Para o Sebrae, o parcelamento sem juros é indispensável para a economia do país. Além disso, diversos negócios podem fechar com o fim do parcelado, e pequenos empresários estão “apavorados” com essa possibilidade, diz o presidente da entidade. A organização publicou nota ontem, 6, a favor da modalidade de crédito.
Limitar ou acabar com o parcelado sem juros prejudica consumidores e empreendedores, diz o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). A instituição, que representa micro e pequenas empresas do país, avalia que não existe amparo técnico para mudar ou mesmo extinguir a modalidade.
Empresários estão “apavorados”, afirma Décio Lima, presidente do Sebrae, ao UOL. O presidente diz que há uma certa angústia por parte dos micro e pequenos empreendedores, que podem até ter que fechar o próprio negócio se a mudança, de fato, acontecer. “É uma situação assustadora, porque o que eu tenho ouvido é: ‘Olha, simplesmente, vou fechar minha lojinha porque 90% daqueles que são meus fregueses compram parcelado'”, diz.
Lojistas também usam o cartão de crédito para financiar suas compras. 39% dos donos de pequenos negócios usam o cartão de crédito como modalidade de financiamento para suas empresas. O dado é da pesquisa “Financiamento dos Pequenos Negócios no Brasil”, realizada pelo Sebrae em agosto deste ano,
Cartão de crédito é mais usado que outras modalidades de empréstimo. Apenas 7% dos empresários têm empréstimos em bancos privados (7%) ou públicos (4%). Décio Lima, presidente do Sebrae, lembra que micro e pequenos empreendedores usam o cartão para abastecer estoques. Eles “compram no parcelamento e vendem no parcelamento”, diz ele.
94% dos CNPJs do país são de micro e pequenas empresas. Desta forma, o Sebrae avalia que uma mudança no parcelamento sem juros impactaria a economia fortemente, já que boa parte da população deixaria de consumir itens básicos, porém essenciais, como é o caso de eletrodomésticos.
Entenda a discussão
A discussão em torno do parcelamento já dura alguns meses. O presidente do BC mencionou a possibilidade de mudança no parcelado sem juros pela primeira vez em agosto. Na ocasião, Campos Neto disse que a modalidade é um dos principais fatores que levam o consumidor ao juro rotativo e, consequentemente, à inadimplência.
No dia 16 de outubro, a instituição sugeriu limitar a 12 o número de parcelas sem juros em compras no cartão de crédito. Na ocasião, Campos Neto estava reunido com representantes do comércio, maquininhas e bancos, mas a reunião acabou sem consenso.
Fonte: UOL