Moscou se posiciona ao lado de Teerã dois dias depois da entrada dos Estados Unidos na guerra no Oriente Médio.

A Rússia declarou nesta segunda-feira estar “pronta para ajudar” o Irã no confronto com Israel, marcando um novo capítulo na escalada do conflito no Oriente Médio. O posicionamento do Kremlin surge dois dias após os Estados Unidos entrarem diretamente na guerra, bombardeando três instalações nucleares iranianas em uma operação que durou cerca de meia hora.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a posição de apoio ao Irã é clara e que a Rússia já ofereceu ajuda para mediar o conflito. Segundo Peskov, a assistência ao país persa pode ser dada de “formas diversas” e “tudo depende do que o Irã precisa”. O oficial russo revelou ainda que o presidente Vladimir Putin discutiu a situação iraniana com Donald Trump em suas últimas conversas.
O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araqchi, chegou a Moscou nesta segunda-feira para conversas com Putin e outros oficiais sobre a “situação regional e internacional após a agressão militar dos Estados Unidos”, conforme informou uma fonte à agência AFP. A Rússia condenou os ataques americanos ao Irã, classificando os bombardeios como “irresponsáveis”, reforçando a aliança estratégica entre Moscou e Teerã.
A entrada dos Estados Unidos no conflito ocorreu no sábado, quando Trump anunciou em pronunciamento televisionado o bombardeio de instalações nucleares iranianas. A operação utilizou aviões bombardeiros que partiram da base de Whiteman, nos EUA, à meia-noite de sábado e chegaram ao território iraniano às 18h, sem registrar confrontos na entrada ou saída, segundo o general Dan Caine.
O Irã respondeu no domingo com uma salva de mísseis contra Israel, incluindo a região da capital Tel Aviv, deixando 23 pessoas feridas de acordo com o serviço de resgate israelense. O chanceler iraniano Abbas Araghchi declarou que a “diplomacia não é mais uma opção”, afirmando que os Estados Unidos escolheram “lançar a diplomacia pelos ares” após a ofensiva. Trump havia ameaçado ataques ainda mais severos caso o Irã não “busque a paz”, declarando que “haverá paz ou haverá tragédia para o Irã”.