IPCA registra primeira deflação em um ano

Com o resultado, embora o acumulado em 12 meses supere a meta, cenário indica arrefecimento dos preços, influenciado por fatores sazonais e políticas de incentivo.

Imagem: Reprodução

A economia brasileira registrou um momento de alívio para o bolso dos consumidores em agosto, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, apresentando uma queda de 0,11%. Essa é a primeira deflação registrada no período de um ano, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, embora positivo, ficou um pouco aquém das expectativas do mercado, que projetava uma retração de 0,15%.

Apesar da queda pontual, a inflação acumulada nos últimos 12 meses ainda se mantém em 5,13%, patamar superior ao centro da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado de 2025, a alta é de 3,15%. O cenário, no entanto, sinaliza uma tendência de desaceleração, que pode ser atribuída a uma combinação de fatores, incluindo a sazonalidade de alguns produtos e o impacto de medidas de incentivo fiscal.

O principal responsável pela deflação em agosto foi o grupo Habitação, que teve uma retração de 0,90%, o menor resultado para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. A queda foi impulsionada pela redução de 4,21% na conta de energia elétrica residencial, beneficiada pela aplicação do Bônus de Itaipu. O setor de Transportes também contribuiu para o resultado, com uma queda de 0,27%, puxada pela diminuição nos preços das passagens aéreas e dos combustíveis.

O grupo de Alimentação e Bebidas, que possui o maior peso no cálculo do IPCA, registrou o terceiro recuo consecutivo, com uma queda de 0,46%. A alimentação no domicílio ficou 0,83% mais barata, com destaque para a redução nos preços de itens como tomate, batata-inglesa, cebola, arroz e café. Por outro lado, a alimentação fora de casa, embora ainda em alta, mostrou uma desaceleração no ritmo de crescimento.

Na contramão da tendência de queda, alguns grupos apresentaram alta nos preços, com destaque para Educação, que subiu 0,75%, impulsionado por reajustes em cursos regulares, especialmente no ensino superior. Os grupos Vestuário, Saúde e cuidados pessoais e Despesas pessoais também registraram aumento, pressionados por fatores como o reajuste de jogos de azar e a alta nos preços de planos de saúde e de alguns itens de vestuário.

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