Bailarino brasileiro tem visto negado nos EUA após 10 anos de carreira no país

Luiz Fernando da Silva, que atuou no Miami City Ballet e tinha contrato com companhia de Nova York, foi surpreendido pela decisão das autoridades americanas.

Imagem: Reprodução

O bailarino brasileiro Luiz Fernando da Silva, de 29 anos, teve seu visto de trabalho para os Estados Unidos negado após uma década atuando legalmente e com destaque nos palcos do país. A decisão, recebida em abril enquanto aguardava a documentação no Brasil, impediu seu retorno para assumir um contrato com a renomada companhia Dance Theater of Harlem, em Nova York.

Silva construiu sua carreira nos EUA principalmente no Miami City Ballet, onde permaneceu por dez anos. Em 2024, decidiu buscar novos desafios e foi contratado pela companhia nova-iorquina. Como seu visto anterior estava atrelado ao contrato com a companhia de Miami, ele precisou solicitar um novo documento e optou por aguardar o processo no Brasil, junto à família em Barra Mansa (RJ).

Apesar de ter um contrato assinado e um histórico profissional consolidado nos EUA, incluindo apresentações com grandes coreógrafos, as autoridades americanas negaram o visto, informando apenas que, após análise das evidências, a aprovação não seria possível. O bailarino relatou ter ficado em choque com a notícia, que interrompeu abruptamente sua promissora trajetória profissional no país.

O caso de Luiz Fernando reflete a incerteza vivida por muitos profissionais estrangeiros nos EUA, especialmente após o endurecimento das políticas migratórias sob a administração de Donald Trump, iniciada no final de 2024. O bailarino admitiu que a eleição de Trump já sinalizava possíveis complicações, mas não imaginava que seria pessoalmente afetado.

Com a carreira nos EUA interrompida, Silva considera agora explorar oportunidades na Europa ou América Latina, mas expressa a dificuldade em lidar com a situação e a sensação de ter que “provar-se como ser humano” para retornar ao país onde construiu grande parte de sua vida profissional. Ele também mencionou que os últimos meses foi uma oportunidade para despertar e entender as experiências de racismo vividas nos EUA.

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