Quando criança, início dos anos setentas, viajava constantemente de Cabrobó para Salgueiro, juntamente com meu pai, então Oficial de Justiça daquela Comarca, com objetivo de concretizar mandados judiciais, pois Salgueiro já era um Centro de referência, para onde as pessoas convergiam, principalmente para fazer negócios. Geralmente fazíamos isso se utilizando do velho misto, transporte coletivo da época. Lembro-me inclusive, quando da minha primeira viagem, ainda no ponto de espera, meu pai brincava, mandando que eu colocasse uma pedrinha na boca, espécie de simpatia da época, para quem estava a realizar sua primeira viagem.
Na última quarta-feira de cinzas tive o privilégio de ser convidado pelo meu amigo/irmão, Alvinho Patriota a visitar Salgueiro, para sentir de perto o clima de expectativa positiva e aí resolvi acessar seu blog e tecer um breve comentário comparativo Salgueiro-Petrolina.
Nos anos 70, paralelamente, Petrolina corria a passos largos no processo de desenvolvimento político e econômico, passando a ser a expressão maior de todo o Vale do São Francisco.
Há mais de três décadas morando em Petrolina e diplomado Cidadão Petrolinense, me orgulho muito da dedicação dos políticos da nossa terra, pois graças às ações destes, tivemos um expressivo e reconhecido crescimento: primeiro, com a chegada da BR ligando Petrolina a Recife, ação de Nilo Coelho, então Governador de Estado, final dos anos 60, início dos anos 70; segundo, com o advento da agricultura irrigada num primeiro momento na década de 60, com a CODEVASF e o Projeto Bebedouro; terceiro, o fortalecimento da indústria na década de 70; quarto, a consolidação do pólo de irrigação, com a implantação do Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho nos anos 80; quinto, a criação da UNIVASF, nos anos 90, naturalmente dentre várias outras ações, que não pretendo com esse breve comentário pontuar nesse momento.
Mas meus amigos, a sociedade é muito dinâmica e requer constantemente reavaliação do nosso planejamento estratégico para continuarmos sempre se desenvolvendo até porque, a indústria petrolinense decaiu, a irrigação tem sofrido muitos solavancos econômicos, principalmente devido às questões econômicas externas e restando agora, a aposta quase que total nos pólos de educação e médico, embora este último venha num processo complexo de dificuldades estruturais. Esperamos ainda, que a 3ª fase da irrigação se dê agora com o leilão que acontecerá nos próximos 60 dias através da CODEVASF, no sentido de fechar PPPs – Parcerias Públicas e Privadas, para exploração nos próximos dois anos do Projeto de Irrigação do Pontal Sul. Várias empresas internacionais têm procurado nossa região com interesse direto nessa negociação, onde basicamente terão a responsabilidade de terminar as obras de infra-estrutura de todo o projeto de 7.000 hectares, sendo obrigados a repassar 25% destes para os pequenos agricultores e o saldo ser explorado como lhes convier. Comenta-se de interesses na área de produção de biodiesel e álcool. Resta-nos esperar para ver, pois essa questão de reserva alimentar também é algo a ser analisado pela sociedade. Países como a Tailândia, por exemplo, não permitem que estrangeiros produzam alimentos em seus territórios – questão de SEGURANÇA ALIMENTAR. A China ultimamente retirou cerca de 800 milhões de pessoas da miséria rural absoluta e essas pessoas passaram a morar nas áreas urbanas industrializadas e literalmente comer, o que requer um aumento significativo da produção de alimentos no mundo. Temos que ter nossas reservas, imagino!
Sendo assim, carecemos urgentemente de políticas estruturadoras e de estratégias macro econômicas locais, ambiciosas, ousadas, enfim DIFERENTES, a fim de não perdermos o bonde da história. Políticas no sentido de acelerar a concretização do projeto Aeroporto-Indústria, revitalização verdadeira e não “poética”, do distrito industrial, estudo amplo no sentido de desenvolver ações de estruturação do comércio varejista/atacadista, a exemplo do que vem fazendo cidades como Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Feira de Santana, dentre tantas outras, em detrimento do boom da construção civil, pois esse é um processo que está se desenvolvendo em todo o País e nós precisamos de crescimento diferenciado. Políticas públicas estruturadoras são obrigação do poder público, pois a micro economia os empreendedores, principalmente os pequenos, dão conta do recado.
Portanto, quero parabenizar todos os salgueirenses pelo momento que estão vivendo, similar aos momentos de glória de Petrolina, o bonde, ops, O TREM das grandes perspectivas de melhorias no campo econômico e social está passando, fruto de um plano de desenvolvimento federal, estadual e municipal, com a instalação do Pólo de Logística, da Transnordestina, da Transposição do Rio São Francisco, da Ponte do Ibó, da Rodovia Estadual que liga o Trevo de Jutaí a Urimamã. Tudo isso e muitas outras ações que virão, certamente possibilitarão a implantação de diversas plantas industriais e empresas prestadoras de serviços, capazes de melhorar a renda, a geração de emprego e as condições sociais de toda a população, como comentou Josias Albuquerque, presidente da Federação do Comércio de Pernambuco esta semana aqui em Petrolina, por ocasião da abertura da Feira da Pequena Empresa, que se realizará em Petrolina no período de 12 a 15/05/2010, da necessidade de olharmos para o ENTORNO, pois este está com muitas perspectivas de desenvolvimento, citando inclusive Salgueiro e que nós petrolinenses precisamos ficar atentos a isso para não ficarmos para trás nesse processo regional de desenvolvimento.
