
Mais uma de minhas muitas e maravilhosas netas, agora Marianna Patriota, encheu meu coração de felicidade e orgulho. Marianna acaba de concluir o curso de medicina, tendo ontem (22/5) defendido sua tese de conclusão de curso, feita conjuntamente com sua colega Rubia Helen Freire, cujo tema foi “Síndrome da Febre Periódica, Estomatite Aftosa, Faringite e Adenite Cervical (PFAPA): Relato de Caso”, recebendo nota 10 da banca examinadora.

Abaixo, transcrevo o resumo da sua tese de conclusão de curso:
A síndrome de PFAPA é uma condição autoinflamatória rara que incide predominantemente na infância, embora também haja relatos em faixas etárias mais avançadas. É caracterizada por episódios febris recorrentes, estomatite aftosa, faringite e adenite cervical. Apesar do padrão sintomático relativamente bem definido, a sobreposição com outras patologias infecciosas, como faringoamigdalites, doenças autoimunes e malignas, contribui para o subdiagnóstico e a adoção de condutas terapêuticas inadequadas. No entanto, quando essas condutas são realizadas corretamente, o prognóstico costuma ser favorável, com redução progressiva na intensidade e frequência dos episódios, sem prejuízos significativos ao crescimento e desenvolvimento dos pacientes.
As crises geralmente seguem um padrão regular, surgindo a cada 3 a 8 semanas e durando de 3 a 6 dias. O diagnóstico é clínico e feito por exclusão, já que não há exames específicos que confirmem a síndrome.
O tratamento costuma ser desafiador, a febre costuma ser refratária aos tratamentos usuais, como o uso de anti-inflamatórios, antipiréticos e antibióticos.
A abordagem terapêutica mais utilizada atualmente envolve o uso de corticoides durante as crises, que costumam promover alívio rápido dos sintomas. Também se adota, em alguns casos, uma conduta cirúrgica. No entanto, ainda não existe um tratamento definitivo que assegure a remissão completa da síndrome com segurança a longo prazo.
A baixa prevalência da síndrome de PFAPA, associada à escassez de conhecimento sobre sua apresentação e manejo, ainda configura um desafio significativo na prática clínica de muitos profissionais. Sua semelhança com outras causas de febre recorrente, bem como com doenças comuns da infância, pode atrasar o diagnóstico e expor o paciente a investigações desnecessárias e intervenções inadequadas, além de aumentar o sofrimento físico e emocional do paciente e de seus cuidadores. Nesse cenário, o reconhecimento precoce do quadro clínico torna-se essencial para um manejo mais eficiente e menos invasivo.
Aproveito para parabenizar Lucianna, minha filha, pela irretocável criação de suas meninas, Marianna e Letícia.