Alckmin pede a eleitor para não considerar solidariedade a Bolsonaro na hora do voto

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, defendeu nesta segunda-feira que o eleitor não se deixe influenciar pela solidariedade a Jair Bolsonaro (PSL) na hora de decidir o voto daqui um mês. O discurso é uma tentativa do tucano de frear uma onda em favor do adversário após ter sido vítima de um atentado a faca na semana passada.

— São duas questões distintas. Uma é a solidariedade a quem foi vítima de um atentado vil e covarde. A outra são os destinos do país, a escolha do presidente. Estamos num momento estratégico. Estão em jogo os próximos quatro anos — disse Alckmin, após participar de encontro com representantes do movimento Agora.

O candidato tucano confidenciou a auxiliares e aliados nos últimos dias que espera um crescimento de Bolsonaro na pesquisa Datafolha que será divulgada nesta noite. Alckmin, entretanto, pondera que as intenções de voto conseguidas pelo oponente neste momento pós-atentado tendem a ser voláteis e nada definitivas.

Na manhã de ontem em São Paulo, o presidenciável manifestou em público uma parte dessas avaliações mais reservadas.

— Precisa deixar decantar um pouco — reagiu sobre as especulações de um crescimento de Bolsonaro nas próximas sondagens eleitorais.

O tucano negou que sua campanha fará mudanças de rumo por causa da vitimização de Bolsonaro. Ele não quis comentar a divulgação pelo concorrente de vídeo dentro da UTI para as redes sociais. Aliados do candidato do PSL têm usado a internação para fazer campanha na internet.

— Não vamos fazer mudanças em razão de pesquisas.

Fonte: O Globo

‘Aceitei como estratégia de marketing’, diz advogado que defende agressor de Bolsonaro

Desde o momento em que esfaqueou o candidado do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos, teve a vida completamente revirada. Não só pela Polícia Federal, que investiga o caso, mas também por um batalhão de apoiadores do presidenciável.

Minutos após Bolsonaro dar entrada no hospital com um ferimento na barriga, a página pessoal no Facebook de Oliveira – que está preso em Campo Grande (MS) desde que confessou ter cometido o crime “em nome de Deus” – já era amplamente divulgada em grupos de WhatsApp. Ela recebeu tantos comentários e denúncias que seu perfil na rede social foi excluído depois de algumas horas.

Poucos dias após o ataque ao candidato, circulam pelas redes sociais questionamentos sobre como tem sido financiada a defesa de Adelio: como o servente de pedreiro consegue manter uma equipe de quatro advogados de casos famosos? Zanone Manuel de Oliveira Júnior, Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa, Fernando Costa Oliveira Magalhães e Marcelo Manoel da Costa, já atuaram em julgamentos de grande repercussão como a defesa de Bola, amigo do ex-goleiro Bruno – ambos condenados por matar e ocultar o corpo de Eliza Samudio.

“Não só o Bola, mas eu já fiz a defesa de 14 casos de repercussão nacional, como o homem que matou a (missionária) Dorothy Stang e o caso do pai de santo que matou um pastor evangélico com um punhal. Tenho 1.038 júris no currículo, que vão de abortos a infanticídio”, afirmou em entrevista à BBC News Brasil Zanone Júnior, um dos quatro advogados que defendem o homem acusado de esfaquear Bolsonaro. Ele afirma que os honorários que ele recebe pela defesa de Adelio foram pagos por um doador de Montes Claros (MG), que pediu para não ser identificado.

O sigilo do doador é direito garantido pela Constituição, de acordo com a Ordem dos Advogados de Minas Gerais (OAB-MG). Segundo a entidade, o advogado não pode ser investigado por manter em segredo o nome de quem o paga. O órgão disse ainda que o advogado também pode optar por fazer a defesa pro bono, sem receber honorários.

A Polícia Federal, por outro lado, anunciou que analisará “dados financeiros e de outros existentes em imagens, mídias, computadores, telefones e documentos apreendidos” de Adelio. O pagamento pela defesa, no entanto, não fará parte do inquérito – segundo a PF, a questão não está diretamente ligada ao fato investigado.

Conexões religiosas?

“A pessoa (pagadora) nos pediu sigilo e nós vamos fazer isso. Ela disse que teve contato com o Adelio por meio da religião. Eu não sei se é evangélica ou testemunha de Jeová. Apenas disse que está fazendo isso por filantropia”, afirmou Oliveira Júnior, sem dar mais detalhes.

Antônio Carlos Affonso, porta-voz das das Testemunhas de Jeová de Montes Claros, disse à reportagem que fez um levantamento entre as 19 congregações da cidade e disse que Oliveira nunca frequentou nenhuma delas.

“Ninguém conhece ele. Eu fui até a casa da sobrinha dele quando soube e ela confirmou que ele esteve aqui em 2013”, disse Affonso. “Com testemunhas de Jeová, ele não tem ligação nenhuma”, acrescentou.

