Ativista que ajudava vítimas de João de Deus se suicida

A ativista social Sabrina Bittencourt, que recebeu as primeiras denúncias de assédio sexual contra o médium João de Deus, se suicidou na noite desse sábado (2). 

A morte foi confirmada em uma nota divulgada pelo grupo Vítimas Unidas, ONG de apoio a vítimas de abuso do qual Sabrina fazia parte. 

Segundo a nota, assinada pela presidente da organização, Maria do Carmo Santos, e pela fundadora, Vana Lopes, Sabrina morreu por volta das 21h, em Barcelona, onde vivia.

“A luta de Sabrina jamais será esquecida e continuaremos, com a mesma garra, defendendo as minorias, principalmente as mulheres que são vítimas diárias do machismo”, afirma a nota.

Às 20h05 deste sábado, Sabrina publicou em seu perfil do Facebook um texto dizendo que iria se unir à vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018.

“Eu fiz o que pude, até onde pude. Meu amor será eterno por todos vocês. Perdão por não aguentar, meus filhos. Vocês terão milhares de mães no mundo inteiro”, disse o texto.

Sabrina deixa três filhos. No Facebook, seu filho mais velho, Gabriel Baum, escreveu na manhã deste domingo: “Ela só se transformou em outra matéria. Nós seguiremos por ela. Foi isso que minha mãe me ensinou e ninguém vai poder tirar de mim. Não permitam que manchem o nome dela.”

Ele continua dizendo que estava com a mãe quando Marielle foi assassinada. “Minha mãe me passou o ano todo me preparando, mas nunca estamos preparados mesmo”, afirmou.

Fonte: Folhapress

Fortalecido no Congresso, Bolsonaro quer pacificar relação com Renan por reformas

A eleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para presidente do Senado Federal representou uma vitória de Jair Bolsonaro, sobretudo do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, mas fez com que o Planalto ganhasse um adversário considerado influente: Renan Calheiros (MDB-AL).

A avaliação tem sido feita em caráter reservado por assessores presidenciais, para os quais caberá agora ao presidente Jair Bolsonaro atuar pessoalmente para tentar reconstruir a relação com Renan e reduzir os danos causados pelo envolvimento do ministro da Casa Civil na seara legislativa.

Em seu quarto mandato como senador, o alagoano tem interlocução tanto com a direita quanto com a esquerda e é avaliado como um articulador hábil. Para o Palácio do Planalto, é preocupante tê-lo como adversário, sobretudo no momento em que o governo elegeu a reforma previdenciária como sua prioridade em início de gestão.

A estratégia que tem sido defendida pelo entorno do presidente é que ele entre em contato com Renan neste final de semana e o convide para um encontro reservado assim que voltar a Brasília, o que está previsto para ocorrer até sexta-feira (8).

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Santos Cruz, avaliou à Folha que agora, passada a eleição, começa o trabalho político de conversar com as diferentes bancadas.

“Eu não tenho dúvidas que o governo federal terá um bom diálogo com o Congresso Nacional. E a reforma previdenciária todo mundo sabe que é necessária”, disse.

Ele ressaltou que todos os deputados e senadores são relevantes no processo político, não importando o partido a que são filiados, incluindo Renan.

“Todo mundo é importante e ele [Renan] continua sendo um parlamentar importante como qualquer outro”, observou.

Uma sinalização do Planalto a Renan mira a pavimentação para a reforma da Previdência. Durante a campanha, Renan passou a fazer gestos de simpatia ao governo e mudou de posicionamento sobre a reforma, sobre a qual se manteve crítico durante a presidência de Michel Temer.

Alguns assessores governistas também calculam que Alcolumbre não terá condições de entregar com a mesma velocidade que Renan a aprovação de projetos considerados prioritários por ter pouca experiência em articulação, já que esteve no baixo clero nos quatro primeiros anos de mandato.

Fonte: Folha de S.Paulo

Moro anuncia medidas ‘objetivas’ contra corrupção, crime organizado e crime violento

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou em um vídeo publicado neste domingo (2) em uma rede social do governo que o projeto de lei anticrime a ser enviado ao Congresso Nacional terá “medidas bastante objetivas” e “fáceis de serem explicadas” contra corrupção, crime organizado e crimes violentos.

Moro apresentará e debaterá o projeto nesta segunda-feira (4) em uma reunião com governadores e secretários de segurança, em Brasília.

Segundo o Ministério da Justiça, a proposta será encaminhada para análise de deputados e senadores nos “próximos dias”.

Moro e equipe trabalham no projeto desde o final do ano passado, quando se iniciou o período de transição de governo.

O projeto da lei anticrime é um dos que integram a lista de metas prioritárias para os primeiros 100 dias do governo Jair Bolsonaro.

No vídeo publicado neste domingo, Moro não antecipou detalhes do projeto. De acordo com o ministro, será um texto “simples” e com “medidas bastante objetivas”.

“São medidas contra a corrupção, crime organizado e crime violento. Na nossa concepção, esses três problemas caminham juntos”, declarou.

Segundo ele, “é um projeto simples, com medidas bastante objetivas, bem fáceis de serem explicadas ponto a ponto, para poder enfrentar esses três problemas”.

Moro argumentou que o crime organizando “alimenta” a corrupção e o crime violento.

“Boa parte dos homicídios estão relacionados, por exemplo, à disputa do tráfico de drogas ou dívida de drogas”, disse.

A corrupção, na avaliação do ministro, “esvazia” os recursos públicos necessários para se implementar ações de segurança “efetivas”.

De acordo com Sérgio Moro, a “ideia principal” do projeto é “melhorar a qualidade de vida” dos brasileiros, que desejam “viver em um país mais seguro”.

O ministro ressalvou que o governo não tem condições de resolver todos os problemas, mas pode “liderar” o processo de mudança.

“A sociedade tem que ter presente que o governo não resolve todos os problemas, mas o governo pode ser um ator, pode liderar um processo de mudança”, declarou.

Fonte: G1