Bolsonaro tenta antecipar chegada de vacinas da Índia; Fiocruz promete distribuição “no dia seguinte”

Diante da promessa do governo de São Paulo de iniciar a vacinação contra a Covid-19 no dia 25 de janeiro, o Governo Federal tem tentado acelerar os trâmites para conseguir implementar seu Plano de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 em todo o território nacional antes da data estipulada pela secretaria de saúde paulista.

O presidente Jair Bolsonaro enviou uma carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, uma antecipação na chegada das vacinas importadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do laboratório Serum, sediado no país asiático. Assim como a Fiocruz, o Serum produz doses do imunizante desenvolvido pela AstraZeneca junto à Universidade de Oxford.

“Para possibilitar a imediata implementação do nosso Programa Nacional de Imunização, muito apreciaria poder contar com os bons ofícios de Vossa Excelência para antecipar o fornecimento ao Brasil, com a possível urgência e sem prejudicar o programa indiano de vacinação, de 2 milhões de doses do imunizante produzido pelo Serum Institute of India”, diz trecho do texto, obtido pelos jornalistas Julio Wiziack e Ricardo Della Coletta, da Folha de S. Paulo. Bolsonaro e Modi são próximos politicamente.

Nesta sexta, a Fiocruz pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização temporária de uso emergencial deste imunizante. Segundo a Anvisa, pedido é para o uso das 2 milhões de doses importadas do laboratório indiano.

Em nota, a Fiocruz ainda informou que a expectativa é que a distribuição das doses seja realizada um dia depois da chegada dos lotes encomendados. “As vacinas prontas chegarão pelo aeroporto RIOGaleão, no Rio de Janeiro, e seguirão, no mesmo dia, para a Fiocruz para rotulagem. No dia seguinte, a partir de Bio-Manguinhos, na Fiocruz, as vacinas poderão seguir diretamente para a distribuição, que está sob responsabilidade do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. A data certa para a chegada dessas vacinas será confirmada em breve”, anunciou a fundação.

A presidente da instituição, Nísia Trindade, ainda celebrou o pedido emergencial. “Este é um momento histórico para a Fiocruz. A submissão desse pedido de autorização para uso emergencial da nossa vacina covid-19, desenvolvida em parceria com a unidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, é um passo importante para que possamos ter acessível, no Programa Nacional de Imunizações (PNI), uma vacina eficaz e segura para o Sistema Único de Saúde. Num momento de tantas dificuldades, em que lamentamos a perda de tantas vidas no Brasil e no mundo, 2021 se inicia com a esperança de termos um caminho, ainda a ser trilhado, de superação dessa crise”, declarou.

Fonte: Fórum

Diretor do Butantan diz que Ministério da Saúde comprará toda a produção de vacinas contra Covid-19 do instituto

O diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, confirmou nesta sábado (9) que o governo federal incorporou todas as doses da Coronavac, desenvolvida em parceria do Butantan e do laboratório chinês Sinovac, no Plano Nacional de Imunização (PNI) e deve gerir o calendário de distribuição das vacinas em todo o país.

“Ontem de noite tive reunião com os técnicos do Ministério da Saúde. No momento, o Butantan tem 6 milhões de doses e serão incorporadas pelo ministério, a medida que houver liberação do uso emergencial. Essas vacinas serão distribuídas por todos os estados de forma proporcional, obedecendo critérios demográficos e número de pessoas nas faixas de risco. Todos os estados serão atendidos. Com essas e mais 2 milhões vindo pela FioCruz. Teremos em janeiro 8 milhões de doses para iniciar a campanha [nacional] de vacinação”, afirmou ele.

O executivo do Butantan também afirmou que a expectativa do instituto e do Ministério da Saúde é que a distribuição da vacina comece em até 48h depois da liberação do uso emergencial da Coronavac pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Espera-se que isso comece tão logo a Anvisa libere. Em 24 a 48h depois que a Anvisa liberar, eles já teriam condição de começar a vacinação”, declarou Dimas Covas em evento do Centro Universitário Claretiano em Batatais, interior de São Paulo.

