Os governos de Brasil e Colômbia manifestaram “profunda preocupação”, nesta terça-feira 3, com a decisão da Justiça venezuelana de mandar prender o opositor Edmundo González Urrutia, que afirma ter vencido a eleição de 28 de julho.
Em um comunicado oficial, as gestões de Lula e Gustavo Petro afirmaram que a ordem de prisão “afeta gravemente os compromissos assumidos pelo governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados”.
“Dificulta, ademais, a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas.”.
Até aqui, a principal estratégia de Brasil e Colômbia na mediação da crise venezuelana era cobrar a divulgação das atas eleitorais. O Conselho Nacional Eleitoral e o Tribunal Supremo de Justiça validaram o triunfo do presidente Nicolás Maduro, mas não publicaram os documentos.
Entre os supostos crimes atribuídos pelo Ministério Público a González estão incitação à desobediência das leis, conspiração, usurpação de funções e sabotagem.
Após a ordem de prisão vir à tona, o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller, afirmou que a Casa Branca considera “uma série de opções” para mostrar a Maduro “que suas ações ilegítimas e repressivas na Venezuela têm consequências”.
Washington já impôs em 2019 uma série de sanções a Caracas, mas flexibilizou diversas delas nos últimos anos, especialmente no que se refere à exploração petrolífera.
Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai também rejeitaram “de forma inequívoca e absoluta” o mandado de prisão.
Fonte: CartaCapital