Com dívidas de R$1,6 bilhão, Grupo Abril pede recuperação judicial

O Grupo Abril protocolou nessa quarta-feira em São Paulo um pedido de recuperação judicial de suas empresas, citando dívidas de 1,6 bilhão de reais.

O pedido de recuperação judicial engloba todas as companhias operacionais do grupo, incluindo a Abril Comunicações e as empresas de distribuição de publicações, agrupadas dentro da Dipar Participações, e de distribuição de encomendas Tex Courier.

“Esse movimento se deve à necessidade do grupo em buscar proteção judicial para a repactuação de seu passivo junto a bancos e fornecedores e, dessa forma, garantir sua continuidade operacional”, afirmou o grupo em comunicado. A companhia afirmou que a decisão foi motivada por “uma situação de instabilidade junto a seus credores e ações abruptas de restrição de seu capital de giro”.

O grupo criado em 1950 por Victor Civita tem enfrentado nos últimos anos crescente migração de receitas publicitárias de meios impressos para mídias digitais, encabeçadas mais recentemente por Google e Facebook.

Na semana passada, a Abril anunciou o fechamento de 10 títulos, incluindo revistas conhecidas como Elle, Boa Forma, VIP, Viagem e Turismo e Casa Claudia, além da demissão de cerca de 500 funcionários, incluindo 100 jornalistas. Outros 15 títulos, incluindo o da revista Veja, foram mantidos.

Em julho, a Abril tinha passado o comando executivo do grupo para a consultoria Alvarez & Marsal, especializada em processos de recuperação judicial.

Fonte: Reuters

Alckmin depõe para inquérito em que é investigado por suspeita de caixa 2

O ex-governador de São Paulo e candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) prestou depoimento na tarde dessa quarta-feira (15) no Ministério Público estadual para inquérito no qual é investigado por suspeita de caixa dois nas campanhas eleitorais de 2010 e 2014. O caso está na Justiça Eleitoral do estado.

O nome de Alckmin aparece nas delações premiadas de três ex-executivos da Odebrecht. De acordo com os delatores, o tucano recebeu R$ 2 milhões na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes em 2010 e outros R$ 8,3 milhões quando se reelegeu, em 2014. Os valores não teriam sido declarados na prestação de contas oficial, enviada à Justiça Eleitoral.

Alckmin vinha negando as acusações e informando que prestaria os esclarecimentos à Justiça.

Nesta quarta-feira, o candidato à Presidência da República não conversou com a imprensa ao chegar e ao sair do depoimento, que durou cerca de uma hora na Promotoria de Patrimônio Público e Social de São Paulo. 

O advogado de Alckmin contou que o ex-governador respondeu a todas as perguntas e que foi um depoimento tranquilo. Na opinião dele, a investigação não vai virar uma denúncia.

Fonte:  G1

Corretora de imóveis é assassinada na Barra da Tijuca

A corretora de imóveis Karina Garofalo, de 53 anos, foi morta a tiros logo após sair de casa, a pé, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), na tarde dessa quarta-feira, 15. Ela estava acompanhada do filho, de 13 anos, que não se feriu, segundo a polícia. Na terça-feira, 14, um professor foi morto durante uma tentativa de assalto no bairro. 

O atirador desceu de um veículo Renault preto, atirou quatro vezes e conseguiu fugir no mesmo veículo. Ele estava encapuzado. Como nada foi roubado, a polícia supõe que tenha sido uma execução.

Karina morava em um condomínio na Avenida Malibu, paralela à Avenida das Américas. Ao sair do prédio, a pé, por volta das 16h,  acompanhada pelo filho, ela foi baleada. A corretora morreu na hora. Seus objetos pessoais, como a bolsa, não foram levados.

A Delegacia de Homicídios do Rio investiga o caso e já começou a recolher imagens de câmeras de segurança da região.

Fonte: Estadão

Presidenciáveis somam mais de R$ 830 milhões em bens declarados ao TSE

João Amoêdo, candidato do NOVO

Os bens declarados pelos candidatos a presidente que já fizeram seus registros no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) somam mais de R$ 830 milhões, quase 1% do valor que o próximo presidente terá disponível no Orçamento: em torno de R$ 85 bilhões. De todos, o que apresentou o maior patrimônio foi o engenheiro e administrador de empresas João Amoêdo, aposta do partido Novo. Ele declarou R$ 425 milhões em bens. Henrique Meirelles, candidato do MDB, não fica muito atrás, com um patrimônio declarado de R$ 377,4 milhões. Ele foi o décimo presidenciável a ter candidatura registrada pelo tribunal.

Em sua declaração, João Amoêdo afirma que, além de possuir R$ 380 milhões em investimentos e aplicações, é dono de seis apartamentos, quatro salas, dois terrenos e uma casa. Ele tem também cinco veículos e um barco. Já Meirelles declarou um apartamento, um terreno, uma sala comercial, ações, joias e objetos de artes. Como essa é a primeira vez que Amoêdo e Meirelles disputam uma eleição, não existem declarações de bens anteriores deles no TSE.

