PCdoB oficializa candidatura de Manuela D’Ávila a presidente

O PCdoB confirmou nesta quarta-feira (1º) a candidatura de Manuela D’Ávila à Presidência da República durante convenção do partido na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ex-deputada federal e ex-vereadora, Manuela D’Ávila é deputada estadual no Rio Grande do Sul.

Em discurso durante a convenção, Manuela D’Ávila, defendeu a unidade dos candidatos considerados de esquerda. Depois, em entrevista, foi indagada sobre a hipótese de figurar como vice em uma chapa encabeçada por candidato de outro partido.

“A nossa candidatura, desde que foi colocada em 18 de novembro, sempre defendeu a unidade do nosso campo político. Fizemos um conjunto de apelos públicos e ainda temos algum tempo. Se surgir alguma novidade nesse sentido, seguimos entusiastas”, afirmou.

Nas últimas sete eleições presidenciais, desde 1989, o PCdoB integrou a coligação encabeçada pelo PT e apoiou como candidatos os petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Ela criticou a prisão do ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, que classificou como parte de uma perseguição.

Fonte: G1

PT anuncia acordo de não agressão com PSB para sufocar candidatura Ciro Gomes

Em uma negociação de última hora, a cúpula do PT comemora ter conseguido sufocar a candidatura presidencial de Ciro Gomes (PDT) ao convencer o PSB a declarar neutralidade na disputa nacional ao invés de apoiar o nome do pedetista ao Palácio do Planalto. Ciro e sua equipe contavam com a aliança com o PSB para ampliar o seu tempo de propaganda de rádio e TV, o número de parlamentares que fariam campanha para ele, assim como o recurso partidário que poderia ser investido em sua campanha – os 47 segundos de tempo que o PSB tem no horário eleitoral e os 118 milhões de reais do fundo eleitoral do partido não serão recebidos por nenhum presidenciável. Sem essa estrutura, a tendência é que o PDT lance chapa pura, na qual teria aproximadamente 30 segundos de tempo de exposição e 61,4 milhões de reais de fundo eleitoral – valor esse a ser dividido com concorrentes a todos os cargos, não apenas para presidente e vice.

O isolamento do pedetista foi negociado pelos presidentes do PT, Gleisi Hoffmann, e do PSB, Carlos Siqueira, juntamente com o governador de Minas Gerais e candidato à reeleição, Fernando Pimentel. Em troca da declaração de neutralidade, o PSB recebeu o apoio dos petistas nas candidaturas para governadores de quatro Estados: Pernambuco, Paraíba, Amazonas e Amapá. Por outro lado, os socialistas se comprometeram a retirar a candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, para o Governo mineiro, e declarar apoio a Pimentel. Também estão nas mesmas coligações na Bahia, Acre, Ceará e Maranhão (esta encabeçada pelo PCdoB).

A executiva do PT emitiu um documento reforçando que a legenda insistirá na candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência. Formalmente também convidou o PROS a compor parte de seu arco de alianças nacionais. Esse partido era um com os quais Ciro também negociava a formação de uma coligação. Antes de perder o apoio do PSB, o pedetista já havia sofrida outra derrota quando o centrão decidiu apoiar Geraldo Alckmin (PSDB) ao invés de apoiá-lo. Embora o PSB ainda não tenha formalizado o acordo, porque ainda precisa fazer sua convenção no próximo domingo, ele é já dado como certo.

O caso de Pernambuco

No caso de Pernambuco, o PT abre mão de uma das suas candidaturas estaduais mais fortes. Marília Arraes, neta de Miguel Arraes, era o nome do partido e aparecia em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto locais, atrás do atual governador Paulo Câmara (PSB). A vereadora além de carregar o sobrenome de uma grande liderança, ainda defendia fortemente Lula no Estado mais lulista do país (21% votariam no ex-presidente em resposta espontânea, segundo o último Datafolha. O maior percentual do Brasil). Ciente do perigo que Marília poderia representar para sua candidatura à reeleição, Câmara defendia ferrenhamente a aliança nacional com o PT, o que tiraria a neta de Arraes do campo.

Marília fez um vídeo que circulou pelas redes sociais negando a suspensão de sua candidatura e afirmando que o que estava sendo dito era “mais um grande ataque especulativo”. “Nós estamos firmes. Não vamos deixar que a esperança do povo de Pernambuco seja usada como moeda de troca”. Horas depois, convocou uma coletiva de imprensa para dizer que vai recorrer em todas as instâncias partidárias contra a decisão tomada pela direção nacional do partido e disse se recusar abrir mão de sua candidatura por um “não apoio” do PSB no cenário nacional. Fora da disputa do Governo, existe a possibilidade de ela ser candidata a deputada federal, como desejava em 2013. Se isso ocorrer, novamente no meio do caminho estará a família: a candidatura na qual o PSB mais deve investir para conquistar uma cadeira na Câmara dos Deputados é a de João Campos, filho de Eduardo Campos. João já tem percorrido o Estado e realizado diversas atividades políticas. Nos bastidores, fala-se que seu objetivo não é ganhar, mas ser o deputado mais votado do Estado.

Fonte: EL PAÍS

STF deve julgar pedido de liberdade de Lula na próxima semana

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar na próxima semana o pedido para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja libertado e autorizado a disputar as eleições de outubro. O relator, ministro Edson Fachin, deve liberar o caso para a pauta até semana que vem. A presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, vai marcar o julgamento em plenário na sequência. A intenção dos dois é que o STF defina o imbróglio antes que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analise os pedidos de candidatura, que podem ser apresentados até o dia 15 de agosto.

Como o plenário do STF se reúne apenas nas quartas e quintas-feiras, e dia 15 é uma quarta-feira, o prazo para a Corte definir a situação seria na próxima semana — ou no dia 8, ou no dia 9. O planejamento da ministra casa com a recomendação feita mais cedo pelo relator do processo, ministro Edson Fachin, para que o tribunal julgue o quanto antes o pedido do petista.

— Toda celeridade em matéria eleitoral é importante para não deixar dúvida no procedimento — disse o ministro, questionado sobre se o STF deveria definir o caso antes do TSE.

Em junho, pouco antes de começar o recesso no STF, a defesa de Lula apresentou pedido para suspender os efeitos da condenação em segunda instância — ou seja, a prisão e a inelegibilidade. Em seguida, os advogados disseram que não tinham pedido para o tribunal se pronunciar sobre a situação eleitoral do ex-presidente. Fachin deu despacho reiterando que esse pedido tinha sido apresentado, mas deu cinco dias para a defesa se manifestar sobre o assunto. Depois disso, o ministro vai liberar o caso para o plenário.

Na avaliação de ministros do tribunal, não deve haver votos suficientes para libertar Lula, ou para deixar ele se candidatar. O plenário também não deverá permitir a transferência dele para a prisão domiciliar. Os ministros não querem ser acusados de interferir no processo eleitoral. Soltar Lula em agosto, a dois meses da eleição, seria uma forma de propiciar reviravolta no quadro político brasileiro. A ordem é deixar tudo como está, para não causar alvoroço no país.

Soltar Lula, na visão desses ministros, seria apenas um fator de instabilidade política. A libertação não traria nenhuma consequência prática à disputa, já que a Justiça Eleitoral deve barrar a candidatura dele por conta da Lei da Ficha Limpa. Portanto, o placar 6 a 5 contra Lula cravado no julgamento de outros habeas corpus em abril tem tudo para se repetir.

Fonte: O Globo