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Serra e fundador da Qualicorp estão no “topo de cadeia criminosa”, diz PF

O senador José Serra (PSDB) e o fundador da Qualicorp, o empresário José Seripieri Filho, estão “no topo da cadeia criminosa” que envolveu supostos repasses ocultos de R$ 5 milhões para a campanha do tucano ao Senado, em 2014, segundo a PF (Polícia Federal).

A Justiça Eleitoral determinou o cumprimento de quatro mandados de prisão temporária e outros 15 de busca e apreensão relacionados ao caso. Dois imóveis ligados a Serra em São Paulo, seu gabinete e apartamento funcional em Brasília eram alvos de buscas, mas o Senado não deixou e acionou o STF (Supremo Tribunal Federal), que no final da manhã impediu a ação dos investigadores no gabinete.

“No topo da cadeia criminosa tem o acionista controlador [da Qualilcorp] e, no topo do político, temos o então candidato [José Serra]”, afirmou em coletiva de imprensa Milton Fornazari Júnior, delegado responsável pela operação, ligada à Lava Jato.

De acordo com ele, “o acionista controlador [Seripieri] fornecia os números de contato dos intermediários do candidato, e o grupo encarregado de pagar entrava em contato [com o grupo de Serra] e fazia reunião para convergir sobre como os repasses seriam feitos”.

Toda a estrutura tinha por objetivo “dissimular a origem ilícita dos valores repassados ao então candidato em 2014”. Para isso, havia a simulação de prestação de serviço e aquisição de produtos por meio de transferências bancárias a empresas utilizadas pelos intermediários de Serra.

Em nota, Serra afirma que “a decisão da Justiça Eleitoral é baseada em fatos antigos e em investigação até então desconhecida do senador e de sua defesa, na qual, ressalte-se, José Serra jamais foi ouvido”.

“José Serra lamenta a espetacularização que tem permeado ações deste tipo no país, reforça que jamais recebeu vantagens indevidas ao longo dos seus 40 anos de vida pública e sempre pautou sua carreira política na lisura e austeridade em relação aos gastos públicos. Importante reforçar que todas as contas de sua campanha, sempre a cargo do partido, foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.”

A Qualicorp divulgou nota informando “que houve busca e apreensão em sua sede administrativa e que a nova administração da empresa fará uma apuração completa dos fatos narrados nas notícias divulgadas na imprensa e está colaborando com as autoridades públicas competentes.”

Fonte: UOL