Em seguida aparece João Vicente Goulart, aposta do PPL para presidente. O filho de João Goulart, presidente deposto em 1964 por um golpe militar, declarou cerca de R$ 8,5 milhões em bens. É a primeira vez que ele concorre ao cargo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o último candidato a registrar sua candidatura, declarou cerca de R$ 7,9 em bens, quase dez vezes o valor declarado na eleição de 2006, última vez que disputou uma eleição. Na ocasião ele declarou possuir R$ 839 mil. Ele está preso em Curitiba pelo caso do tríplex no Guarujá, e corre o risco de ter sua candidatura impugnada.

José Maria Eymael, do DC, que disputará a Presidência pela quinta vez, declarou R$6 milhões em bens. Cerca de R$ 1 milhão a mais que o declarado na última eleição. Álvaro Dias, do Podemos, que declarou um patrimônio de R$ 2,8 milhões — cerca de R$ 100 mil a menos que sua declaração anterior ao TSE, de 2014, quando concorreu e foi eleito para o cargo de Senador pelo Paraná.

Jair Bolsonaro, do PSL, afirmou possuir R$ 2,3 milhões, enquanto Ciro Gomes, do PDT, apresentou uma declaração de R$ 1,6 milhão. Geraldo Alckmin, candidato do PSDB, afirma possuir R$ 1,3 milhão.

Marina Silva, aposta da Rede, declarou R$ 118 mil. Vera Lúcia, candidata do PSTU, afirma que possui um terreno de R$ 20 mil e Guilherme Boulos, do PSOL, apresentou o menor patrimônio: R$ 15 mil. Segundo ele, consta apenas um carro em seu nome.

Cabo Daciolo, do Patriota, foi o único que não apresentou declaração de bens ao TSE. Apenas sua vice, a professora Suelene Balduino, apresentou declaração de R$ 200 mil, que inclui dois carros e um apartamento. Em um vídeo publicado em sua rede social, no entanto, Daciolo fala sobre o assunto:

– Nós havíamos falado a todos que nós não possuímos bens do mundo. Nossa riqueza é muito maior, nossa riqueza é infinitamente maior. É a presença do Espírito Santo de Deus, que dinheiro nenhum compra – afirmou.

Fonte: O Globo

PT desafia a Justiça e aposta tudo na candidatura incerta de Lula

Desafiando a Justiça, alguns marqueteiros e até o que restou de oposição interna, o PT cumpriu o anunciado há meses e registrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em uma carceragem da Polícia Federal em Curitiba, como o seu candidato à Presidência da República. Trata-se de uma candidatura incerta, cujo desfecho mais provável seja terminar com a retirada de Lula da chapa em breve, por ter sua candidatura impugnada por conta de uma condenação em segunda instância pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A pergunta que fica agora é: até quando o partido esticará a corda e que consequências isso terá para as chances de sucesso na campanha de seu vice oficial Fernando Haddad, tido como plano B.

Nesta quarta-feira, de 10.000 (conforme a polícia) a 50.000 (segundo os organizadores) militantes e membros de movimentos sociais caminharam cerca de seis quilômetros pelas ruas de Brasília até a frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde Haddad, vice oficial da chapa, Manuela D´Ávila, a vice não oficial, e a presidenta do partido, Gleisi Hoffmann, e a ex-presidenta Dilma Rousseff fizeram o registro da chapa. Com esse gesto, começa a contar o prazo para que os pedidos de impugnação de candidatura sejam oficialmente feitos no órgão por outros partidos políticos, candidatos e até pelo Ministério Público. Por isso, o PT adotou a estratégia de esperar até o último instante do prazo, que vencia ontem, para oficializar a candidatura.

Apesar de estarem no ato oficial do registro, nenhuma dessas lideranças participou da caminhada organizada pelo PT e pelo Movimento Sem Terra. Enquanto a marcha ocorria, Haddad, Gleisi e outra liderança petista, o governador mineiro Fernando Pimentel, preferiram ficar nos escritórios da sede do diretório nacional do partido conversando com parte da imprensa. Nas ruas, os principais gritos eram de “Lula livre” e a música mais cantada era a que serviu de jingle em todas as suas campanhas, o “Lula lá”. Enfim, tudo para gerar um farto material para ser usado em campanha eleitoral. No discurso em que informou aos militantes de que o registro da candidatura havia sido feito, Gleisi preferiu olhar para uma câmera instalada em um drone do que para os milhares de manifestantes que se concentravam em frente ao TSE.

“Acho que, mesmo que o Lula seja impedido injustamente de concorrer, podemos chegar ao segundo turno com o Haddad. Mas ele vai ter de se comunicar melhor. Nem entre nós, petistas, ele é tão conhecido, assim. Senti falta dele. Você viu ele por aí?”, perguntou ao EL PAÍS o sindicalista e membro do PCdoB Agamenon Prado, durante a caminhada.

Após o registro, no palco em frente ao TSE Haddad leu uma carta de Lula aos eleitores. Nela, o ex-presidente pede uma chance para, junto com o povo brasileiro, “consertar o país”. Diz um trecho da carta lida pelo seu candidato a vice: “Com meu nome aprovado na convenção, a Lei Eleitoral garante que só não serei candidato se eu morrer, renunciar ou for arrancado pelo Justiça Eleitoral. Não pretendo morrer, não cogito renunciar e vou brigar pelo meu registro até o final. Não quero favor, quero Justiça. Não troco minha dignidade por minha liberdade”.

Fonte: EL País