A estudante universitária Remís Carla Costa, de 24 anos, foi morta após ter sido esganada pelo namorado, o ajudante de pedreiro Paulo César Oliveira da Silva, de 25 anos, que confessou o crime. Os detalhes do inquérito policial foram apresentados pela polícia em coletiva de imprensa neste domingo (24). No sábado (23), o corpo da universitária foi localizado perto da casa de Paulo César, na Zona Oeste do Recife.
Ele foi preso em flagrante por ocultação de cadáver, em Vicência, na Zona da Mata Norte, e vai responder também por feminicídio. A polícia conta que ele afirmou ter usado drogas momentos antes de matar a estudante universitária. “Ele confessa todo o crime com riqueza de detalhes, inclusive com esganadura. Ele mata a vítima às 16h e, a 1h do dia seguinte, ele oculta o corpo a 400 metros de casa, por trás da casa de um vizinho”, aponta o chefe da Polícia Civil, Joselito do Amaral.
O delegado Élder Tavares, que comandou as investigações, explica que o namorado mudou a primeira versão dada à polícia e admitiu que a briga foi devido a um aparelho telefônico. Ela queria levar o celular dele, após ele ter quebrado o celular dela no dia 22 de novembro. Na primeira versão, ele havia dito que ela foi embora depois da briga.
Já no segundo depoimento, ele relatou que os dois entraram em luta corporal devido disputa pelo celular. “Durante a luta corporal, ele coloca a mão esquerda na boca dela, para não ter barulho e os vizinhos escutarem. Com a mão direita, ele acaba por esganá-la”, detalha o delegado, que ressaltou o perfil frio do acusado.
Amaral lembrou que Remís foi à Delegacia da Mulher, onde prestou queixa por injúria, ameaça, lesão corporal e danos em 23 de novembro, o dia seguinte após Paulo César quebrar o celular dela. Depois da solicitação da estudante, foi emitida uma medida de afastamento pela Justiça. “Infelizmente, no dia 15 ele entra em contato com ela e atrai a vítima, infelizmente, para a morte”, ressalta Amaral.
Remís foi vista pela última vez no dia 17 de dezembro. Ela devia voltar para casa, depois de passar o final de semana com o namorado. Desesperados, parentes e amigos da jovem fizeram um apelo nas redes sociais para conseguir pistas ou informações que pudessem revelar o paradeiro dela. Após uma denúncia, os policiais localizaram o corpo da jovem em avançado estado de decomposição a cerca de 400 metros da casa de Paulo César.
A chefe do Instituto de Criminalística (IC), Sandra Santos, explica que as equipes de peritos papiloscopistas conseguiram fazer rapidamente a identificação da jovem através da impressão digital. Parte dos exames periciais ainda não foi concluído, mas os primeiros resultados confirmam a versão de Paulo César.
“Foi feito todo um trabalho em busca de sinais de violência, mas considerando o avançado estado do corpo em decomposição, não encontramos sinais de bala ou de arma branca. Existem sinais de esganadura, o que confirma o depoimento dele. Esses sinais de esganadura serão confirmados através dos exames histopatológicos que estão sendo realizados. Foram coletados diversos vestígios, essas perícias estão em andamento”, aponta Sandra Santos.
O enterro de Remís aconteceu sob comoção e homenagens neste domingo (24), no Cemitério Campo Santo São José, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.
Fonte: G1 Pernambuco