Marcos Valério negocia delação premiada com Justiça mineira

O empresário mineiro Marcos Valério voltou a negociar delação premiada junto à Justiça para tentar amenizar a pena de 37 anos de prisão que cumpre por participação no esquema conhecido como “mensalão”. Ontem, advogados dele protocolaram o pedido na 17ª Promotoria de Patrimônio Público da Comarca de Belo Horizonte.

A possibilidade de os promotores ouvirem o empresário ainda será analisada, mas o advogado dele, Jean Robert Kobayashy Júnior, está bastante confiante. “Marcos Valério tem informações importantes para passar”, afirma. Segundo Júnior, a delação envolveria políticos de vários partidos que atuam em âmbito nacional e regional.

As denúncias podem auxiliar a comprovar uma série de atitudes ilícitas em investigação no chamado mensalão mineiro. A suposta maquiagem das contas do Banco Rural e o sumiço de documentos da CPI dos Correios também devem entrar nessa delação, segundo fontes ligadas ao processo ouvidas pela reportagem.

Fonte: Hoje em Dia

Temer eleva o tom e diz que acusações de Machado são “levianas e criminosas”

Visivelmente irritado, o presidente interino, Michel Temer (PMDB), fez um pronunciamento a jornalistas nesta quinta-feira para rebater a acusação do delator da Operação Lava Jato Sérgio Machado – ex-presidente da Transpetro, ele afirmou que combinou com Temer doação de recursos ilícitos para campanha eleitoral em 2012. Temer reagiu: “A manifestação é irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa do cidadão Sérgio Machado.” Temer reconheceu, no entanto, que a acusação embaraça o governo provisório, no momento em que tenta emplacar projetos de ajuste fiscal.

O presidente interino subiu o tom em relação à nota publicada na véspera, na qual dizia que a acusação era “absolutamente inverídica” e assumiu ter um relacionamento “formal e sem nenhuma proximidade” com o delator. Na colaboração premiada, Machado declarou o repasse de 1,5 milhão de reais da Queiroz Galvão, dissimulado como doação oficial à campanha do “menino” – referência ao então candidato peemedebista a prefeito de São Paulo Gabriel Chalita, hoje no PDT e rompido politicamente com Temer.

“Eu falo, em primeiro lugar como homem, como ser humano, para dizer que nossa honorabilidade está acima de qualquer função ou tarefa pública que exerça no momento ou venha a exercer. Ao falar como ser humano, quero me dirigir à minha família, aos muitos amigos e conhecidos que tenho no Brasil e ao povo brasileiro para dizer que não deixarei passar em branco essas afirmações levianas que acabei de mencionar”, disse o presidente interino. “Falo com palavras indignadas, mas ao meu estilo, para registrar que essa leviandade não pode prevalecer.”

Temer tentou passar sobriedade e afirmou que a citação ao seu nome no acordo de Machado com o Ministério Público está ligado ao fato de ele exercer a Presidência da República provisoriamente, desde o afastamento de Dilma Rousseff pelo processo de impeachment. “É claro que uma coisa está muito ligada à outra. Alguém que teria cometido aquele delito irresponsável que o cidadão Machado apontou não teria até condições de presidir o país. Por isso que a primeira palavra que dei foi precisamente como homem, para poder andar nas ruas do meu Estado, nas ruas do Brasil, receber os cumprimentos e as homenagens que tenho recebido neste último mês em todos os locais por onde passo e para não deixar a afirmação de que eventualmente eu pratique atos malfeitos.”

Na rápida declaração à imprensa no Palácio do Planalto, Temer também disse que o limite para os gastos públicos de vinte anos proposto pelo Executivo por meio de PEC “é dos mais adequados para o momento que passa o país e de uma seriedade extraordinária” – em referência ao déficit de 170,5 bilhões de reais previsto para 2016 e os cerca de 400 bilhões de reais da dívida pública.

