Rachaduras em casa no Rio Grande do Norte após tremor da última semana
Somente no período de 13 a 16 deste mês, o Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) registrou 140 microtremores no solo de Poço Branco, a 59km de Natal onde foram instalados dois equipamentos para monitorar as atividades sísmicas na região do Mato Grande. Ou seja, é um tremor a cada meia hora. Do total de pequenos abalos registrados, resultantes dos primeiros resultados gerados após a colocação dos sismógrafos, apenas um pôde ser sentido pela população local, embora não haja informações a respeito de sua magnitude.
O alto índice de tremores no estado, assim como no mundo inteiro, contudo, não é novidade para os especialistas que observam atividades sísmicas, mas eles não descartam a possibilidade que abalos fortes, como os ocorridos no Haiti, possam acontecer no Brasil. “Ocorreu no Haiti, local antes considerado pouco provável que um tremor atingisse essa proporção. No Brasil também é provável, mas não podemos preverse e quando isso vai acontecer”, foi enfático o coordenador do Laboratório de Sismologia da UFRN, Joaquim Mendes Ferreira, um dos sismólogos mais experientes do país.
Ele informou que não é possível afirmar se frequência de microtremores verificados entre 13 e 16 de janeiro está acima de normal para a região, porque a medição nunca tinha sido feita antes. “Tremores de terra são normais em todo o planeta e ocorrem diariamente”, reforçou ele, apontando que, só na manhã de ontem, 13 tremores perceptíveis ocorreram no mundo. “Às 9h28, ocorreu mais um na Argentina de magnitude 5,5”, disse, descartando qualquer relação desse abalo e de outro de 6,3 graus registrado no domingo ao sul da Argentina com os eventos ocorridos no interior do estado e na capital haitiana. Segundo Joaquim, a placa tectônica do Haiti é uma, a do Brasil é outra e os abalos sentidos na Argentina ocorreram em região da placa sul-americana próxima à placa antártica. Segundo o Serviço Geológico do Brasil, as chances de ocorrer um terremodo superior a 7 graus são de um a cada 500 anos.
Fonte: DP