O PSDB entregou nesta terça-feira (3) ao vice-presidente Michel Temer o programa com medidas e princípios que considera fundamentais para participar de um possível governo dele.
Um grupo indicado pelo PSDB deve trabalhar com a equipe de Temer para preparar ações imediatas, se ele assumir a presidência.
Os seis governadores do PSDB tomaram café da manhã com o presidente do partido, o senador Aécio Neves para discutir o apoio ao possível governo Temer.
Na reunião da executiva, foi batido o martelo sobre o programa mínimo para balizar esse apoio. O documento foi entregue a Temer, durante um almoço no Jaburu. Entre as propostas, combate irrestrito à corrupção e responsabilidade fiscal. Os tucanos disseram ao vice-presidente que não podem negar ajuda, mas temem o risco de desgaste.
“Cabe a nós alertarmos como parceiros que queremos ser dessa fase da vida nacional, para a necessidade de que o futuro ministério atenda minimamente às expectativas do país. Não pode ser uma simples baldeação de um governo que finda para um que inicia. O vice-presidente não tem tempo pra errar. Nós viemos aqui como brasileiros de forma absolutamente desprendida”, disse o senador Aécio Neves.
Ficou acertado que um grupo de tucanos e de nomes indicados por eles deverá trabalhar com a equipe de Temer na elaboração de propostas a serem apresentadas logo nos primeiros dias desse possível governo. Entre os nomes está o do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que prometeu colaborar.
Outro ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, escolhido por Temer para o ministério da Fazenda estuda impor limite aos gastos públicos. Um teto inferior ao crescimento do Produto Interno Bruto. E de cara, a equipe de Temer vai precisar reduzir a meta fiscal deste ano.
Temer e seus interlocutores vão desenhando o que deverá ser a equipe ministerial, fazendo a velha conta: de cargos versus apoio no Congresso. Por isso mesmo, não está fácil enxugar o tamanho da máquina.
Gilberto Kassab, do PSD, deverá ficar com as Comunicações.
Marcos Pereira, do PRB, com Ciência e Tecnologia.
Bruno Araújo, do PSDB, com Cidades.
E José Serra, PSDB também, com Relações Exteriores.
O médico Raul Cutait aceitou o convite para o Ministério da Saúde – foi indicado pelo Partido Progressista.
Mendonça Filho, do DEM, pode ficar com a Educação.
Na fatia do PMDB, há dois citados na Lava Jato: Henrique Eduardo Alves, que deve voltar para o Ministério do Turismo, e Geddel Vieira Lima, que deve ficar com a secretaria de governo.
Romero Jucá, investigado na Lava Jato, é cotado para o Ministério do Planejamento.
Fonte: Jornal Nacional