Furnas e Cemig podem impedir que São Francisco seja contaminado

Representantes de Furnas, Cemig, ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) se reuniram durante tarde desta terça-feira (29) para discutirem se utilizam ou não o reservatório da usina hidrelétrica Retiro Baixo para conter a lama de rejeitos que deve chegar ao local entre os dias 5 e dez de fevereiro. 

A usina está antes da hidrelétrica de Três Marias, que faz divisa com o São Francisco. Para as administradoras do setor elétrico, a medida não é de fácil decisão porque pode resultar em risco para o fornecimento, uma vez que exige o esvaziamento da represa para receber os rejeitos.

Em nota, divulgada no final do dia, Furnas informou que os técnicos da empresa estão fazendo os cálculos dos “diversos cenários”, “visando à segurança das pessoas, meio ambiente e equipamentos”. Ainda, que a usina Retiro Baixo está disponível para a geração, “mas não está gerando no momento por conta do baixo nível do Rio Paraopebas”.

“A Retiro Baixo Energética está monitorando o deslocamento e a densidade da lama e deve suspender suas operações com a proximidade do material. O objetivo da suspensão das operações é minimizar eventuais riscos aos equipamentos, não sendo vislumbrados prejuízos para o fornecimento de energia elétrica, visto que o sistema interligado. Não há risco estrutural para a barragem”, completou Furnas no comunicado. 

Técnicos da empresa estão fazendo cálculos considerando os diversos cenários possíveis da chegada da lama à barragem da usina. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) divulgou outra nota nesta terça manifestando preocupação da possível contaminação do São Francisco, se nada for feito. O rio é conhecido como um dos principais do país, banhando cinco estados, sendo eles Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Na sua bacia estão 521 municípios e grande parte do seu percurso se encontra no semiárido nordestino.

A lama de rejeitos químicos da barragem da Vale S.A, que se rompeu na última sexta-feira (25) causando a tragédia em Brumadinho (MG), está em curso na bacia do Parauapebas, rio que faz fronteira com o São Francisco. O MAB já havia alertado para o risco no dia desastre, o que foi noticiado aqui no GGN. 

Em nota divulgada hoje, a organização diz que, embora a lama que saiu de Brumadinho não seja tão líquida, quanto a que estava na barragem em Mariana, e a quantidade seja menor, os riscos de contaminação do São Francisco existem.

No caso de Mariana a onda de lama percorreu cerca de 700 quilômetros até chegar no mar, na costa do Espírito Santo. O rio Paraopeba tem extensão de 510 quilômetros e deságua próximo a represa da usina hidrelétrica Três Marias, no município Felixlândia.

A Agência Nacional de Águas (ANA) avaliou que é possível evitar a contaminação do São Francisco fechando as comportas dessa e de outra hidrelétrica, a de Retiro Baixo, também em Felixlândia, a 220 quilômetros o local do rompimento, e antes de Três Marias.

Na noite desta segunda-feira (28), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), vinculado ao Ministério de Minas e Energia, divulgou um boletim afirmando que os rejeitos não devem chegar em Três Marias, com o fechamento das comportas de Retiro Baixo. A entidade calcula que a lama irá alcançar o reservatório da elétrica entre os dias 5 e dez de fevereiro. 

Poucas horas antes, o CPRM havia divulgado outro boletim prevendo a chegada o resíduo contaminado na usina Três Marias entre 15 e 20 de fevereiro, se a lama não for retida antes. 

Fonte: GGN

Brumadinho: Sobe para 84 número de mortos; 276 pessoas estão desaparecidas

Subiu para 84 o número de mortes confirmadas em decorrência do rompimento de uma barragem em Brumadinho (MG), na última sexta-feira (25). Até o momento, 42 corpos foram identificados. A informação foi divulgada na noite desta terça-feira (29) pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

Outras 276 pessoas permanecem desaparecidas.

A última atualização do número de mortes era da noite de segunda (28), quando os bombeiros confirmaram 65 mortes.