Affonso disse ainda que a relação que o advogado fez entre o homem que esfaqueou Bolsonaro com a religião prejudicou a imagem das Testemunhas de Jeová na região de Juiz de Fora.

“É um caso que gerou uma repercussão muito ruim. A declaração do advogado foi uma bomba para a gente. Eu acho que ele está querendo visibilidade porque eu não vejo outro motivo para alguém fazer isso”, afirmou.

Três dias depois do fato, o ataque a Bolsonaro ainda era um dos assuntos mais comentados pelas ruas do centro de Juiz de Fora, que tem cerca de 500 mil habitantes.

“Nunca vi comentarem tanto da nossa cidade desse jeito. O triste é a gente ficar famoso por conta de uma situação dessas”, disse o guarda municipal Elieser Oliveira, que faz a segurança de uma ferrovia ao lado do Mercado Municipal da cidade mineira.

Aparelhos baratos

Questionado sobre como Adelio Oliveira comprou os quatro celulares e o notebook apreendidos na casa dele, o advogado afirmou à BBC News Brasil que eram todos “baratos e antigos”. “Pelo menos dois nem eram smartphones”, minimizou.

A defesa se resumiu a informar que Adelio comprou os aparelhos com o dinheiro de seu trabalho e que recentemente também recebia seguro-desemprego – renda usada para justificar os R$ 400 que o agressor usou para pagar o aluguel da pensão onde morou por apenas 15 dias.

“Era uma pensão bem barata. Eu não sei quanto, pois nesse assunto eu não me atentei porque não era relacionado ao crime”, disse o advogado.

Júnior não diz quanto recebeu, mas afirmou que a quantia foi suficiente para custear apenas as despesas iniciais do caso. Ele afirmou que os maiores gastos são de avião e hotel.

O advogado de Adelio diz que usa seu avião particular para viajar e fazer algumas defesas, inclusive a de Adelio – que foi transferido para o Presídio Federal de Campo Grande. Esse é um dos pontos mais questionados nas redes sociais por seguidores de Bolsonaro. O defensor minimizou o luxo.

“Meu avião é experimental, pequeno, e eu mesmo que piloto. Não é tudo isso o que dizem”, afirmou Zanone, sem dizer qual o modelo da aeronave.

Por outro lado, ele contou que aceitar fazer a defesa de um caso polêmico como o do agressor de Bolsonaro é, além de tudo, uma estratégia de autopromoção profissional.

“Essa visibilidade é boa. Eu sabia que a vítima era o Bolsonaro e aceitei porque isso também é parte de uma estratégia de marketing”, disse.

Mas ele afirmou que essa estratégia pode estar com os dias contados. Isso porque o doador ainda não se manifestou novamente e, agora, o advogado vai se reunir com amigos de profissão para analisar se eles vão continuar fazendo a defesa de Oliveira. Júnior disse que não tem condições de continuar sem ajuda.

“A gente estuda fazer uma vaquinha. Nesse sentido, convidei advogados amigos e associados porque, querendo ou não, esse sensacionalismo criado em torno do caso gera notoriedade acaba até tendo importância para a gente”, afirmou ele.

Zanone Júnior disse que já preservou a identidade de dois doadores anônimos, ligados à religião espírita, em outros casos. Ele diz que também já atendeu clientes pro bono, sem cobrar honorários.

“O (caso do) ‘fura-bundas’ em 2002 foi isso”, lembra, referindo-se ao caso de um agressor que atacava mulheres com um estilete em Belo Horizonte. “O processo estava parado porque nenhum advogado aceitava. Nem a Defensoria da Comarca aceitou alegando que só tinha uma defensora e que ela estava grávida. Eu aceitei e consegui anular o processo três vezes. No segundo dia do julgamento, tinha 3 mil pessoas na porta do fórum e eu precisei sair escoltado”, relata.

O criminoso acabou sendo condenado a 28 anos de prisão por atacar mulheres entre 18 e 25 anos de idade.

Fonte: BBC News

Tenente ferido em ataque a penitenciária tem morte cerebral confirmada

Baleado ao participar da perseguição ao grupo fortemente armado que atacou a Penitenciária de Segurança Máxima Romeu Gonçalves Abrantes, em João Pessoa (PB), na madrugada desta segunda-feira, o tenente da Polícia Militar (PM) Erivaldo Moneta teve a morte cerebral confirmada no início da tarde. De acordo com as informações do governo estadual, o objetivo do ataque foi libertar três assaltantes de carro-forte.

Moneta foi atingido na cabeça durante a troca de tiros entre policiais e parte do grupo que explodiu o portão da unidade prisional, permitindo a fuga de 92 detentos – inicialmente, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária informou que 105 presos tinham fugido, mas corrigiu a informação após policiais militares e agentes prisionais recontarem os apenados.

Até as 16 horas, 41 presos tinham sido recapturados. Um forte esquema foi montado para tentar localizar os 51 detentos que continuam à solta. Cerca de mil policiais da Paraíba, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte participam das ações de busca e contenção, a fim de evitar que os fugitivos deixem o estado.

