Israel avança sobre a Cidade de Gaza em nova fase da ofensiva
A incursão terrestre, que visa desmantelar o controle do Hamas na região, agrava a crise humanitária e eleva a tensão internacional, em meio a acusações de genocídio.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) deram início a uma massiva invasão terrestre na Cidade de Gaza na madrugada desta terça-feira, 16, marcando o que descrevem como a “fase principal” de sua ofensiva. A operação, que cumpre uma ameaça antiga, eleva drasticamente os riscos para centenas de milhares de civis palestinos que ainda residem na área, transformando a cidade em um perigoso campo de batalha.
Com três divisões de soldados da ativa e da reserva, o exército israelense declarou que o objetivo é “desmantelar a infraestrutura terrorista do Hamas”. O porta-voz militar, Avichay Adraee, alertou a população sobre os perigos de permanecer na cidade, enquanto o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, confirmou o início de uma “poderosa operação”, classificando o momento como um “estágio crucial” para o país.
A intensificação dos ataques já reflete um pesado custo humano. Nas últimas horas, o hospital Al-Shifa, principal centro médico da cidade, recebeu mais de vinte corpos e dezenas de feridos. Autoridades de saúde locais relatam a impossibilidade de equipes de emergência socorrerem vítimas presas nas ruas ou sob escombros, agravando uma crise que, segundo a ONU, já provocou mais de 63 mil mortes, o deslocamento de quase toda a população e a destruição de mais de 80% das edificações.
A estratégia israelense consiste em uma “manobra coordenada e gradual”, que une inteligência, tropas terrestres e poder aéreo para neutralizar o que consideram o “reduto central do Hamas”. A expectativa é encontrar cerca de 3 mil combatentes do grupo e de facções aliadas. Embora as IDF afirmem que 40% do milhão de habitantes da região já deixaram suas casas, a justificativa para a ofensiva – impedir novos ataques como o de 7 de outubro de 2023 – é recebida com ceticismo pela comunidade internacional.
A ofensiva terrestre foi lançada logo após uma visita do secretário de Estado americano, Marco Rubio, que reiterou o apoio “inabalável” dos Estados Unidos a Israel, um gesto interpretado como um aval da administração Trump para a operação. A ação militar, no entanto, diminui as esperanças de um cessar-fogo negociado, defendido por muitos como a via mais segura para a libertação dos reféns ainda em poder do Hamas.
…
Israel avança sobre a Cidade de Gaza em nova fase da ofensivaLeia mais »














