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Deputados do PDT dizem não aceitar ‘ameaça’ de Ciro Gomes

Mesmo após decisão do ex-ministro Ciro Gomes de suspender sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, deputados do PDT afirmaram que vão manter o apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que parcela o pagamento dos precatórios. A aprovação da medida com o voto de 15 pedetistas provocou uma crise interna no partido, com Ciro condicionando voltar à disputa eleitoral apenas se a bancada reavaliar sua posição.

O pedido do presidenciável da legenda, no entanto, não deve ser seguido pelo deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE). De acordo com o parlamentar, a bancada deve se manter favorável à proposta que parcela os precatórios mesmo com a ameaça do ex-ministro de não entrar na disputa de 2022. “Um acordo foi feito e o PDT não pode descumprir a palavra. Eu segui o partido, devo continuar seguindo, acredito que o partido vai manter a posição porque foi feito um acordo e os nossos pleitos estão mantidos no texto”, afirmou.

O deputado cearense avalia que a legenda pode ser pacificada se o partido sentar para conversar sobre o assunto. “Tem que haver um diálogo dentro da Executiva com as principais lideranças. Um diálogo que talvez tenha faltado na data de ontem”, disse Bismarck.

Ex-líder do partido e aliado próximo de Ciro, André Figueiredo (CE) afirmou que não acredita na hipótese de o ex-ministro deixar de ser candidato à sucessão de Jair Bolsonaro. O deputado defendeu o voto favorável à PEC, disse que a legenda construiu um acordo pelos precatórios da educação e afirmou que vai tentar deixar isso claro à cúpula do partido. “Lutaremos para mostrar nosso posicionamento”, declarou.

A PEC dos precatórios estabelece um limite para o pagamento de dívidas do governo já reconhecidas judicialmente, o que levou a oposição a batizá-la de “PEC do calote”. Entre os que poderiam ficar sem receber estão professores de quatro Estados que dependem de a União repassar recursos do Fundef, antigo fundo de financiamento da educação. Um acordo costurado pelos deputados prevê que os pagamentos serão feitos em três etapas.

A principal crítica à PEC, no entanto, é o fato de ela permitir um “drible” no teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à inflação. A intenção é abrir espaço no Orçamento para o novo programa social do governo, o Auxílio Brasil, com pagamento médio de R$ 400. A medida, porém, proporciona um “espaço extra” de R$ 91,6 bilhões no Orçamento, o que daria para encaixar tanto o novo Bolsa Família quanto mais recursos para ampliar emendas parlamentares e o Fundo Eleitoral em 2022, ano de eleições gerais.

Fonte: Terra