EUA entram diretamente no conflito e bombardeiam instalações nucleares iranianas

Operação americana atingiu três complexos nucleares do Irã e provocou reações internacionais divergentes.

Trump acompanhou ataque americano ao Irã em sala de situação na Casa Branca – Imagem: The White House/Reuters

Os Estados Unidos entraram diretamente no conflito entre Israel e Irã ao bombardear três principais instalações nucleares iranianas nas primeiras horas deste domingo na região (22). O presidente Donald Trump anunciou que a operação militar atingiu os complexos de Fordow, Natanz e Isfahan, utilizando bombardeiros furtivos B-2 e bombas antibunker de alta precisão.

A decisão americana marca uma escalada significativa na região, nove dias após o início da campanha militar israelense. Trump justificou a ação como necessária para impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã, classificando os ataques como uma “ação defensiva” para proteger os Estados Unidos e seus aliados.

O secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, afirmou que a operação foi planejada para “degradar” e “destruir” as capacidades nucleares iranianas. Segundo ele, foram utilizadas pela primeira vez bombas MOP (Massive Ordnance Penetrator), com seis bombas antibunker lançadas especificamente contra Fordow e cerca de 30 mísseis Tomahawk contra as outras instalações.

O Irã confirmou os ataques, mas tentou minimizar os danos através de sua mídia estatal. O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, alertou para “consequências duradouras” e acusou os Estados Unidos de cometerem uma “grave violação da Carta da ONU”. Em resposta, mísseis iranianos atingiram áreas no norte e centro de Israel, deixando pelo menos 16 feridos.

As reações internacionais foram divergentes. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu parabenizou Trump, afirmando que a decisão “mudará a história”. Por outro lado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou para o risco “crescente” de o conflito sair “rapidamente do controle”, defendendo que “não há solução militar” e que “o único caminho é a diplomacia”.

Países europeus adotaram posições cautelosas. O Reino Unido, que foi informado previamente da operação, dosou apoio com apelos diplomáticos. A União Europeia conclamou todas as partes a retomarem negociações, com França e Alemanha pedindo moderação.

A escalada levanta preocupações sobre possíveis retaliações iranianas, incluindo o bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do petróleo mundial. A Agência Internacional de Energia Atômica confirmou que não foram detectados aumentos nos níveis de radiação nas instalações atacadas, mas o Irã convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir a situação.

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