Plano Safra 2025/2026 beneficia, em muito, setor majoritariamente alinhado política e ideologicamente à direita e extrema direita.

O governo federal anunciou a liberação de R$ 516,2 bilhões para a agricultura empresarial através do Plano Safra 2025/2026, voltado para médios e grandes produtores rurais. O montante representa um aumento de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior, consolidando o terceiro ano consecutivo de crescimento dos investimentos no setor. A medida coordenada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária demonstra a prioridade dada ao agronegócio, mesmo em um cenário de juros elevados.
O programa foi expandido apesar da taxa básica de juros ter atingido 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. Durante a apresentação, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que o governo “absorveu o aumento da Selic com equalização”, limitando o aumento dos juros do Plano Safra a no máximo 2% ao ano. Segundo Fávaro, o presidente Lula “marcou três golaços” com o programa recorde e “pode pedir música”.
Entre as principais novidades do plano estão a flexibilização para financiamento de rações, suplementos e medicamentos, com prazo estendido para aquisições realizadas até 180 dias antes da formalização do crédito. O programa também facilita a renegociação de dívidas para produtores que enfrentaram dificuldades em safras anteriores e amplia os programas de armazenagem, aumentando a capacidade por projeto de 6 mil para 12 mil toneladas.
O desconto de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros para operações de crédito rural de custeio foi prorrogado até junho de 2026, beneficiando produtores do Pronamp e aqueles que investem em atividades sustentáveis. Além disso, o limite de renda para ingressar no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural foi ampliado de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões anuais.
Embora o alto empresariado do agronegócio, juntamente com o mercado financeiro, mantenha majoritariamente alinhamento político e ideológico para além da direita, o setor tem se beneficiado sobremaneira dos investimentos realizados pela atual gestão, recebendo aportes como nunca antes registrados. O paradoxo evidencia a capacidade do governo de manter políticas de fomento ao setor estratégico, independentemente das divergências, priorizando o desenvolvimento econômico e a segurança alimentar nacional.