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Varejo em crise acelera fechamento de lojas em shoppings

Os shopping centers estão vivendo uma evasão de varejistas nos últimos meses. Só em agosto, foram 127 lojas fechadas, segundo dados do Bank of America (Bofa). Entre as empresas que lideram os fechamentos estão aquelas que lutam para reorganizar as contas em meio a altos endividamentos. Com isso, o terceiro trimestre ficou com um saldo de 45 lojas fechando as portas. Os dados de setembro ainda não estão disponíveis.

A pesquisa abrangeu 146 shoppings, com cerca de 28 mil lojas ao todo. A Polishop foi a empresa que mais fechou lojas em agosto, com nove. A empresa enfrenta um processo de reestruturação dos negócios após os baques da pandemia, que derrubaram as vendas, culminaram em atrasos nos pagamentos de aluguéis e detonaram processos de despejos. No ano todo até agosto, a Polishop fechou 22 unidades em shoppings, segundo relatório do Bofa.

Em segundo lugar na lista ficaram Triton, Puket, Ponto e Imaginarium, com encerramento de cinco lojas cada, em um sinal de dificuldades de varejistas dos setores de roupas e eletroeletrônicos. Vale notar que a Puket e a Ponto não haviam cortado unidades ao longo deste ano até agosto.

A Imaginarium e a Puket são parte da Uni.co, das Lojas Americanas, em recuperação judicial. Essa unidade de negócios faz parte dos ativos que a varejista deve vender para tentar reequilibrar as contas. A companhia está sob investigação para encontrar os responsáveis por uma fraude que inflou os resultados da companhia em cerca de R$ 25 bilhões.

O Ponto (ex-Ponto Frio, do Grupo Casas Bahia), por sua vez, faz parte de uma empresa em processo de reorganização, que anunciou que deve fechar de 50 a 100 lojas. O presidente do Grupo Casas Bahia, Renato Franklin, disse estar focado em melhorar os indicadores financeiros da empresa e, para isso, fechar lojas deficitárias é um caminho. Só com o fechamento de lojas, a empresa pretende liberar R$ 1 bilhão em estoques.

A empresa lida com as consequências de ter buscado crescimento digital e em novas frentes de negócio quando os juros estavam em 2%. Agora, com a Selic alta e o bolso do consumidor comprometido, a companhia se vê com vendas fracas e dívida alta.

Outras empresas também ficam mais para o topo da lista de fechamentos se analisado o ano inteiro, de janeiro a agosto. A Tok&Stok, a Ri Happy e a Marisa são exemplos, com 11, 8 e 8 fechamentos no período, respectivamente. Elas também estão em períodos de reestruturação e renegociação de passivos.

A Marisa já fechou mais 80 lojas, enquanto a Ri Happy conseguiu, recentemente, renegociar seu passivo. Já a Tok&Stock recebeu novo aporte do fundo Carlyle e refinanciou seu passivo, além de estar em conversas com a Mobly para uma possível operação de fusão e aquisição.

Fonte: Estadão

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