Fonte: Veja

Mercantande: Temer cortou 90 mil vagas do FIES

O ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou, em nota, nesta quinta-feira (16), que as 75 mil vagas anunciadas pelo ministro interino Mendonça Filho (DEM) “estão aquém” do que foi programado pelo governo da presidente eleita Dilma Rousseff.

“O anúncio significa um corte significativo de 90 mil vagas, em relação ao programado governo eleito. O ministro da Educação do governo eleito, Aloizio Mercadante, não anunciou as vagas do 2º semestre do Fies, pois teve a gestão interrompida por um golpe, que afastou temporariamente a presidenta eleita, Dilma Rousseff, por motivos que, hoje, são amplamente conhecidos”, diz a nota.

Abaixo na íntegra:

O governo eleito da presidenta Dilma Rousseff redefiniu, aprimorou e ampliou o número de vagas do Fundo de Financiamento Estudantils (Fies). Para este ano, estavam previstas e foram anunciadas 300 mil vagas no Fies.

No 1º semestre, foram oferecidas 250 mil vagas, das quais 135 mil foram preenchidas. Portanto, o governo Dilma previa, ainda para este ano, 165 mil novas vagas no Fies (115 mil vagas não preenchidas no primeiro semestre + 50 mil vagas restantes do número de equilíbrio do programa).

As 75 mil vagas, anunciadas pelo ministro interino, Mendonça Filho, nesta quinta- feira, 16, estão aquém das vagas programadas pelo governo Dilma. Na realidade, o anúncio significa um corte significativo de 90 mil vagas, em relação ao programado governo eleito. O ministro da Educação do governo eleito, Aloizio Mercadante, não anunciou as vagas do 2º semestre do Fies, pois teve a gestão interrompida por um golpe, que afastou temporariamente a presidenta eleita, Dilma Rousseff, por motivos que, hoje, são amplamente conhecidos.

Mercadante reconhece que a importância do governo interino ter voltado atrás no fim do Fies, mesmo que esteja oferecendo novas vagas de forma reduzida. Fato que não acontece com o Pronatec, uma vez que, até o momento, o acordo com o sistema S não foi assinado, o que, na prática, significa o desmonte do programa para o ensino técnico e profissional.

Cabe lembrar, que o orçamento do Ministério da Educação, durante a gestão de Mercadante, aguardava aprovação da alteração da meta fiscal no Congresso Nacional. Acontece que a Câmara dos Deputados, influenciada pelo movimento golpista protelou a aprovação do superávit.

Quanto à falta de estudos para aumento da renda mínima familiar para acesso ao Fies, Mercadante anunciou que Ministério da Educação estava avaliando o impacto fiscal do aumento de 2,5 salários mínimos por pessoa da família no Fies, por demanda das próprias instituições de ensino superior.

Cabe lembrar alguns exemplos de aprimoramentos no Fies, adotados na gestão Dilma: obrigatoriedade de nota mínima de 450 pontos e de não zerar nas provas de redação do Enem, definição dos cursos prioritários, estabelecimento de renda familiar mensal bruta per capita, oferta exclusiva de vagas para pessoas que ainda não possuem diploma de graduação e conceito de avaliação de qualidade 4 e 5 . A partir desses aprimoramentos foi possível, por exemplo, que as instituições participantes do Fies oferecessem desconte de 5% na mensalidade para os participantes do programa.

Mercadante reafirma a gravidade da Proposta de Emenda a Constituição que estabelece os gastos mínimos com Educação corrigidos pela inflação do ano anterior. A medida representa o fim do Plano Nacional de Educação.

Fonte: Brasil 247

Estado Islâmico usa app para conquistar simpatizantes no Brasil, revela agência

Um grupo que tem usado o aplicativo de mensagens Telegram para trocar informações sobre o Estado Islâmico em português está sob monitoramento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A conversa, intitulada “Nashir Português”, faz referência à Nashir News Agency, agência de notícias do grupo terrorista.

