Justiça bloqueia tarifaço, Elon Musk deixa cargo e expressão ‘TACO’ viraliza em meio a contestações sobre política comercial.

O governo de Donald Trump enfrentou uma série de desafios recentes, marcados por um revés judicial significativo em sua política comercial, a saída de um conselheiro proeminente e o surgimento de uma expressão crítica que rapidamente ganhou tração popular e midiática. Esses eventos adicionam novas camadas de complexidade à gestão do presidente norte-americano, especialmente na esfera econômica e política.
Na quarta-feira (28), um tribunal de comércio dos Estados Unidos impôs um bloqueio às tarifas recíprocas anunciadas por Trump no início de abril, conhecidas como “Dia da Libertação”. A decisão foi proferida por um colegiado de três juízes do Tribunal de Comércio Internacional, sediado em Nova York, que acatou argumentos de diversas ações judiciais contestando a medida.
Os magistrados consideraram que o presidente excedeu sua autoridade ao utilizar a Lei Internacional de Poderes Econômicos de Emergência (IEEPA) de 1977 para impor taxas generalizadas, que variavam de 10% a 50%, sobre produtos importados de mais de 180 países. A Casa Branca informou que já recorreu da decisão, abrindo caminho para uma disputa que pode alcançar a Suprema Corte.
As contestações judiciais, movidas por grupos empresariais e por 12 estados americanos liderados por Oregon, argumentam que Trump submeteu a política comercial aos seus “caprichos”, gerando “caos econômico”. Questiona-se a justificativa de que o déficit comercial configura uma emergência nacional que autorizaria o uso de tarifas sem aprovação do Congresso, conforme alegado pelo presidente.
Saída de Elon Musk
Paralelamente, o cenário político da administração Trump viu a saída do bilionário Elon Musk. Ele deixou o cargo especial de conselheiro e líder do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) na mesma quarta-feira (28), antes do previsto inicialmente. Musk agradeceu a oportunidade em uma postagem na rede social X.
Segundo a imprensa americana, a saída de Musk ocorre em um contexto de discordâncias com o presidente, particularmente em relação à política tarifária. Como CEO da Tesla, Musk via as tarifas como prejudiciais aos negócios da empresa, que possui operações significativas tanto nos EUA quanto na China, país fortemente afetado pelas taxas.
As críticas às tarifas não se limitaram a Musk. Seu irmão, Kimbal Musk, também se manifestou publicamente, classificando a medida como um “imposto estrutural e permanente sobre o consumidor americano”. Fontes indicam que Musk tentou intervir junto a Trump sobre as tarifas, evidenciando o atrito gerado pela política comercial dentro do próprio governo.
Trump Always Chickens Out, ou Trump Sempre Amarela ou Arrega
Em meio a essas turbulências, uma nova expressão começou a circular e viralizar, especialmente entre analistas de mercado e nas redes sociais: “TACO”, um acrônimo para “Trump Always Chickens Out” (“Trump Sempre Amarela”, em tradução livre). A sigla critica a tendência percebida de Trump anunciar medidas duras, como tarifas elevadas, e depois recuar ou suavizá-las.
A expressão ganhou força após o presidente anunciar e, posteriormente, adiar ou modificar tarifas contra diversos países e blocos econômicos, como a China e a União Europeia. O termo “chicken out” (amarelar) sugere uma desistência por falta de firmeza ou coragem.
Questionado diretamente sobre o termo “TACO” por uma repórter durante um evento na Casa Branca, Trump demonstrou irritação, negou que estivesse “amarelando” e classificou a pergunta como “maldosa”, defendendo suas ações como parte de um processo de negociação. A expressão, no entanto, já havia gerado uma onda de memes e comentários online, refletindo a percepção pública sobre a volatilidade de suas decisões comerciais.