O próprio Instituto Butantan informou, em nota, que “os contratos firmados com o Ministério da Saúde possuem cláusula de exclusividade” e “a partir do momento em que o Butantan fornece as doses ao órgão federal, cabe ao Programa Nacional de Imunizações distribuí-las aos estados, conforme os quantitativos solicitados pelas Secretarias de Saúde, inclusive a de São Paulo”.

“O contrato de exclusividade vale para o Brasil, não impactando na negociação para o fornecimento da vacina do Butantan a outros países. As 46 milhões de doses que serão fornecidas ao Ministério da Saúde incluem as 10,8 milhões que foram adquiridas da biofarmacêutica Sinovac e já estão em solo brasileiro”, disse a instituição neste sábado (9).

Anúncio federal

O Ministério da Saúde informou neste sábado (9) que toda a produção de vacinas contra a Covid-19 produzidas pelo Instituto Butantan, de São Paulo, será comprada com exclusividade pelo governo federal.

Fonte: G1

Maia dispara contra Bolsonaro: ‘200 mil vidas perdidas, você tem culpa’

“Bolsonaro: 200 mil vidas perdidas até agora. Você tem culpa”. A frase dura foi disparada  na tarde deste sábado (09/01), pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), no Twitter.

Isso porque o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) culpou o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, pelo atraso na campanha de vacinação do Brasil e perda de popularidade. A revelação foi feita pela revista Veja, na coluna Radar deste sábado (09/01).

“Mesmo insatisfeito, Bolsonaro gosta de Pazuello e por isso chamou os ministros nesta semana para oferecer ajuda ao general. Na reunião ministerial, meio brincando, meio à vera, o presidente disse que a COVID-19 ‘baqueou Pazuello e que ele não dá conta de mais nada’, disse a publicação.

Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) criticou diretamente o presidente e afirmou que Bolsonaro é “covarde”.

Fonte: Estado de Minas

Anvisa diz que ainda faltam dados do Butantan para pedido de uso emergencial de vacina; análise da Fiocruz segue para a próxima fase

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou neste sábado (9), em nota, que está incompleta a documentação entregue pelo Instituto Butantan no pedido para uso emergencial da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela instituição. No caso da Fiocruz, os documentos estão completos e agora a análise do pedido segue para a próxima fase.

O Instituto Butantan entrou com o pedido de uso emergencial da chamada CoronaVac, desenvolvida em parceria com o laboratório Sinovac. Já a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) solicitou a aplicação emergencial do imunizante desenvolvido em parceria com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca.

A Anvisa iniciou na sexta-feira (8) a triagem dos documentos enviados, que é a checagem feita nas primeiras 24 horas para saber se constam do pedido todos os dados necessários. A fase seguinte é a análise deles. O prazo total para a agência aprovar ou não o pedido é de dez dias.

Em nota, a Anvisa diz que está em contato com o Butantan para discutir “prazos e cronogramas para apresentação dos dados faltantes”. Neste sábado, as equipes técnicas da agência e do instituto já realizaram duas reuniões para tratar da questão.

“O instituto foi informado sobre a necessidade dos documentos complementares, essenciais à análise e conclusão sobre a eficácia e segurança da vacina. Na oportunidade, foram discutidos prazos e cronogramas para a apresentação dos dados faltantes”, diz trecho da nota.

Segundo a nota, o Instituto Butantan informou que “apresentará os dados com brevidade” e a agência “continuará a avaliar a documentação que já foi enviada, de forma a otimizar esforços para uma decisão célere sobre o pedido”.

Entre as informações adicionais que a Anvisa solicitou ao Butantan estão dados de “características demográficas e basais críticas da população do estudo (idade, sexo, raça, peso ou IMC) e outras características (por exemplo, função renal ou hepática, comorbidades)” e a contabilização de “dados sobre a disposição dos participantes, com uma contabilidade clara de todos os participantes que entraram no estudo”.

Também por meio de nota, o Instituto Butantan disse que “permanece fornecendo todos os documentos necessários” à Anvisa e que as solicitações de mais informações, “que estão sendo prontamente atendidas”, não afeta o prazo previsto para a autorização da vacina.

Fonte: Bem Estar