Em documento, PT critica Lava Jato, defende saída de Temer e pede diretas

Em um documento que será debatido no 6º Congresso Nacional do PT, que começou nesta quinta-feira (1º), o partido critica a Operação Lava Jato, que ajudou a instalar uma “justiça de exceção” com o “objetivo de destruir o PT” e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O teor do documento será discutido e votado pelos delegados da legenda, que ficam reunidos em Brasília até sábado (3), quando deverá ser eleito o novo presidente nacional da sigla.

O texto afirma ainda haver uma verdadeira “caçada política” a Lula para impedi-lo de se candidatar nas próximas eleições presidenciais, acrescentando que a eleição dele é a condição para revogar as mudanças adotadas pelo governo Michel Temer, a quem classifica de “golpista” e “usurpador”.

O documento pondera que o congresso ocorre em meio à crise política que atinge o governo Temer em razão das denúncias feitas pelos executivos da JBS em delação premiada e pede a sua saída da presidência.

O partido defende a realização de eleições diretas e afirma que, em caso de eleição indireta, não irá votar no Colégio Eleitoral. Pelas regras atuais, se Temer deixar a Presidência, por estar nos últimos dois anos do mandato, a escolha de seu sucessor seria feita apenas pelos deputados e senadores.

O texto faz duras críticas às políticas econômicas de Temer, como a implantação do teto de gastos para as despesas públicas da União e diz que “o desmonte dos direitos trabalhistas trará o aumento do desemprego, da rotatividade da mão de obra e da precarização”, além de uma “queda brutal na renda dos salários no Brasil” e de “inviabilizar a sustentação da Previdência Social”.

O partido ressalta que o programa tocado por Temer é o que foi derrotado nas urnas desde 2003. “Trata-se do projeto dos sem-voto”, afirma.

No documento, o partido fala na possibilidade de retorno ao governo do país, mas que não querem ser “nem um país plutocrático nem meritocrático”. “[…] pretendemos voltar a governar e o faremos reafirmando que não queremos ser um país plutocrático, a serviço dos que ganham sem trabalhar; nem queremos ser um país falsamente meritocrático, que garante para alguns padrões de ‘classe média’, às custas de muitos que são privados do acesso ao consumo e aos direitos”, diz o texto.

A legenda diz ainda que para mudar o Brasil “é preciso conquistar governos”. “Mas exige principalmente construir um novo poder. E construir um novo poder é uma tarefa das organizações da classe trabalhadora, entre as quais o próprio Partido dos Trabalhadores”, afirma.

Fonte: G1

Preso fornecedor de alimento para escolas e presídios do Rio

A Polícia Federal prendeu preventivamente hoje (1), na Operação Ratatouille, desdobramento da Operação Lava Jato, o empresário Marco Antônio de Luca, ligado às empresas de alimentos Masan e Milano, fornecedoras de alimentos e merenda para o Estado do Rio de Janeiro.

Segundo os procuradores do Ministério Público Federal (MPF), Eduardo El Hage e Fabiana Schneider, a suspeita é que as empresas de De Luca aumentaram sua participação nos contratos estaduais – que continuam em vigor – mediante pagamento de propina. Também estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em diversos endereços do Rio.

“São dezenas de contratos e vários deles estão em vigor”, disse o procurador. El Hage disse há suspeita de que os pagamentos tenham sido feitos pelo empresário a operadores financeiros de Sérgio Cabral, mesmo depois que o ex-governador renunciou, em 2013. “Conseguimos comprovar que R$ 12,5 milhões de propina foram pagos pelo Marco Antonio de Luca a um dos operadores financeiros.”

Em mensagens de texto e e-mails enviados por aplicativos criptografados, os investigadores encontraram indícios de pagamento de mesada de R$ 200 mil, o que, segundo El Hage, indica que o valor total pago deve ser ainda maior.

Em 2008, a Masan Serviços Especializados tinha apenas seis contratos com o Estado. Em 2015, já eram 26 os contratos firmados. Pertencente ao mesmo grupo familiar, a Comercial Milano Ltda tinha, em 2016, mais 41 contratos com o estado, que somam R$ 300 milhões.

As empresas prestavam serviços a escolas, hospitais e presídios do Estado. Apenas a Masan recebeu R$ 2,1 bilhões para o fornecimento de merenda escolar e alimentação para detentos. A procuradora Fabiana Schneider destacou o crescimento expressivo no volume de contratos no período.

“Essa nova etapa [das investigações] demonstra que os setores mais sensíveis da administração pública para a sociedade estão profundamente afetados pelas práticas de corrupção que têm sido reveladas pouco a pouco”.

Fonte: Terra

Janot volta a pedir prisão de Rocha Loures

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reiterou pedido de prisão do ex-assessor especial do presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures. Janot alegou ao Supremo Tribunal Federal que a prisão de Loures se faz necessária “para garantia da ordem pública” e para o prosseguimento do inquérito da Operação Patmos – que mira também o próprio Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

No início da investigação, o procurador já havia pedido a prisão de Loures, flagrado pela Polícia Federal pegando uma mala estufada de propinas da JBS – 10 mil notas de R$ 50 que ele devolveu à PF. O então assessor de Temer exercia mandato de deputado pelo PMDB do Paraná, ocupando vaga do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), então na cadeira de ministro da Justiça.

Na ocasião, o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, rejeitou a medida e limitou-se a decretar o afastamento de Loures do mandato parlamentar. Agora que Serraglio retomou sua cadeira na Câmara, Loures perdeu a imunidade e Janot insiste no decreto de sua prisão preventiva.

Fonte: Metro Jornal