Tenho recebido constantes reclamações de alguns criadores da região, principalmente daqueles que produzem leite e queijo, de que esses produtos estariam entrando em Salgueiro, diariamente, procedentes do Ceará, de forma ilegal, uma vez que aquele estado se encontra com restrição do Ministério da Agricultura, por conta do risco da brucelose, doença animal transmissível a humanos.
A brucelose causa febre, suores noturnos, calafrios, dor de cabeça, dores articulares, perda do apetite, podendo, nos casos mais graves, acometer rins, coração e fígado. Apesar de não ser agudamente fatal, a doença prejudica cronicamente a saúde.
Nesse sentido, vejam ofício que encaminhei ao secretário estadual de agricultura:
Cumprimentando-o cordialmente, venho solicitar o vosso empenho junto ao setor competente dessa Secretaria, no sentido de efetuar uma eficiente fiscalização na entrada em nossa cidade, de laticínios, especialmente do leite e queijo, procedentes do vizinho estado do Ceará, área aquela de risco da doença de brucelose.
Segundo produtores da região do sertão central, estaria entrando em Salgueiro, diariamente, considerável volume de leite, inclusive destinado à fabricação de alimentos, procedente daquele estado, sem controle sanitário, pondo em risco a saúde da nossa população.
Espero, portanto, o conhecido empenho de Vossa Excelência, para breve solução do problema.
Realmente a brucelose bovina é uma doença que deve preocupar todo o setor produtivo e a sociedade. A preocupação comentada acima é justificada, no entanto, o principal problema da brucelose bovina hoje é a difusão da doença de áreas onde ela era frequente para áreas onde era rara. Isto está ocorrendo em grande parte por causa de alguns criadores e, principalmente Médicos Veterinários ambos “metidos a espertos” que, ao diagnosticarem a doença em seus rebanhos, em vez de cumprir as normas do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina – PNCEBT que prevê o isolamento e descarte dos animais infectados (abate ou sacrifício sanitário), vendem os animais INFECTADOS POR BRUCELLA para pequenos produtores de várias regiões do Nordeste (produtores que não realizam controle sanitário rigoroso do seu rebanho – exigenica de atestados negativos para ingresso de animais na sua propriedade). Uma única vaca infectada em um rebanho suscetível com manejo semiconfinado onde os aniamis permanecem muito juntos e as vacas parem no pasto comum a todos os animais, pode difundir a infecção (bactéria Brucella aboutus) para várias vacas em poucos meses. Isto, sim, tem contribuído para a difusão da doença no Nordeste brasileiro. Solicito a todos os produtores e CONSUMIDORES de leite, queijos, nata etc. que cobrem das autoridades, PRESSIONEM o poder público para que possamos controlar e, se possível, erradicar esta doença do nordeste. Falo isto porque a brucelose nos animais causa prejuísos de milhões de dólares anuais nos países do continente Americano, além de poder levar o ser humano a incapacidade para o trabalho devido a sequelas articulares que podem permanecer quando da infecção por Brucella abortus.
A propósito, bela foto!
É um problema que realmente merece destaque, até porque grande parte das doenças que temos são causadas ou agravadas pelos alimentos que ingerimos. Espero que o secretário estadual de Agricultura e também, de forma independente, o município de Salgueiro, levem em conta esse pedido e apertem a fiscalização.