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Papa Leão XIII: Defensor dos trabalhadores e provável inspiração para um novo tempo na Igreja

Legado da encíclica Rerum Novarum e a luta por justiça social marcaram o pontificado de Leão XIII, figura que teria inspirado a escolha do nome do Papa Leão XIV, segundo fontes.

Imagem: Reprodução

O Papa Leão XIII, pontífice que liderou a Igreja Católica entre 1878 e 1903, é uma figura central na história da Doutrina Social da Igreja, especialmente reconhecido por sua veemente defesa dos direitos dos trabalhadores em um período marcado pelas profundas transformações e desafios impostos pela Revolução Industrial.

Seu legado, consolidado principalmente através da encíclica “Rerum Novarum” de 1891, continua a inspirar debates sobre justiça social e a dignidade do trabalho, e teria sido a inspiração para a escolha do nome do recentemente eleito Papa Leão XIV, conforme noticiado por algumas fontes.

A “Rerum Novarum”, ou “Das Coisas Novas”, é considerada um marco, uma verdadeira Carta Magna dos Trabalhadores. Neste documento, Leão XIII abordou com coragem e clareza a chamada “questão operária”, denunciando as condições muitas vezes desumanas a que os trabalhadores eram submetidos no novo sistema capitalista industrial. A encíclica defendeu o direito a um salário justo, condições de trabalho dignas, o direito de associação em sindicatos e o papel do Estado na proteção dos mais vulneráveis.

Suas palavras ecoaram por todo o mundo, influenciando legislações trabalhistas e movimentos sociais em diversas nações, incluindo o Brasil, onde se aponta que a Rerum Novarum inspirou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mais do que outras influências frequentemente citadas. Inclusive o Tribunal Superior do Trabalho (TST) possui um espaço que homenageia Leão XIII. Um salão, que sedia solenidades na sede da Corte, destaca legado do papa Leão XIII, com acervo artístico e histórico da Justiça do Trabalho, abrigando o quadro “Retrato de Leão XIII”, de Eliseu Visconti, que data de 1941, mesmo ano de criação do Tribunal.

Imagem: Reprodução/TST

Além de seu papel fundamental na questão social, o pontificado de Leão XIII foi marcado por uma postura de diálogo com o mundo moderno e a ciência. Um exemplo notável foi a reabertura do Observatório Astronômico do Vaticano, um gesto que simbolizava a abertura da Igreja ao conhecimento científico e à busca pela verdade em todas as suas formas.

Ele também teve uma atuação importante em causas humanitárias globais, como a luta pela abolição da escravidão. Em 1888, apenas oito dias antes da promulgação da Lei Áurea no Brasil, Leão XIII publicou a encíclica “In Plurimis”, dirigida especificamente aos bispos brasileiros, na qual defendia veementemente o fim da escravatura no país, um testemunho de seu compromisso com a dignidade humana.

Diante desse histórico, a notícia da escolha do nome Leão XIV pelo novo pontífice, conforme veiculado por algumas fontes sindicais e de notícias, é vista como um sinal de continuidade com esse legado de preocupação social. Espera-se que o novo papado possa resgatar e dar novo impulso à centralidade do trabalho e da justiça social, temas que foram caros a Leão XIII e também retomados com vigor pelo Papa Francisco, especialmente em um contexto global de precarização do trabalho e novas formas de exploração. A escolha do nome papal é sempre carregada de simbolismo, e a referência a Leão XIII sugere uma forte ênfase nas questões sociais e na defesa dos direitos dos trabalhadores no pontificado que se inicia.

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Habemus Papam

Fumaça branca!

Imagem: Vatican Media

Há instantes, por volta das 13h10 (8/5), da chaminé da Capela Sistina saiu a esperada fumaça branca.

Um novo papa foi eleito!

Nas próximas horas, o cardeal protodiácono, Dominique Mamberti, aparecerá na sacada da Basílica de São Pedro e anunciará, com detalhes, o “Habemus Papam!” (‘temos um papa’, em latim).

