Por Machado Freire
Um relatório que acaba de ser publicado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) traz um dado preocupante: apenas 4% dos recursos das ementas dos parlamentares, apresentadas entre 2014 e 2017, foram destinados à Educação.
As chamadas emendas inquisitivas (destinadas a cada parlamentar, individualmente) autorizadas nesse período atingiram R$ 36,54 bilhões, sendo que R$ 24 bilhões (65,7%) foram empenhadas (pagas), e que 61,15% foram repassados aos municípios, onde 12,78 beneficiaram instituições privadas sem fins lucrativos.
O relatório dá conta de que dos recursos liberados, 51% foram para a Saúde, enquanto 21% destinaram-se à infraestrutura urbana e, apenas 4% para a Educação. Diante disto, o relatório do TCU conclui que ” ficou comprovado que os recursos distribuídos pelos parlamentares não promovem a redução das desigualdades regionais”.
Na sua auditoria, o TCU também chama a atenção para o fato de que o tempo excessivamente longo para a conclusão de obras compromete a aplicação das verbas. “Outro fator negativo é a pulverização dos recursos para pequenos projetos, o que acarreta um custo operacional mais alto do que na execução de políticas públicas estruturadas pelos órgãos setoriais”, acrescenta o relatório do TCU constatando que “ficou comprovado que os recursos distribuídos pelos parlamentares não promovem a redução das desigualdades regionais”.
Nosso comentário: Então, diante de dados tão contundentes (preocupantes e lamentáveis) como eleitor e contribuinte e com a experiência de mais de 40 anos de atividades como jornalista, sou quase obrigado a apelar para a chamada classe política dos municípios sertanejos que “acordem pra Jesus” e na hora de procurarem os deputados para negociarem seus apoios nas próximas eleições, tenham o mínimo de preocupação com o futuro da juventude nos seus municípios e “negociem” em favor do desenvolvimento da Educação.
Vejo, com um misto de decepção e revolta, que a maioria dos políticos (principalmente vereadores e prefeitos) que assumem “compromisso” com deputados federais da região, o fazem buscando a construção de calçamento e maquinas pesadas. Nada contra isso, mas é preciso que se trabalhe mais na busca da melhoria do saneamento básico e melhoria do ensino público em cada município sertanejo, a partir de Salgueiro, como município polo do Sertão Central.
Muito relevante a análise do jornalista Machado Freire, citada sobre este tema, neste blog. Muitas vezes, na maioria, estes recursos tão necessários, vão para obras e equipamentos ” visíveis “. Já a Educação, mostra seus frutos, a longo prazo. Mas é o plano mais fecundo, para melhorar a sociedade, e as instituições . Cidadania e Progresso tem base na Educação.