Golpe do “chip Starlink” atinge América Latina, inclusive Brasil, através de redes sociais

Criminosos usam imagens falsas de Elon Musk para enganar usuários com promessas de internet via satélite.

Imagem: Reprodução

Um novo tipo de golpe digital tem circulado pelas redes sociais, especialmente no Facebook, direcionado principalmente para usuários dos Estados Unidos e da América Latina. Os criminosos criam anúncios falsos prometendo um “chip Starlink” que supostamente ofereceria acesso direto à internet via satélite em qualquer lugar do mundo. Para dar credibilidade ao esquema, utilizam imagens geradas por inteligência artificial que mostram Elon Musk, CEO da SpaceX, segurando chips que na realidade não existem.

A promessa é tentadora para populações latino-americanas: conectividade total mesmo nas regiões mais remotas, onde o acesso à internet ainda é limitado ou inexistente. Os anúncios fraudulentos garantem que basta adquirir o chip para ter acesso imediato à rede de satélites da Starlink, sem depender de operadoras tradicionais ou torres de celular. Segundo fontes internacionais, usuários da América Latina têm demonstrado interesse nas ofertas falsas, com comentários elogiando as propostas como “lindas” e “incríveis”. No Brasil, as tentativas de golpe também têm sido registradas através de aplicativos de mensagens instantâneas, como WhatsApp, ampliando o alcance dos criminosos.

A realidade, porém, é bem diferente do que prometem os golpistas. A tecnologia Starlink para celulares funciona apenas através de parcerias específicas com operadoras de telefonia, como a T-Mobile nos Estados Unidos, e oferece recursos limitados, como envio de mensagens de texto em emergências. A SpaceX não vende chips ou cartões SIM diretamente aos consumidores, tornando qualquer oferta desse tipo automaticamente fraudulenta.

E geral, o golpe segue um roteiro bem elaborado que demonstra a sofisticação dos criminosos digitais. Após clicar no anúncio falso, a vítima é direcionada para um site que imita perfeitamente a aparência oficial da Starlink. Lá, ela precisa responder a um questionário sobre sua experiência atual com internet móvel, enquanto o site exibe informações falsas sobre os benefícios do produto inexistente.

Durante todo o processo, os golpistas criam um senso de urgência, informando que restam poucos chips disponíveis e que a oferta é por tempo limitado. Essa pressão psicológica é uma tática comum em fraudes digitais, levando as pessoas a tomar decisões precipitadas sem verificar a veracidade das informações. A estratégia tem se mostrado eficaz em enganar usuários que buscam soluções de conectividade, especialmente em regiões com infraestrutura de internet deficiente.

Ao final do processo fraudulento, as vítimas são direcionadas para páginas de pagamento falsas hospedadas em plataformas como Shopify, onde fornecem dados pessoais e informações bancárias que são capturados pelos criminosos. Além de perder dinheiro, as pessoas ficam expostas a outros tipos de fraude, já que seus dados podem ser vendidos ou utilizados em novos golpes. O impacto vai além do prejuízo financeiro individual, afetando a confiança da população em tecnologias legítimas.

Especialistas em segurança digital alertam que esse tipo de golpe tende a se multiplicar conforme cresce o interesse global por soluções de conectividade via satélite. Os fraudadores conseguem contornar sistemas de moderação das plataformas evitando mencionar “SpaceX” ou “Starlink” diretamente no texto dos anúncios, concentrando essas referências apenas nas imagens. A recomendação é sempre verificar informações diretamente nos canais oficiais das empresas e desconfiar de ofertas que parecem boas demais para ser verdade.

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