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Cuba facilita a entrada de alimentos e medicamentos após protestos

Cuba anunciou na quarta-feira (14) que estava levantando temporariamente as restrições sobre a quantidade de alimentos e medicamentos que os viajantes poderiam trazer para o país, uma aparente concessão às demandas dos manifestantes que foram às ruas no último fim de semana.

Milhares de pessoas se uniram no domingo em uma onda de protestos em todo o país por falta de bens básicos, restrições às liberdades civis e ao tratamento pelo governo de um surto de infecções pela Covid-19, na agitação mais significativa das últimas décadas no país de governo comunista.

O governo culpou os “contra-revolucionários” financiados pelos Estados Unidos, explorando as dificuldades causadas pelo embargo comercial americano de décadas e que foi apertado por Washington em meio à pandemia, empurrando a economia cubana para a beira do abismo.

Vários países e as Nações Unidas exigiram que o governo cubano respeitasse o direito dos cidadãos de se expressarem. Outros, como o México, afirmaram que a melhor maneira de ajudar o povo cubano seria se os Estados Unidos aliviassem as sanções.

Em Cuba, um número crescente de artistas de alto nível, da banda de salsa Los Van Van ao pianista de jazz Chucho Valdes, criticaram a forma como as autoridades lidaram com os protestos instando-as a ouvir os manifestantes em vez de combatê-los.

As interrupções intermitentes da internet que os ativistas dizem ter sido projetadas para evitar mais distúrbios foram ligeiramente aliviadas na quarta-feira, embora o acesso às mídias sociais e aos serviços de mensagens tenha permanecido restrito.

As autoridades culparam uma campanha nas mídias sociais liderada pela hashtag #SOSCuba, que possui apelos por ajuda humanitária, como estímulo dos protestos, dizendo que ela foi lançada por mercenários apoiados pelos EUA que procuravam desestabilizar o país comunista.

Eles compararam a situação com uma operação apoiada pelos EUA para enviar ajuda à Venezuela em 2019, que terminou em um impasse violento na fronteira com a Colômbia.

Ainda assim, uma das exigências da campanha era que o governo derrubasse as restrições alfandegárias sobre alimentos, medicamentos e produtos de higiene que estão faltando no país em meio a sua pior crise econômica desde a queda de sua antiga aliada, a União Soviética.

Fonte: CNN