pública na comissão especial de reforma política. No debate, Aécio e o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), defenderam o sistema distrital misto para a eleição de deputados e vereadores e o financiamento misto – público e privado – das campanhas eleitorais.
O relator da comissão, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), informou que a comissão deve ouvir ainda os presidentes do PT, Rui Falcão, e do PMDB, o vice-presidente da República, Michel Temer, antes de apresentar seu relatório, no fim de abril. Ele acredita que a proposta poderá ser votada até o dia 15 de maio no colegiado, para que possa ser votada no dia 26 de maio pelo Plenário, como anunciado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Segundo Aécio, o PSDB considera o parlamentarismo o sistema de governo mais estável. Embora a população brasileira já tenha decidido pelo presidencialismo, em plebiscito realizado há mais de 10 anos, ela acredita que o tema deve ser rediscutido pelo Congresso Nacional.
Ele também defendeu o fim da reeleição, lembrando que foi o próprio PSDB que propôs o instituto. O partido apoia mandatos de 5 anos para todos os cargos eletivos, inclusive para senadores. “Se alguém tinha alguma dúvida sobre o efeito nefasto da reeleição, essa última eleição presidencial mostrou que ela não pode continuar. A atual presidente da República desmoralizou o instituto da reeleição.”
Já o líder do DEM se declarou pessoalmente favorável à possibilidade de reeleição e à manutenção dos mandatos de quatro anos. Segundo Mendonça Filho, o DEM não tem uma posição fechada sobre a reforma política, mas sua opinião pessoal representa a visão de grande parte da legenda.
Fonte: Tribuna da Bahia