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Mais de 60 pessoas já morreram na “Curva do km-16”, em Salgueiro

O ancião Simplício Carlos dos Anjos guarda na pele as cicatrizes do acidente que matou sua noiva Chiquinha e outras nove pessoas da mesma família no jipe que os conduzia para casa, depois da solenidade do seu casamento realizado dia 27 de dezembro de 1970, no distrito de Vasques, em Salgueiro. Ao tentar atravessar a BR-116, na localidade Sítio Feijão, à altura do km 16, o jipe chocou-se com um ônibus da empresa Brasília/Varzealegrense e os dois veículos incendiaram deixando um saldo de mais de 40 mortos do coletivo. “Escapamos eu, um amigo que estava na caçamba do jipe e do ônibus apenas o motorista sobreviveu”, relata Simplício, como se a tragédia tivesse ocorrido ontem.

Simplício Carlos

O “desastre” – ainda hoje lembrado pelas cruzes colocadas próximo ao local do acidente – ocorreu no tempo em que estava sendo construído o asfalto da BR-116, trecho no sentido Salgueiro-PE – Penaforte-CE, época em que o movimento rodoviário era insignificante em relação ao grande fluxo de veículos de hoje, notadamente das enormes carretas e auto-passeios possantes, que não respeitam as placas que sugerem uma velocidade máxima de 60 km por hora, como lembra o agricultor Manoel de Ana, que observa o perigo de acidentes da barranca de plantas ornamentais e fruteiras localizada ao lado da rodovia, bem próximo da “Curva do 16”.

O próprio Manoel de Ana relata que, somando os mortos do acidente ocorrido há 52 anos e dos que ocorreram nos últimos cinco anos, pode chegar a 60 na região na região do km 16 o número de vítimas fatais. “O perigo aqui é muito grande e todo dia aumenta mais devido ao volume de veículo que trafegam na BR-116”.

O movimento que o jornal Folha do Sertão, os blogs Alvinho Patriota e Folha do Sertão fazem a partir desta reportagem, visa sensibilizar o DNIT e as autoridades constituídas de Salgueiro, no sentido de colocar equipamentos que possam inibir – e convencer – os motoristas a não ultrapassar a velocidade máxima de 60 km por hora nas proximidades da “Curva do 16”, nos dois sentidos.

A unidade escolar da comunidade, Escola Torres Galvão, conta com 63 alunos, matriculados na creche, infantil e fundamental, com idades entre 3 e 11 anos. Além dos alunos, é grande o número de pessoas que se deslocam para a cidade através da BR-116, com origem nas localidades: Sítio Feijão, Coqueiro, Baixio Grande 1 e 2, Formiga 1 e 2, Baixio Verde, Paraguaçu e Solta.

Por Machado Freire – Jornal Folha do Sertão em parceria com o Blog Alvinho Patriota e a ONG Vida