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Palmas para Bano Sapateiro, que hoje comemora 91 anos

Hoje, 15 de maio,  é dia de darmos um forte abraço  no sapateiro mais longevo de Salgueiro,  o velho Bano que comemora  em casa – sem festa,  por causa da pandemia, seus bem vividos 91 anos de idade. Um homem simples, de origem humilde, que  lutou  a vida inteira  com dignidade, tendo inclusive, ainda jovem que viajar para o Recife, onde trabalhou no advento da ditadura militar de 1964 ao lado de sapateiros de tendência esquerdista, chamados por alguns de “comunistas”.

Em Salgueiro, Bano  foi aluno do grande profissional Antonio Carlos Freire, sapateiro fino que atuava com firmeza no Cortume Nossa Senhora de Fátima, que  deixaram levar para Petrolina, inclusive com alguns funcionários que nunca voltaram para a Salgueiro Grande de Veremundo Soares.

Bano, cujo pai trabalhou no sistema elétrico construído por Veremundo Soares para iluminar a cidade (até a chegada a energia de Paulo Afonso), dedicou-se ao ramo de sapataria muito cedo. Foi funcionário dos empresários Pedro José Rosado, Afonso Ferreira e Antonio Brito, todos com endereço na estreita Rua Epitácio Alencar, conhecida também no passado como “Rua do Fumo”.

Ao voltar do Recife, bastante experimentado, o sapateiro passou uma temporada em Araripina e decidiu permanecer definitivamente em Salgueiro, onde passou a trabalhar por “conta própria”.  “Eu botei um negócio por conta própria, mas certo dia dei guarida a um sujeito que precisava de um lugar para  passar a noite. No dia seguinte, ao voltar para o trabalho senti o prejuízo: ele tinha levado minhas ferramentas, me deixando praticamente quebrado”, conta o profissional que nunca  baixou a cabeça pra nada diante das adversidades.

Até “pendurar as alpercatas”, rumo à aposentadoria definitiva, há dois anos (por insistência da família), Bano trabalhava em uma oficina localizada na confluência das Ruas Francisco Correia e Inácio de Sá, a poucos metros de sua residência, no centro da cidade.

Infelizmente, o “velho Bano”, não pode mais participar das interessantes pescarias com os amigos, nem mesmo recebê-los em casa para contar (e ouvir) as belas ‘histórias de pescadores”, por causa da Covid-19 que o obriga a se resguardar  ao lado da família.

“Ano passado, ainda improvisamos uma festinha, com direito a um bolo, mas este ano, nem isso a gente vai acontecer”,  relata  seu filho Beto da Compesa. “Não vai ter nenhuma festinha por causa dessa doença”, conta Beto.

Nascido em 15  de maio de 1930, o popular Bano  é casado com Roseira Avelina da Silva (Dona Moça), que nasceu em 27 de abril de 1921.

A prole de Bano e dona Moça conta com os filhos Alberto Pereira da Silva (Beto da Compesa), Aurenia Pereira da Silva, Auriene Pereira da Silva (Lili) e Adalberto Pereira da Silva (Nanan). Mais 13 netos e 8 bisnetos.

 Por Machado Freire – Folha do Sertão

Um comentário sobre “Palmas para Bano Sapateiro, que hoje comemora 91 anos

  1. Assis Barros

    Parabéns seu Bano,

    Feliz aniversário!

    Realmente, ele merece palmas e admirações é sem dúvidas uma pessoal interessante.
    Apesar da diferença de idade entre ele e eu (Quase 30 anos), quando ainda adolescente, lembro-me de ter a oportunidade de participar em algumas vezes de algumas pescarias que ele participava com a turma dele, nessa época costumava ser: ele, Garrafão do BB, Jeremias Gerente da extinta CAGEPE, Valter e Dema de seu Jeremias e outros colegas. Idos dos anos 70.

    Embora já se passaram alguns anos, mas ainda recordo de uma vez que num carnaval fomos pescar, e ficamos até a segunda feira, foi uma folia só, muito divertido, seu Bano, meio caladão, vez ou outra saía com uma anedota ou frase diferente ou uma brincadeira boa. Ele e Valter conversando então nem se fala….. Outro dia fomos pescar na Faz. Várzea do Ramo de seu Dorciano Angelim, depois que o pessoal botaram as redes na água, fomos arriscar no anzol o peixe do pirão, de repente seu Bano puxou a vara e tentando tirar o peixe e naquela luta o peixe escapou, ele olhou pra mim e disse: tem nada não fica aí guardada pra outra vez, mas um colega gritou de lá e disse: mas rapaz uma bichona tão grande dessa e você deixou ir embora era o do pirão. Ele disse: prestava não era uma piaba e foi logo dizendo pra mim que estava bem próximo dele, se dissesse que era grande ele ia me chamar de mentiroso aí eu tirei logo ele da jogada………….era quase sempre assim se saindo numa boa.

    PARABÉNS! Seu Bano, pelo seus 91 anos de idade e pela sua história de vida e sua essência, que Deus lhe dê muita saúde e paz, juntamente com os seus familiares. Feliz Aniversário!