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Bolsonaro pediu ajuda de Biden em corrida eleitoral contra Lula durante reunião bilateral

O presidente Jair Bolsonaro pediu para o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ajudá-lo em sua tentativa de reeleição durante a reunião bilateral entre ambos, na quinta-feira. No encontro, que aconteceu às margens da Cúpula das Américas, em Los Angeles, o líder brasileiro retratou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como perigoso para os interesses dos EUA, segundo fontes com conhecimento sobre a conversa.

Durante a reunião, Biden destacou a importância de preservar a integridade do processo eleitoral democrático do Brasil e, quando Bolsonaro pediu ajuda, o líder americano mudou de assunto, disse uma das pessoas. Os comentários do presidente brasileiro ecoaram outras de suas declarações recentes sobre Lula, segundo as fontes que pediram anonimato por se tratar de uma conversa privada.

O Palácio do Planalto não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. A assessoria de imprensa da Casa Branca, por sua vez, se recusou a comentar neste momento.

A reunião de quase uma hora, a primeira desde a eleição de Biden em 2020, ocorreu majoritariamente a portas fechadas. Posteriormente, Bolsonaro disse a repórteres que ele e Biden “falaram superficialmente” sobre o pleito de outubro no Brasil. Em comentários públicos antes do encontro, Biden disse que o Brasil tem uma democracia vibrante e inclusiva e instituições eleitorais fortes.

Os EUA têm uma política permanente de não escolher um lado nas eleições de outras nações, dizendo que o voto deve refletir os desejos da população local. Ainda assim, os presidentes dos EUA muitas vezes se desviaram dessa máxima.

O ex-presidente Barack Obama, por exemplo, expressou sua oposição ao Brexit antes do plebiscito. E a História está repleta de sucessivos governos americanos apoiando líderes estrangeiros que estavam concorrendo às eleições — como Boris Yeltsin na Rússia, na década de 1990.

Fonte: O Globo