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Não adianta só enviar ofício, diz Queiroga após Doria cobrar kit intubação

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, respondeu ontem diretamente às cobranças feitas pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre a ameaça de desabastecimento de medicamentos do “kit intubação”. Após o governo paulista afirmar que enviou nove ofícios pedindo auxílio à pasta federal sobre o tema, Queiroga cobrou atitudes adicionais da gestão de Doria.

“Não adianta só ficar enviando ofício para o Ministério da saúde, temos que trabalhar juntos”, disse o ministro durante entrevista coletiva na sede da pasta, em Brasília. O evento foi realizado justamente para fazer esclarecimentos sobre a falta de estoque dos medicamentos, usados para fazer os processos de intubação e extubação em pacientes graves com covid-19.

Queiroga lembrou o caráter tripartite do SUS (Sistema Único de Saúde), que envolve a União, estados e municípios, e disse que a responsabilidade pela aquisição dos medicamentos tem que ser dividida entre os entes federativos, principalmente aqueles de maior economia, como São Paulo.

O ministro também afirmou que a obrigação maior da União é o auxílio a municípios menores, que, segundo ele, têm menos poderio econômico para buscarem a compra dos medicamentos. No entanto, apesar do discurso crítico em relação a São Paulo, Queiroga pediu uma trégua.

“Não é hora de ficar um atirando no outro, é hora de trabalhar em prol da sociedade brasileira. Vamos deixar o Twitter de lado e vamos responder à sociedade brasileira com políticas públicas. O Ministério da Saúde tem trabalhado, mesmo não sendo essa obrigação precípua [principal] dele”, afirmou.

Já o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Sérgio Okane, respondeu sobre a decisão que a pasta tomou há pouco menos de um mês, no início do avanço da segunda onda da pandemia no país. À época, o governo federal requisitou o estoque de medicamentos do “kit intubação” à iniciativa privada, fato que tem sido apontado por Doria como uma dificuldade a mais na aquisição dos remédios.

“Não foi tirada nenhuma medicação de contrato vigente pelo laboratório”, disse Okane. “Vivemos um momento crítico pela quantidade de casos”, justificou o secretário.

Fonte: UOL