Ao contrário da Justiça e das autoridades policiais, a CPMI da Petrobras no Congresso terminou na quarta-feira (10) sem nenhuma revelação ou indiciamento.
Durante a leitura do relatório, não havia nenhum líder governista. O deputado Marco Maia, do PT, começou justificando porque o relatório não seria completo.
“Esta CPMI deparou-se com a adoção de instituto inovador nas esferas investigativas, que é a colaboração premiada, a cujo teor não foi permitido acesso”, declara Marco Maia.
Depois, apresentou o relatório em que não cita partidos políticos acusados de envolvimento no esquema e não pediu o indiciamento de envolvidos no escândalo de corrupção da Petrobras.
Ele disse que apoia as investigações da Polícia Federal, Ministério Público e Justiça que levaram ao indiciamento de dirigentes de empreiteiras, do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Marco Maia considera que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, não trouxe perdas para o país, apesar de o TCU apontar prejuízo de mais de US$ 700 milhões no negócio.
Na época, a presidente Dilma Rousseff comandava o conselho de administração da Petrobras, que aprovou o negócio, e tinha entre seus membros empresários de prestígio. A oposição disse que vai apresentar um relatório paralelo.
“Esse relatório é um relatório chapa branca, é um relatório que foi produzido pela Petrobras e pelo governo brasileiro em contraponto ao que a política federal, o Ministério Público, o juiz Sérgio Moro, tudo o que nós estamos vendo até agora. É lamentável esse relatório”, declara o deputado Ruben Bueno (PPS/PR).
Em um ponto o relator Marco Maia e os parlamentares de oposição concordam: será preciso instalar uma nova CPI no ano que vem para continuar as investigações sobre as irregularidades na Petrobras.
A Petrobras e o Palácio do Planalto não se pronunciaram.
Fonte: Jornal da Globo