Escolha do novo papa: entenda o que é um conclave

Na próxima quarta-feira, 07 de maio, cardeais se reunirão na Capela Sistina, no Vaticano, para escolher o próximo papa. Essa reunião, que pode durar dois dias ou mais e que tem quatro votações, duas pela manhã e duas à tarde, é chamada conclave.

A chaminé, que anunciará a escolha do novo papa, eleito por 2/3 dos cardeais, já foi instalada, na última sexta-feira, 02 de maio. Por ela, sairá uma fumaça preta indicando que se chegou a um consenso sobre o nome do sucessor do papa Francisco.

É feita a pergunta “Queres aceitar o que Deus elegeu?” e, geralmente, a resposta é sim. O novo pontífice é levado a uma sala onde lhe ofertam uma cruz de ouro, um anel de pérola e um sapato vermelho. No caso do papa Francisco, ele não seguiu a tradição, preferindo continuar com a indumentária de cardeal. Além disso, optou por não morar no palácio papal, mas sim em uma hospedaria.

“Às vezes, tem uma pessoa em vista e é fácil. Às vezes, é mais complicado. Também porque dentro da igreja tem as correntes. Papa Francisco era da corrente progressista, aberta, e tem um grupo de cardeais que são da linha dura, linha tradicional”, explica o padre da paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Salgueiro, Remi de Vettor.

De acordo com ele, existe um contraste na igreja e prevalece a maioria que representa uma certa linha pastoral. “Deveriam escolher um cardeal que fosse um pouco na linha do papa Francisco para dar continuidade, senão seria um retrocesso”.

Papa Francisco – Remi diz que entre as atitudes progressistas que marcaram o papado de Francisco está a escolha do nome. Para ele, na igreja, ninguém foi como Francisco de Assis: “Foi o reformador da igreja. O homem que despejou fora toda a sua riqueza, sua mentalidade antiga e se vestiu de saco, de sandália, sem meias, para viver na pobreza, no meio do campo, numa capela”.

Vettor define Francisco como um pastor simples, pobre, no meio do povo. “Até o último dia, impossibilitado, quase, ele quis ficar no meio do povo. Foi à última viagem na Praça São Pedro para se despedir. Poucas horas depois morreu”.

O papa acreditava que a igreja precisava de uma volta ao evangelho, renunciando ao luxo e vivendo como um ‘pastor’ perto de suas ‘ovelhas’, falando a linguagem delas. Francisco chegou a dizer que um bom pastor tem que ter o cheiro das ovelhas.

Dentre os posicionamentos polêmicos estão a abertura aos homossexuais, aos casais de 2ª união e às mães que criam seus filhos sem a presença paterna. “O papa disse: ‘São filhos de Deus. Quem sou para julgar”, conclui Remi.

Raquel Rocha

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima