Depois de quase dois anos e meio sem acordos, os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 chegaram a um consenso para uma declaração final do grupo — que reúne as 19 maiores economias do planeta, mais a União Europeia e a União Africana. O encontro, encerrado sexta, no Rio de Janeiro, resultou na assinatura de três documentos, incluindo um acordo de cooperação internacional para a taxação dos super-ricos.
Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma cooperação global para a criação de um sistema que tribute os bilionários do planeta é uma “conquista moral”. Embora considere que houve um avanço histórico, ele reconhece que a implementação da taxação é lenta — tanto que lembrou do pilar 1 da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), relacionado à taxação de grandes multinacionais, que está em discussão há quase uma década nos fóruns mundiais.
“Do ponto de vista moral, é muita coisa as 20 nações mais ricas do mundo considerarem que temos um problema, que é a tributação ser progressiva sobre os pobres e não sobre os ricos — o que é uma distorção completa”, disse Haddad.
A inclusão da taxação dos super-ricos no texto final foi negociada ao longo da semana. O formato de comunicado foi a alternativa para evitar que países contrários à medida vetassem a menção à tributação na declaração final do encontro dos ministros.
Fonte: Correio Braziliense