A nova frente de ação preocupa a Abin, que monitora atividades suspeitas às vésperas da Olimpíada no Rio. “Essa nova forma de difusão de informações voltadas à doutrinação extremista, direcionada ao público que fala português, amplia a complexidade do trabalho de enfrentamento ao terrorismo e representa facilidade adicional à radicalização de cidadãos brasileiros”, informou.

De acordo com a agência de monitoramento SITE Intelligence Group, o “Nashir Português” foi criado em 29 de maio após internautas de língua portuguesa começarem a demonstrar interesse em mensagens traduzidas do Estado Islâmico. As primeiras mensagens do grupo incluem um discurso de um dos líderes do Estado Islâmico, Abu Muhammad al-Adnani, e outros materiais já traduzidos em outros idiomas.

“As organizações terroristas têm empregado ferramentas modernas de comunicação para ampliar o alcance de suas mensagens de radicalização direcionada, em especial, ao público jovem”, reiterou a Abin, mostrando preocupação com a difusão das mensagens nas redes sociais.

A atividade do grupo sustenta o alerta feito pela agência brasileira em abril, apontando ameaças para os Jogos Olímpicos. “Brasil, vocês são nosso próximo alvo. Podemos atacar esse país de merda”, afirmou um terrorista de 22 anos do Estado Islâmico que decapitava sírios em vídeos.

Fonte: Último Segundo

Ministro do Turismo pede demissão após delação de Machado

Henrique Eduardo Alves pediu nesta quinta-feira (16) demissão do cargo de ministro do Turismo. Segundo o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, ele foi um dos políticos favorecidos no repasse de propina. É o terceiro ministro a deixar o governo interino de Michel Temer.

Henrique Eduardo Alves, do PMDB, era um dos mais próximos ministros do presidente em exercício, Michel Temer. É o terceiro ministro a cair por causa da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Machado disse que Henrique Alves sempre procurava por ele antes das eleições. E que conseguiu para ele R$ 1,550 milhão. Dinheiro de propina de empreiteiras que tinham negócios com a Transpetro.

Machado: Eu doei a ele quatro parcelas. Uma em 2008 de R$ 300 mil da Queiroz Galvão, uma em 2010 de R$ 500 mil da Galvão Engenharia, uma em 2012 da Queiroz Galvão de R$ 250 mil e outra em 2014 da Queiroz Galvão de R$ 500 mil.

Henrique Alves já havia sido citado em outros casos de corrupção investigados pela Lava Lato. Há dois pedidos de investigação contra ele no Supremo Tribunal Federal.

Um deles é referente ao inquérito-mãe da Lava Jato, que apura se existiu uma organização criminosa para desviar dinheiro da Petrobras, e outro que apura se o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, pediu dinheiro da empreiteira OAS para beneficiar Henrique Alves.

Na carta de demissão, Henrique Alves disse que o momento nacional exige atitudes pessoais em prol do bem maior e que não quer criar constrangimentos ou qualquer dificuldade para o governo. Ele afirmou que está seguro de que todas as ilações envolvendo o nome dele serão esclarecidas, e agradeceu o apoio de Temer.

Também pesou na saída de Henrique Alves o fato de ele ter sido citado em outra delação, que ainda não se tornou pública: a de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal.

Aliados aconselharam Michel Temer a não nomear Henrique Eduardo Alves ministro do governo. Havia um consenso de que, mais cedo ou mais tarde, ele seria atingido por novas denúncias na Lava Jato que iriam obrigá-lo a deixar o governo.

Mas Temer manteve Henrique Alves no governo em gratidão por uma longa amizade política. Como ministro, Henrique Alves garantia o direito de ser julgado no Supremo, e não pelo juiz Sérgio Moro. Com a demissão, ele perde o chamado foro privilegiado.

Fonte: Jornal Nacional