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Tóquio festeja e passa bastão para Paris após esporte superar o medo nas Olimpíadas

Cinquenta e sete anos depois de dizer Sayonara (adeus, em japonês) ao fim das Olimpíadas de 1964, desta vez Tóquio se despediu com um “Arigatô” de uma edição sem precedentes do maior evento esportivo do planeta.

A palavra, que significa “obrigado”, foi transmitida neste domingo (8) nos telões da cerimônia de encerramento de Tóquio-2020, realizada no estádio Olímpico, com arquibancadas vazias, devido ao veto de público por causa da pandemia da Covid-19.

A mensagem de agradecimento se mistura ao sentimento de alívio dos organizadores por entregarem o bastão para a próxima anfitriã, Paris-2024, com inegável repercussão esportiva, e terem espantado o maior temor nas últimas duas semanas: um surto de Covid-19 que comprometesse o evento.

Com a presença da prefeita da cidade, Anne Hidalgo, a capital francesa se apresentou em Tóquio para o que, todos esperam, seja a retomada dos Jogos em condições normais, sobretudo com público assistindo às competições.

No momento, porém, a conexão entre as sedes teve que ser feita virtualmente. A “Marselhesa” foi executada em vídeo, com imagens de pontos famosos da capital francesa que estarão integrados aos eventos dos Jogos.

Uma celebração ao vivo em frente à Torre Eiffel, com a participação de atletas franceses medalhistas em Tóquio, celebrou a passagem de bastão. O presidente Emmanuel Macron apareceu declarando o novo lema das Olimpíadas: “Mais rápido, mais alto, mais forte – juntos”.

Se a cerimônia de abertura foi marcada por um clima mais solene, no encerramento os organizadores se permitiram festejar e prestar homenagens aos atletas (11 mil) e voluntários (51 mil) que atuaram no evento.

A ginasta Rebeca Andrade, que conquistou duas medalhas (prata e ouro) e encantou em uma apresentação solo embalada pelo funk “Baile de Favela”, foi a porta-bandeira da delegação brasileira.

Assim como na festa de abertura, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) mandou poucas pessoas ao desfile: além de Rebeca, o técnico dela, Francisco Porath, o campeão olímpico de boxe Hebert Conceição, a coordenadora médica Ana Corte, o sub-chefe de missão Sebastian Pereira e o funcionário mais antigo da entidade, conhecido como Bira.

Ao todo, 206 delegações, com 4.500 pessoas, participaram. Com vários números musicais em sequência, o clima foi caoticamente festivo, sob música alegre, danças, manobras de bicicleta e skate, pessoas correndo para todos os lados e muitos fotos tiradas pelos celulares.

A cerimônia reforçou o espírito dos Jogos de promover a diversidade, sobretudo a de gênero. Nessa edição, 49% dos atletas eram mulheres. E elas foram grandes protagonistas. Na delegação brasileira, conquistaram 9 pódios, sendo decisivas para o país atingir seu melhor desempenho em Olimpíadas, com 21 medalhas.

Fonte: Folhapress