Objetivo da ação

De acordo com o secretário de Administração Penitenciária, tenente-coronel Sérgio Fonseca de Souza, o objetivo dos cerca de 20 criminosos que atacaram a penitenciária a bordo de quatro veículos era resgatar três suspeitos de assaltos e explosão a carro-forte presos pela Polícia Militar no dia 6 de agosto, em Lucena, no litoral norte da Paraíba: Romário Gomes da Silveira, conhecido como Romarinho; Ivanilson Pereira de Macedo e Antônio Arcênio de Andrade Neto.

Romarinho já tinha sido detido em fevereiro deste ano, durante a Operação Aurora, que cumpriu mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra suspeitos de participar de um assalto a uma agência da Caixa Econômica Federal no Shopping Partage. Na época em que foi detido, Romarinho ocupava um cargo comissionado no gabinete do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), que o exonerou no mesmo dia. Romarinho está entre os presos que conseguiram escapar na manhã de ontem.

Fonte: Estado de Minas

PT aguardará fim do prazo e lançará chapa Haddad-Manuela nesta terça-feira

O PT levou “até o fim” a estratégia de manter a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, tal como prometera, e só nesta terça-feira (11), prazo final dado pela legislação eleitoral, fará a oficialização da candidatura de Fernando Haddad a presidente, tendo como vice Manuela D’avila, do PCdoB.

Por 25 dias, a defesa de Lula apresentou sucessivos recursos à Justiça Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal, e, até aqui, não conseguiu suspender a inelegibilidade do ex-presidente que teve o registro negado por incorrer na Lei da Ficha Limpa. Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pelo TRF-4, no caso do tríplex no Guarujá.

Havia entre petistas a expectativa de que, nesta segunda (10), em encontro em Curitiba, Lula pudesse divulgar uma carta de apoio à candidatura de Fernando Haddad – escolhido seu substituto em 15 de agosto, quando o partido anunciou a que ficou chamada de “chapa tríplex”, que apresentava Fernando Haddad como vice e Manuela D’Ávila como possibilidade de ser a vice do PT.

Isso não aconteceu porque advogados do ex-presidente o convenceram a insistir na estratégia jurídica de insistir na candidatura até o fim do prazo.

O argumento de advogados era o de que o ministro Celso de Melo, do STF, concederia liminar atendendo ao pedido de suspender a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (que negou o registro de sua candidatura) até outra decisão do STF, para que ele pudesse fazer campanha até o dia 17 – data limite para a substituição de candidatura.

O PCdoB já foi orientado a homologar a candidatura de Manuela D’avila para que seja oficializada a chapa Haddad-Manuela.

O lançamento da já conhecida chapa da aliança PT-PCdoB, Fernando Haddad e Manuela D’Ávila, deve acontecer depois de reunião da Executiva Nacional do PT, marcada para as 11h desta terça, em Curitiba.

A propaganda eleitoral do PT na noite desta terça já deve trazer a nova composição da chapa.

Fonte: G1

Paulo Skaf e João Doria estão empatados em São Paulo, diz Ibope

Os candidatos ao governo do Estado de São Paulo João Doria (PSDB) e Paulo Skaf(MDB) estão tecnicamente empatados em primeiro lugar, diz a mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, divulgada nesta segunda-feira, 10. Skaf aparece com 22% e Doria, com 21%. A margem de erro é de três pontos porcentuais. Em relação à última pesquisa Ibope, divulgada em 20 de agosto, Skaf foi o que mais subiu, com quatro pontos a mais. Já Doria oscilou positivamente em um ponto.

Em terceiro lugar aparece Márcio França, com 8% — três a mais do que na última pesquisa. Em seguida, a pesquisa mostra Luiz Marinho (PT), que oscilou positivamente de 4% para 5%, Major Costa e Silva (DC), com 2%, e Professora Lisete (PSOL), Marcelo Candido (PDT), Professor Claudio Fernando (PMN), Rodrigo Tavares (PRTB), Toninho Ferreira (PSTU) e Rogerio Chequer (Novo), cada um com 1%. O candidato Edson Dorta (PCO) não pontuou.

Se considerada a intenção de voto espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados aos entrevistados, Doria aparece com 9% — aumento de quatro pontos em relação à última pesquisa. Skaf está numericamente empatado com o tucano, também com 9%, com cinco pontos percentuais a mais. O terceiro lugar é de Márcio França, com 3% das intenções, oscilação de um ponto em comparação ao dia 20 de agosto. Luiz Marinho tem 2%, também com diferença de um ponto percentual a mais. Os outros candidatos não pontuaram. Brancos e nulos somaram 22%; entrevistados que não souberam ou não quiseram responder foram 50%.

O Ibope também pesquisou como seria um segundo turno entre Doria e Skaf. Nesse cenário, o candidato do MDB ganharia do tucano com 41% das intenções de voto, contra 32%. Brancos e nulos somam 21% e 7% não sabem ou não responderam.

Fonte: Estadão