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Veja os horários da fumaça que anunciará o papa; são até 4 sessões por dia

A fumaça com o resultado da primeira votação do conclave que elegerá o próximo papa ocorrer a qualquer momento, desde as 14h, nesta quarta-feira, 7/5.

Imagem: Ilustrativa

Se nenhum papa é escolhido hoje (7/5), as cédulas são misturadas com cartuchos contendo perclorato de potássio, antraceno (um componente do alcatrão de carvão) e enxofre para produzir a fumaça preta, que sai pela chaminé.

Mas, se houver um vencedor, as cédulas queimadas são misturadas com perclorato de potássio, lactose e resina de clorofórmio para produzir a fumaça branca.

Sinos também são tocados para sinalizar ainda mais que há um novo papa.

A partir de quinta-feira, 8, as fumaças devem ocorrer nos seguintes horários:

  • 5h30 (Horário de Brasília) – somente se for branca, ou seja, se o novo papa tiver sido escolhido
  • 7h (Horário de Brasília)
  • 12h30 (Horário de Brasília) – somente se for branca
  • 14h (Horário de Brasília)

Os horários foram informados pelo diretor da sala de imprensa vaticana, Matteo Bruni.

Dessa forma, são previstas duas fumaças por dia (7h e 14h), mas em caso de resultado positivo, a fumaça será antecipada, e deve sair 5h30, durante a votação da manhã, ou 12h30, na votação da tarde.

Com informações do portal UOL.

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Escolha do novo papa: entenda o que é um conclave

Na próxima quarta-feira, 07 de maio, cardeais se reunirão na Capela Sistina, no Vaticano, para escolher o próximo papa. Essa reunião, que pode durar dois dias ou mais e que tem quatro votações, duas pela manhã e duas à tarde, é chamada conclave.

A chaminé, que anunciará a escolha do novo papa, eleito por 2/3 dos cardeais, já foi instalada, na última sexta-feira, 02 de maio. Por ela, sairá uma fumaça preta indicando que se chegou a um consenso sobre o nome do sucessor do papa Francisco.

É feita a pergunta “Queres aceitar o que Deus elegeu?” e, geralmente, a resposta é sim. O novo pontífice é levado a uma sala onde lhe ofertam uma cruz de ouro, um anel de pérola e um sapato vermelho. No caso do papa Francisco, ele não seguiu a tradição, preferindo continuar com a indumentária de cardeal. Além disso, optou por não morar no palácio papal, mas sim em uma hospedaria.

“Às vezes, tem uma pessoa em vista e é fácil. Às vezes, é mais complicado. Também porque dentro da igreja tem as correntes. Papa Francisco era da corrente progressista, aberta, e tem um grupo de cardeais que são da linha dura, linha tradicional”, explica o padre da paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Salgueiro, Remi de Vettor.

De acordo com ele, existe um contraste na igreja e prevalece a maioria que representa uma certa linha pastoral. “Deveriam escolher um cardeal que fosse um pouco na linha do papa Francisco para dar continuidade, senão seria um retrocesso”.

Papa Francisco – Remi diz que entre as atitudes progressistas que marcaram o papado de Francisco está a escolha do nome. Para ele, na igreja, ninguém foi como Francisco de Assis: “Foi o reformador da igreja. O homem que despejou fora toda a sua riqueza, sua mentalidade antiga e se vestiu de saco, de sandália, sem meias, para viver na pobreza, no meio do campo, numa capela”.

Vettor define Francisco como um pastor simples, pobre, no meio do povo. “Até o último dia, impossibilitado, quase, ele quis ficar no meio do povo. Foi à última viagem na Praça São Pedro para se despedir. Poucas horas depois morreu”.

O papa acreditava que a igreja precisava de uma volta ao evangelho, renunciando ao luxo e vivendo como um ‘pastor’ perto de suas ‘ovelhas’, falando a linguagem delas. Francisco chegou a dizer que um bom pastor tem que ter o cheiro das ovelhas.

Dentre os posicionamentos polêmicos estão a abertura aos homossexuais, aos casais de 2ª união e às mães que criam seus filhos sem a presença paterna. “O papa disse: ‘São filhos de Deus. Quem sou para julgar”, conclui Remi.

Raquel Rocha

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