Salgueirenses, não percam o bonde, ops, O TREM da história, fortaleçam os políticos que representam sua comunidade e EMPREENDAM.
Sandro Carlos Vieira Patrício
Administrador de Empresas, formando de Direito e sócio da Premier Material de Construção em Petrolina (87)3864.1003
A região do vale do São Francisco está mesmo precisando de olhares focados em seu desenvolvimento. Essa região que tanto já deu frutos em ritmo acelerado tem diminuído seus passos, gerando uma desaceleração de seu desenvolvimento. Petrolina, por muitos considerada a “menina dos olhos” da região, teve sorte em encontrar no pólo da educação, a salvação para sua contínua evolução. Porém, os empresários e políticos não devem considerar-se satisfeitos com isso, é como Sandro disse, é preciso ousadia, para transformar essa região que tanto tem a oferecer, em uma real potência econômica do Estado. As ações tomadas principalmente pelos políticos para a região, tem sido de efeito local e imediato, faltando uma visão do macro ambiente. As cidades que dela fazem parte precisam ser transformadas em sinônimos de fortes representações econômicas, políticas e sócio-culturais, e as ações incididas sobre elas têm que serem pensadas imaginando a região nos próximos 10 a 20 anos, e com efeitos que se espalhem se possível pelo Brasil.
Já Salgueiro, o que deve ser feito é de fato aproveitar esse momento, de forma não só a vê-lo passar, mas a participar dele intensamente. Todas as pessoas que nela vivem têm que observarem em sua volta, e começar a procurar ações e atividades antes não desenvolvidas, ou aperfeiçoar as existentes, é um momento de se alinhar a esse crescimento. O “boom” que Salgueiro tem passado tem de ser aproveitado para fincar os alicerces de seu crescimento contínuo. Os motivos que hoje fazem essa cidade crescer rapidamente, talvez já não existam mais daqui a alguns anos, e o momento de se preparar para isso é hoje.
Essa questão que foi dita pelo Carlos Augusto, é realmente preocupante. Moro em São Paulo, e vejo uma preocupação intensa com a preparação para o mercado de trabalho pelas pessoas daqui, diferentemente do que vejo nas cidades da região. Não estou dizendo que as pessoas que em Petrolina ou Salgueiro moram não tem se preocupado com isso, porém tem sido de forma bastante passiva, gerando como foi dito, uma falta de mão de obra qualificada para as oportunidades que podem vir a chegar à região.
Mas, fico muito feliz, apesar de todas as dificuldades que a região do vale do São Francisco vive, temos desenvolvido, temos crescido, e nossas cidades tem estado cada dia mais bonitas. Vamos continuar lutando para que essa região cresça sempre, e nos deixe sempre orgulhosos. É com esse espírito de sempre buscar um algo mais, que conseguiremos um futuro melhor para todos que dessa região fazem ou irão fazer parte, boa sorte!
Victor Patrício
Estudante Administração de Empresas – ESPM-SP
Gerente Jurídico-Financeiro da ESPM JR.-SP
CARLOS AUGUSTO
março 7th, 2010 às 18:24 · Responder
Amigo Sandro Bom Dia!
Mesmo não sendo filho do Vale São Francisco, porém, assim me sinta e hj
com um filho meu prestando serviço a nação ai na Região.
Tenho certeza que nos últimos anos, o vale do São Francisco vem passando
por uma grande transformação, e com isso, gerando a escassez de mão obra em
geral, como sei do seu comprometimento junto a esse crescimento, tomo a
liberdade de sugerir que, a atual providencia a ser tomada nessa região é
montar cursos volantes preparatório para profissionais, só com o básico,
porque as empresas que ai está se instalando, elas chegam trazendo os seus
próprios formadores de profissionais em todos os seguimentos.
Com essa ação, não só vai se instalar grandes empresas como irão permanecer
pós conclusão das obras. Sabemos que os recursos disponibilizados irão
acabar no final dessa atual gestão política, e que se vcs não derem
seqüência a essas empresas, elas irão partir e ficarão gigantes elefantes
brancos sem gerar resultados na Região.
Sei que esse não era o parecer que vc esperava de minha parte, porem não
poderia deixar de expressar a minha preocupação que já é fato nessa Região.
Estou presente nas principais obras que estão se instalando ai e o
comentário e geral de todos os gestores dessas grandes empresas.
Não existe nem se quer mão de obra especializada de operadores de máquinas
entre outras mais simples.
Carlos Augusto.
81-8862 1000