Caminhoneiros fizeram bloqueios, pelo menos, em 14 estados, nesta segunda-feira (9). Os grevistas dizem que não estão ligados a sindicatos.
Os protestos começaram ainda na madrugada desta segunda-feira (9). Os manifestantes bloquearam pistas, queimaram pneus e paravam quem não quis fazer greve. Em alguns caminhões, havia faixas contra o governo federal.
“Eu acho desumano deixar a gente nessa situação. Aqui na beira da pista sem banheiro, sem comida, sem água, sem nada. Uma greve que até agora ninguém disse por quê”, disse um caminhoneiro.
No Rio Grande do Sul os caminhoneiros protestam nas rodovias federais e estaduais. Em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, eles estão parados no acostamento. Alguns até querem seguir viagem, mas temem passar pelo ponto principal da manifestação. Um caminhão foi depredado no interior do estado. Fila de mais de 10 quilômetros no Tocantins. Motoristas, que tentaram passar, foram cercados.
Em São Paulo, os caminhoneiros ocuparam a pista expressa da Marginal Tietê, uma das mais importantes vias da capital. Também houve bloqueios em Santa Catarina e Paraná.
O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos disse que não apoia o movimento. “Não existe uma pauta dirigida e voltada para a categoria dos caminhoneiros autônomos. Por isso, nós estamos contrário a essa paralisação”, diz Dilmar Bueno, presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos.
A greve foi cancelada em Itaúna, Minas Gerais, depois que uma mulher morreu. Daiane Carvalho não conseguiu frear a moto e bateu na traseira de um caminhão que estava parado na pista.
O representante do grupo que organizou a paralisação disse que o movimento é pela redução no preço do diesel, por uma tabela de preços mínimos para o frete. Ele também afirmou que os grevistas defendem a saída da presidente Dilma Rousseff.
“Nós estamos em recessão, aumento constante de combustível, energia elétrica, de alimentos. É uma bola de neve que não para de crescer e a nossa expectativa não é nada boa, assim como a maioria da população hoje”, afirmou Ivar Schmidt, líder do Comando Nacional dos Transportes.
O ministro da Comunicação Social disse que os grevistas até agora não apresentaram nenhuma pauta de reivindicações. Edinho Silva afirmou que o objetivo da paralisação é desgastar o governo. “Aqueles que estão envolvidos nessa mobilização, que até agora tem o único objetivo que é desgaste político, possam, evidentemente, colocar acima de qualquer outra questão, o interesse da sociedade brasileira. O governo sempre esteve aberto ao diálogo com todas as mobilizações, quando as mobilizações apresentam uma pauta de reivindicação. Não é o caso dessa greve”, disse Edinho Silva, ministro da Secretária de Comunicação Social.
A União Nacional dos Caminhoneiros informou que não concorda com a greve. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, mandou a Polícia Rodoviária Federal multar em R$ 1,9 mil quem fechar estradas.
Fonte: Jornal Nacional