Caged aponta queda no fechamento de postos de trabalho, diz ministério

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) relativos a abril, divulgados ontem (25) pelo Ministério do Trabalho, apontam recuo no fechamento de vagas de trabalho no país. O fechamento de 62.844 postos de trabalho com carteira assinada no mês foi o menor resultado negativo desde abril de 2015.

“Esse número foi quase 30% menor que o de abril de 2015. Quando a gente pega esse mês de abril [menos 62.844 vagas] e compara com o mês anterior [diminuição de 118.776 vagas], vê que esse número é menor ainda, o saldo líquido é praticamente a metade. O que a gente observa nos setores [da economia] é que quase todos apresentaram um arrefecimento dos níveis de queda”, disse o secretário substituto de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, Márcio Borges.

Segundo Márcio Borges, os dados apontam para “uma desaceleração do nível de queda no quadro de desemprego”. “Quando a gente olha os setores, percebemos que aqueles que estão negativos, praticamente todos apresentam números menores que o mês de março de 2016”.

No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, o país perdeu 378.481 empregos formais. Nos últimos 12 meses, já foram reduzidas 1.825.609 de vagas formais. Os números levam em conta a diferença entre demissões e contratações. Quase todos os setores da economia demitiram mais do que contrataram. Em abril, o país registra 39,315 milhões de trabalhadores com carteira de trabalho assinada.

Fonte: Agência Brasil

Em gravação, Sarney diz que delação de Odebrecht é ‘metralhadora’

Em gravação divulgada nesta quarta-feira (25) pelo jornal “Folha de S.Paulo”, o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) afirmou que eventuais delações premiadas de executivos da empreiteira Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato, são “uma metralhadora de [calibre] ponto 100”.

Em março, o grupo Odebrecht anunciou que, além de um acordo de leniência já em curso com a Controladoria Geral da União (CGU), todos os executivos da empreiteira concordaram em fazer acordos de delação – o que, em nota, a empresa chamou de “colaboração definitiva”, sem dar mais detalhes.

Sarney foi gravado em conversas que teve com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, citado na Lava Jato. O jornal informa que os diálogos ocorreram em março deste ano.

Em nota, Sarney disse lamentar que “conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir outras pessoas que nunca desejaríamos alcançar”. O ex-presidente também disse que conhece o ex-senador Sérgio Machado “há muitos anos”.

PSDB e temores da classe política
Em um dos diálogos publicados pelo jornal, Machado afirma que o governo de Dilma Rousseff acabou. “Agora, se a gente não agir… Outra coisa que é importante para a gente, e eu tenho a informação, é que para o PSDB a água bateu aqui também. Eles sabem que são a próxima bola da vez”, afirmou, em referência à Operação Lava Jato, ao que Sarney respondeu que “eles sabem que não vão se safar”.

O ex-presidente da Transpetro concordou: “E não tinham essa consciência. Eles achavam que iam botar tudo mundo de bandeja… Então é o momento dela para se tentar conseguir uma solução a la Brasil, como a gente sempre conseguiu, das crises”. E completou: “Tem que construir uma solução. Michel [Temer] tem que ir para um governo grande, de salvação nacional, de integração e etc etc etc”.

Segundo a reportagem, os dois falaram sobre os temores de toda a classe política. “Tá todo mundo se cagando, presidente. Todo mundo se cagando. Então ou a gente age rápido. O erro da presidente [Dilma] foi deixar essa coisa andar. Essa coisa andou muito. Aí vai toda a classe política para o saco. Não pode ter eleição agora”, afirmou Sérgio Machado.

Em outra conversa, também divulgada pela “Folha”, Sarney criticou a decisão do Senado de referendar a prisão do ex-senador Delcídio do Amaral no âmbito da Lava Jato. Machado afirmou que “a classe política está acabada” e que o momento é de “salve-se quem puder”. O ex-presidente da Transpetro alerta, então, que “nessa coisa de navio que todo mundo quer fugir, morre todo mundo.”

Após Sarney dizer que a oposição admitiu “diante de certas condições” apoiar Michel Temer para a presidência, Machado disse: “Não tem outra alternativa. Eles vão ser os próximos. Presidente: não há quem resista à Odebrecht”.

Fonte: G1