“A responsável por esse desastre é a Samarco”, diz Elisa Costa (PT-MG), prefeita de Governador Valadares, em seu gabinete no centro da cidade.
Segundo ela, a mineradora controlada pela Vale e pela BHP não tem enviado água suficiente para a população, conforme determinado pelo plano de emergencial do município, apresentado no último dia 10.
Todo o abastecimento da cidade depende do rio Doce, cujas águas, há mais de uma semana, deram lugar a uma lama espessa, com consistência que varia do leitoso ao argiloso.
A enorme onda de resíduos químicos, vinda de barragens da Samarco em Mariana (MG), fez com que Valadares precisasse cortar a distribuição hídrica de 280 mil pessoas.
Procurada, a empresa disse que “o abastecimento de água no município de Governador Valadares (MG) será restabelecido em breve” – mas não informou quando isso ocorrerá.
Para minimizar prejuízos, postos de distribuição de água engarrafada foram espalhados pela cidade. Escoltados pelo Exército, moradores formam filas com mais de mil pessoas, que esperam até duas horas para conseguir sua cota individual – cinco litros per capita.
“Hoje nós temos 19 postos de distribuição (de água). Nós tínhamos previsto 30. Não chegamos a tantos porque não tem água”, diz Costa.
“Essa água que a empresa tem que trazer é para suprir as necessidades de nossa população”, afirma. “É preciso dar vida à cidade de Valadares, e em seguida dar vida ao rio.”
A Samarco não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre as críticas da prefeita.
Em nota, a mineradora informou que “já encaminhou aos pontos de distribuição 8,436 milhões de litros de água potável e 500,5 mil litros de água mineral à população do município”.
Fonte: BBC