Na manhã desta terça, o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, afirmou que a expectativa era de que esse número aumentasse –o que se confirmou.

Nesta noite, Aihara informou que os bombeiros conseguiram acessar completamente o interior de um ônibus que transportava funcionários da mineradora no momento do acidente. O veículo foi encontrado na noite de domingo (27), soterrado pela lama.

“Esse ônibus já foi inteiramente vistoriado e nele havia 3 vítimas. Tinha a expectativa de mais gente [estar no ônibus], mas se verificou que só três estavam nele”, afirmou Aihara. No sábado (27), dez corpos foram encontrados em outro ônibus.

O tenente afirmou ainda que os bombeiros puderam retirar da lama, nesta terça, dois corpos de vítimas que estariam no refeitório da Vale no momento da tragédia, que aconteceu próximo ao horário de almoço dos funcionários. Os corpos estavam próximos a botijões de gás e também a mobiliários idênticos aos do refeitório –os bombeiros fizeram a comparação dos móveis por fotos.

“Acreditamos que tem uma concentração grande [de vítimas] lá”, disse Aihara. A construção, que ficava logo abaixo da barragem que se rompeu, foi arrastada por cerca de 800 metros devido à força da lama.

Na manhã desta terça, foram presos temporariamente dois engenheiros que atestaram a estabilidade da barragem de Brumadinho e três funcionários da Vale responsáveis pelo local e seu licenciamento. 

A juiza Perla Saliba Brito, da Comarca de Brumadinho da Justiça de Minas Gerais, que expediu os mandados de prisão, indicou que as detenções têm como objetivo apurar a prática, “em tese”, de homicídio qualificado, crimes ambientais e falsidade ideológica.

Fonte: UOL

Lula pede à Justiça para sair da cadeia para ir a velório de irmão

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à Justiça nessa terça-feira (29) a liberação dele para ir ao velório do irmão Genival Inácio da Silva, de 79 anos, conhecido como Vavá, que morreu nesta manhã.

Segundo a petição, o velório começou nessa terça-feira, e o sepultamento será feito às 13h desta quarta-feira (30), em São Bernardo do Campo, em São Paulo.

De acordo com o pedido, há previsão legal para a liberação em caso de morte de parentes diretos.

Segundo os advogados do ex-presidente, o artigo 120 da Lei de Execução fala que “os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão”.

A Justiça abriu prazo de um dia para a manifestação do Ministério Público Federal (MPF) sobre o pedido.

A defesa de Lula, no entanto, peticionou um novo pedido afirmando que é desnecessário aguardar o parecer do MPF, sob risco de não haver tempo do órgão se manifestar antes do sepultamento do irmão do ex-presidente.

Fonte: G1

Vale diz que acabará com barragens e paralisa operações em 10 minas

Após o rompimento de barragem da Mina do Córrego do Feijão, a Vale anunciou nesta terça-feira (29), por meio de seu diretor-presidente, Fabio Schvartsman, que interromperá as atividades de mineração em locais próximos a barragens de rejeitos como as de Mariana e Brumadinho.

O executivo afirmou também que acabará com 19 estruturas como essas – as chamadas “barragens a montante”, em um processo que deverá se estender entre três e cinco anos, a depender da localidade.

“A resposta da Vale [em relação a Brumadinho] foi de olhar em seu próprio portfólio de barragens. Verificamos que temos 19 barragens que utilizam o método a montante. Dessas, 9 já estão sendo descomissionadas. As outras 10 estavam em projeto de descomissionamento também, mas agora decidimos que não podemos mais conviver com esse tipo de barragem.”, disse Schvartsman.

Enquanto as barragens são extintas, disse Schvartsman, as operações de mineração estarão interrompidas. O executivo explicou que, ainda que as barragens não recebam mais rejeitos, atividades de mineração nas proximidades podem causar interferências nas estruturas.

Fonte: UOL